do que ficou de 2012

Em 2012 não fui brutalmente feliz por factores exteriores nenhuma vez e, tendo sido bastante infeliz naquilo que me foi acontecendo (porque, efectivamente, se for analisar, a minha vida continua uma enorme merda), passou-me ao lado.

em 2012, divorciei-me, mas a chegar a 2013 a sentença de divórcio ainda não transitou em julgado pelo que permaneço no mesmo limbo (o que não me faz assim grande diferença, na prática).

em 2012 arranjei um emprego que não me diz absolutamente nada para além de "tens de sair deste país se algum dia quiseres trabalhar a sério".

em 2012 passei a conhecer-me melhor que nunca e passei a gostar mais de trabalhar do que nunca - mais do que de sair com amigos, de dormir (até agora a minha coisa preferida na vida), mais do que ir às compras (detesto ir às compras).

em 2012 desisti de cozinhar (com grande alívio de todos os que algum dia tiveram de comer os meus cozinhados), entrei numa associação cívica, fiz voluntariado, trabalhei de graça mesmo sem ser voluntária, aprendi muito, aprendi demais sobre coisas que não me interessam e vi o mundo (o país, pelo menos) em toda a sua forma mais violentamente feia. não há nada de belo quando não há esperança.

em 2012 não me apaixonei, nem sequer conheci ninguém que me interessasse minimamente e entendi finalmente o que um jesuíta um dia me explicou sobre opções: quando temos a nossa energia focada em certas coisas, as outras pura e simplesmente deixam de ter importância.

em 2012 conheci-me melhor que nunca.

o que espero para 2013: concretizar o meu objectivo, que é um único (não é um sonho, é um objectivo). quando lá chegar, arranjar um novo -  mais ambicioso - nunca hesitar, nunca desistir.

para vocês, desejo o mesmo. um bom ano de 2013.

descobertas 2012

melhor site

 
[tom, dick & harry]

é Natal

e gostava de poder neste dia fazer como tantos apregoam, esquecer o que se passa à nossa volta, só por um dia não estar profundamente infeliz (escrevi "estar", não "ser"), não ver que afinal somos todos os mesmos até no dia de Natal, somos egoístas e só pensamos em nós próprios - mesmo quando estamos a dar qualquer coisa, é um gesto egoísta - há umas semanas estive numa acção e bem vi ao que lá andavam os voluntários, à cata de se sentirem melhor com eles próprios, estão-se a borrifar para essas pessoas que vivem na rua, até dá jeito para uma vez por mês, é fazer uma sopa e desfazerem-se da roupa que já não está na moda, no fim de tudo sentem-se magnânimos e poderosos, construtores de um mundo melhor.

mas porque é Natal, porque Natal pode ser acreditar e ter fé, eu preciso de acreditar que aquilo que mais quero para mim (sim, é mais um desejo egoísta) vai acabar por acontecer. é que quando estamos melhor também conseguimos ser melhores pessoas. ou então é só porque quero mesmo muito (e acho que mereço) que o meu sonho se realize.

sonho para 2013

brasil

plano para 2013

[londres, com a filha adolescente.]

factos da vida

o meu site favorito

gosto de tudo.

espero que a swiss miss também viva do blog.

há quem coleccione bases para copos

eu colecciono links.

design

designer é um ser que acha um círculo fascinante.

e uma palete de pantones.

não é fácil explicar. não é fácil entender.

é como a fé, acontece (ou não).

basicamente, isto

às vezes sermos melhores é simplesmente querer ser diferentes de outras pessoas com as quais não concordamos.

gostar de ruivos

[normalmente, não gosto]

o que tenho a dizer sobre não sei quê pedir as facturas blah blah blah

não sou fiscal das finanças. se quiserem que me torne um, paguem-me para tal.

a minha palavra para 2013

tem orgulho de ti.

do que fizeste

do que não fizeste.

do que ainda vais fazer.

dos teus avós.

dos teus pais.

de não seres perfeito.

de não teres de ser perfeito.

de seres tu.

a minha palavra para 2013 é Acredita (acredita, apesar de tudo).

quote of the day

“Association:

Who you hang out with determines what you dream about and what you collide with.

And the collisions and the dreams lead to your changes.

And the changes are what you become.

Change the outcome by changing your circle.”

- Seth Godin

o melhor amigo

a um melhor amigo não se mente, mesmo que seja para ele se sentir melhor.

a um melhor amigo não se deixa ficar na merda, mesmo que ele tenha feito erros atrás de erros.

a um melhor amigo não se deixa fazer figuras tristes, mesmo que tenha piada assistir.

um melhor amigo é para sempre, mesmo se muitas vezes ele está a ser parvo e não estamos com pachorra.

a um melhor amigo dá-se um abraço quando ele está triste, quando não há nada que o possa animar.

[não há nada melhor do que ser o nosso próprio melhor amigo].

sejam desonestos quando for preciso

digam à amiga que ela está gira com o corte de cabelo novo

digam ao chefe que ele está com um ar muito jovem

digam à mãe que adoraram o presente dela

mas nunca mintam quando as coisas não correm como querem

se um amigo se zangou com vocês, é provável que a culpa não seja só dele

se um trabalho não correu bem, é provável que a culpa seja em grande parte vossa

se um namoro se foi embora, é provável que a responsabilidade seja de ambos

pode ser mais fácil fingir que o mundo está contra nós - mas só faz com que façamos os mesmos erros porque nunca aproveitaremos a oportunidade para aprender com eles.

e fazer a depilação no inverno

há um ano na FutureMe.org escrevi um mail a mim própria.  recebi-o hoje.

estou orgulhosa de mim há um ano. e agora.

só na minha carreira é que não evoluí (mas ainda conto fazê-lo).

tenho a minha autoestima nos píncaros, só é pena que isso na realidade não tenha qualquer tipo de serventia.

pequeno desabafo intimista

algumas pessoas têm medo de morrer sozinhas. eu tenho medo de morrer acompanhada.

gostar de casamentos

once wed

coisas que a minha vida profissional me mostra

em portugal os pequenos empresários não sabem gerir pessoas - isso não ajuda as empresas a crescer - mas ajuda-as a ir à falência.

há um kharma profundamente mal resolvido que tenho de ultrapassar (eu que não sei lidar com a autoridade, mas mesmo assim estou muito melhor desde que comecei a trabalhar).

sei agora (estou a ficar cabalística, isto é de ler o zimmler) o que tenho a aprender com o que me tem acontecido. às vezes acho que já aprendi tudo mas não é verdade.

a sério, small fish big pod, por favor.

não leio babyblogs

mas acontece-me ler blogs de pessoas que são mães. mães a sério dessas que muitas vezes estão cansadas e fartas e que gostavam de ser como as outras (não mães) que dispõem do tempo delas e podem passar um fim de semana inteiro a ver filmes ou dormir até as 4 da tarde.

entendo isso muito bem porque eu já fui assim também, mãe a tempo inteiro e fartinha de trabalhar 24/7 sem direito a férias nem baixas por doença.

depois descobri que os filhos crescem, chega o dia em que nos deixam dormir até as 4 e até agradecem porque não os chateámos e não precisam de nós para nada, podemos pagar-lhes para que vão almoçar fora ou desapareçam o dia inteiro (que é o que querem, mesmo) e tudo se resume a uma questão de carteira apenas porque ainda são obrigados a andar na escola e depender de nós (há este desfasamento entre aquilo que a sociedade acha que é a idade da independência - aos 18 anos - e a idade em que nos sentimos mesmo independentes - aos 13).

e fico com pena de não ter intuido que as coisas eram assim, mesmo que possa aplicar outro modo de ver as coisas ao filho que ainda não é adolescente, há pelo menos um que me escapou.

quero isto (se algum dia voltar a ter uma casa só minha)

mr cup

gostar de embalagens

dieline

gostar de ferraris

impossible cool

gostar de árvores

daqui

gostar de papel

daqui

coisas que me acontecem

sou parte de uma campanha que ainda não saiu mas vai sair nas rádios, jornais e televisões. e da qual em orgulho (mesmo não tendo uma fotografia minha nisso).

advice needed

pessoas conservadoras, como fariam voces para conseguir que um homem conservador vos levasse conservadoramente a jantar sem que ele se apercebesse que eram voces que o estavam a levar a isso?

a minha filha cresceu

não é mais a menina que vinha a correr para mim a rir quando a ia buscar ao planaltinho.

a minha filha cresceu e ficou uma pessoa mais parecida comigo: comove-se com fotografias de beijinhos, com declarações dos amigos, gosta de sair, de palhaçadas, de fingir que não fuma, de tachas nas roupas, do photoshop, do tumblr, de mandar tudo para o caraças e depois ficar cheia de remorsos porque o fez.

mas porque a minha filha cresceu e ficou parecida comigo (todos os dias um bocadinho mais) ficámos cada vez mais longe uma da outra.

a minha próxima casa

tenho a certeza que fui feita para ter esta casa.






é perfeita

um dia acordas e percebes que já não acreditas em nada

hoje foi o dia.

talk about stress free

hoje quando vi aquela reportagem da comunidade (quase) auto suficiente no alentejo que se dedica à permacultura e outras merdas apercebi-me (mais uma vez) que a minha vida sucks big time.

é tempo de mudar de novo, ah pois é.

o meu filho é mesmo o mais fofo (repito-me, já sei)

[eu a fazer pequeno questionário sobre as miudas da escola e hipotéticas namoradas]

- essa não é da minha turma.
- mas é da escola.
- mas se não for da turma não passo o dia com ela
- então, mas isso não faz mal.
- oh mãe sei lá, não quero saber de miúdas, tenho idade é para me preocupar com videojogos.
[hesita por uns segundos]
 e com a porcaria dos impostos que o governo quer cobrar!

coisas que não têm piada mas eu rio-me na mesma

acontece-me responder a um anúncio para designer gráfico e pedirem-me (para passar à próxima fase do "recrutamento") propostas concretas para desenhar logotipos ou até mesmo o site inteiro da empresa.

fico na dúvida se consideram que lá porque uma pessoa é designer tem deficiências cognitivas graves ou se assumem que são muito "empreendedores" conseguindo trabalho à borla sem lhe chamarem estágio.

mas dou-me sempre ao trabalho de responder mandando-os para o real caralhinho, polidamente.

life sucks and then you die

quando recebes uma mensagem querida da tua filha adolescente quando estás atrasada e não há trânsito quando conheces uma pessoa com quem te identificas mesmo quando descobres que para a semana há um feriado do qual nem te lembravas quando encontras um sitio onde gostavas de viver (e talvez possas pagar) quando a tua série preferida lança uma nova série quando acordas tarde e afinal é fim de semana quando resolves fazer a tua comida favorita e ficou mesmo boa quando descobres um escritor novo de quem gostas muito quando alguém te oferece um presente que adoras.

sim, a vida é basicamente uma merda, mas depois há estes momentos.

nasci depois do 25 de abril

e possivelmente por isso nunca entendi a posição do meu avô que perdeu a maior parte dos amigos dele por motivos políticos.

a política sempre foi para mim uma coisa morna, com entendimento pacífico entre oposições e uma discussão saudável.

os amigos do meu avô eram oficiais carreiristas do exército, vindos de boas famílias, a quem interessava defender o status quo que a ditadura lhes proporcionava. ao meu avô também (sendo oficial do exército), mas nem por isso o fez e desprezou quem escolheu esse caminho - mesmo o melhor amigo.

foi preciso este momento de crise para entender o meu avô e nunca poderei dizer-lhe como afinal somos mais parecidos do que pensei, porque ele morreu há 6 anos.

coisas que me fazem rir (para dentro)

durante anos o estado - alternando entre um estado governado pelo PS e um estado governado pelo PSD - andou a subsidiar os construtores civis e a banca fazendo com que todos os portugueses tivessem uma casa sua (porque arrendar é para países pobres, como se sabe).

agora vão receber imis e imts à séria desses proprietários a quem proporcionaram uma casinha mesmo sua.

toma lá bolachas.

ao mesmo tempo a banca, enterrada em créditos à habitação que não consegue cobrar, nada agora em imóveis que vende ao desbarato, fazendo assim com que todos os imóveis deixem de valer seja o que for (porque apesar de tudo controlam o mercado imobiliário) e perdendo ainda mais dinheiro porque minam o seu próprio mercado e cobram spreads que a maioria não consegue pagar (porque o spread aumenta com o incumprimento).

toma lá bolachas outra vez.

fuck my life

quanto mais fodido estiver o país mais trabalho eu tenho. mas ganho o mesmo e pouco, para a quantidade de trabalho (qualidade não, é um facto) que tenho.

por isso paguem as dívidas e não vão na conversinha de merda dos bancos, é o que tenho para vos dizer.

(estar em contra ciclo nunca é bom).

sou uma boa cidadã

vou fazer queixa dos serviços públicos e de quanto nos cobram por eles em portugal e mandar para aqui.

aceita

que vais ter dias maus

aceita que alguns amigos vão deixar de o ser

aceita que vais sofrer por amor

aceita que se calhar não vais conseguir aquela carreira

aceita que alguém vai gritar contigo sem mereceres

aceita que os teus filhos vão fazer coisas de que não gostas, muitas vezes

aceita que este ano ainda não vais à Índia

aceita que uma pessoa de quem gostas não vai gostar de ti

aceita que vais ficar doente às vezes

aceita que muitas vezes não te vai apetecer

aceita que há pessoas mais novas e mais giras

aceita que quase nunca vais dormir tanto quanto te apetece.

e depois.

dorme quando puderes

diverte-te com os teus filhos enquanto eles não estão completamente parvos

faz planos para a Índia para o ano

planeia uma carreira diferente

sai mesmo sem te apetecer

diz à pessoa que te gritou para falar mais baixo, sem gritares

sai com pessoas novas

lembra-te de todas as pessoas que já gostaram de ti e de quem não gostaste

(parece um anúncio do sumol e é, mas sem o budget)

aceitação é A (minha) palavra de 2012.

"pregar um prego na cabeça até um tipo cair morto"

o branqueamento da História que os Alemães fazem, escondendo o melhor que podem de si próprios as atrocidades cometidas durante a WWII, não é diferente daquele que nós fazemos em relação à Guerra Colonial e muito particularmente em relação aos Descobrimentos.

Fomos grandes, fomos ricos, os mais ricos da Europa, por causa do ouro sim, por causa das especiarias não, por causa dos escravos sim (sobretudo por causa dos escravos). Todos tivemos História no Liceu e em quantos livros está isso escrito? Está bem, por vezes a realidade é mais dura do que podemos suportar e é assim para a Alemanha também.

Mas neste momento a História não tem (nunca terá) tanta importância como o presente. E se devíamos ter aprendido alguma coisa com o passado (europeus, cidadãos do mundo em geral) é que estamos todos ligados, dependemos todos uns dos outros, se lançarmos uma bomba atómica no outro lado do mundo estaremos a comer cereais com radiação daí a uns dias, se explorarmos um país durante uns anos daí a umas décadas estaremos a ser explorados por eles, se forçarmos um povo à miséria para mantermos um sistema que não funciona, entraremos também na miséria quando o sistema ruir porque as estruturas que o mantêm só funcionam em conjunto.

Vivemos rodeados de informação e continuamos ignorantes como sempre em relação aos Humanos (a nós próprios).

já sei que ninguém tem o seu emprego de sonho

but a girl can dream.

quero um emprego onde possa usar pijama todo o dia.

ou

paginar a vogue austrália (aposto que se vivesse na austrália já me apeteceria levantar de manhã).

começo a detectar um padrão

todas as mensagens que a minha filha me manda são com links para sites onde vendem tenis ou telemóveis. será que me quer dizer alguma coisa? será que afinal não se lembrou apenas da mãezinha e de lhe mandar uma mensagem fofa?

dialogos possiveis

filha dixit: professora de EV sucks.

mãe dixit: para ser artistica não precisas de aulas de EV.

filha dixit: e eu pratico, em casa.

mãe dixit: reblogar fotos no tumblr não conta como arte.

filha dixit: fotografia é uma arte!

(mãe pensou em todas as vezes que tinha sido idiota na adolescência e encolheu os ombros).

aquele momento confuso

em que uma pessoa com quem simpatizas acaba com um tipo giiiiiiiiiiro.

dormi mal, basicamente foi isto

qual é o interesse de colocarem fotos em redes sociais de há 20 anos ou cheeinhas de efeitinhos para esconder as imperfeições?

se já se aperceberam que não são o brad pitt mais vale serem honestos, what's the fucking problem?

felizmente a maioria de nós não é o brad pitt.

hoje acordei sem esperança

amanhã não sabemos (e, claro, espera-me um dia de merda pela frente).

na minha encarnação anterior devo ter sido um homem gay

não imaginam como é triste ser uma mulher tão visual.

o meu é quando passo metade do dia com medo de me enganar numa merda importante no trabalho. gosh, a minha vida é um buraco.

já passou

estarmos demasiado expostos a um assunto, por muito que necessitemos dele, dá cabo mais tarde ou mais cedo da nossa (minha) sanidade mental.

foi por isso que deixei de ler blogs políticos. foi por isso que fiz hide a todos os updates de pessoas que só falam de política no face e é por isso que estou com phones agora.

prometo que vou tentar (mesmo) não falar mais sobre política ou sobre a crise.

o que a crise nos deixou

o josé gil diz que somos infantis e somos:

não procuramos saber a fundo aquilo que questionamos e aceitamos como certo o que nos dá prazer ouvir (e actualmente temos todas as ferramentas de busca do mundo)

gritar com quem nos está a prestar um serviço (empregado de café ou seja lá o que for) é a atitude cobarde de quem não tem coragem para reclamar com o sujeito correcto (o superior hierárquico que nos humilhou).

utilizar uma cunha para ter uma vaga para um filho numa escola melhor é a mesma coisa que desviar de fundos e mandar um banco para a falencia (o pressuposto é o mesmo).

se queremos mudar podemos começar por aqui (mas, meus fofos, ninguém gosta de mudar).

a crise explicada pelos adoradores do mercado

era uma vez uma série de países que se consideravam o velho continente mas cujas economias nunca chegavam perto da de países que tinham colonizado eles mesmos, nomeadamente, a dos bárbaros-comedores com as mãos-incultos americanos.

aborrecidinhos com esta causa, os países desse continente superiormente culto e inteligente resolveram juntar-se até formar uma união de tamanho semelhante à dos bárbaros (porque o tamanho interessa, todas as mulheres e até mesmo alguns homens sabem isso).

assim foi que deram origem a essa bela criança de seu nome "euro" que, tendo dezenas de paizinhos e mãezinhas pronto a acarinhá-lo, foi crescendo melhor numas casinhas do que noutras, até porque a atenção e a disciplina (aka fiscalidade) era completamente diferente numas do que nas outras - o que faz todo o sentido numa união financeira!

enquanto se debatiam para ver qual deles conseguia fazer chichi mais longe, o euro e dólar iam comprando rebuçados às outras economias que nunca seriam concorrência para eles, esses miudos pobres e descalços da india, china e alguns palops.

de repente, surpresa!:  esses desgraçados lhes que costumavam fazer os tpcs e projectos da escola por meia duzia de tostões eram agora quem lhes andava a comprar os brinquedos que - por falta de dinheiro para outras necessidades mais básicas - iam sendo obrigados a vender.

a surpresa não seria surpresa nenhuma se entretanto esses ídolos (mercados) maravilhosos tivessem ouvido aquilo que andaram a dizer desde sempre: que os recursos são finitos e escassos.

estava tudo bem desde que fossem escassos para outros.

generation gap

a minha filha acha inacreditável que eu prefira ficar em casa a ir à bica numa sexta feira à noite. eu acho inacreditável como é que demorei tantos anos a entender que prefiro (ela, claro, não prefere, mas também não vai).

nunca é demais dizer que o meu filho é o mais fofo

de manhã enquanto demorávamos no meio do trânsito expliquei-lhe sucintamente a crise e porque era tão difícil combatê-la (sim, os miúdos vivem aterrorizados com isto da crise). no fim perguntei-lhe o que é que ele faria se fosse do governo, para acabar com a crise. ele respondeu:

aumentava menos os impostos, porque seria melhor ir pagando a dívida mais devagar mas sem destruir o país.

(resta-me dizer que a seguir lhe expliquei porque é que não pode ser assim).

john cusack

és tão fofinho, quase um kevin costner ao contrário, que era capaz de ver todos os teus filmes.*

*fofinho as in, só faz filmes decentes.

não tem este blog nenhuma pretensão a ensinar nada

a ninguém. isso é óbvio para quem já me leu pelo menos meio post.

em todo o caso fica aqui a minha reflexão do dia: enquanto esperam que o outro volte é o momento em que as melhores oportunidades passam ao lado.

precisei de 37 anos para descobrir isto, mas ainda assim, parece-me pouco tempo.

anda por aí uma dessas teorias

paulo coelhescas (eu culpo mesmo o paulo coelho por todas as idiotices de frases feitas cheias de positivismo superficial) que diz quando menos esperarmos é que nos vai acontecer o que mais querermos.

nem vou debater a demagogia da frase, assim escrita fica bastante evidente que quando se quer alguma coisa já se está implicitamente (em menor ou maior grau) à espera que ela aconteça.

faz parte da nossa natureza esperar pelas coisas. é por esperarmos coisas que conseguimos resistir à merda dos dias que se arrastam, da certeza da morte, da infelicidade que espreita.

esperamos mudar de emprego esperamos ter uma casa esperamos por um amor que nos faça feliz esperamos ter um dia dinheiro para comprar aquele casaco esperamos que um amigo nos conforte num dia mau esperamos que a crise passe esperamos que uma pessoa que está doente fique melhor esperamos que os nossos filhos não sejam assim para sempre esperamos que amanhã não esteja transito esperamos um dia ganhar o euromilhões.


esperar é mesmo a melhor coisa que podemos ter.

o meu filho a ver o telejornal

mãe, vão fechar os blocos de parto. ainda bem que eu já nasci!

(é o mais fofo)

a crise portuguesa explicada em 4 linhas*

há 20 milhões de desempregados em portugal mas o camilo lourenço ainda não é um deles (juro, hoje de manhã ele foi buscar o tema "contrabando" para criticar os empresários que não estavam contra a subida da TSU - uns palhaços, segundo ele - porque quando os impostos sobem há "contrabando") 


*sem tocar no ponto UE, do qual não sou particularmente adepta.

às vezes esqueço-me de como há só uma pessoa em portugal a escrever bem sobre o amor

depois felizmente a Ana lembra-me:

O amor, para quem é mais novo e não sabe como fazer, não é uma técnica ou uma táctica. Não há segredo. Não há lições. Ou se ama ou não se ama. Ou se é também amado ou não se é. Esperar é o melhor conselho. Experimentar é o pior.

é isto (ou coincide especificamente com a minha maneira de ver as coisas)

coisas que eu vi no metro

um grupo de alemães a segurar uma porta da entrada do metro para 10 passarem pagando apenas uma viagem.

e provavelmente acham que está tudo bem porque estão em portugal, esse país que não presta e anda à conta dos países espetaculares (como o deles) há anos.

a televisão para além dos debates

adoro essas mulheres que pintam o cabelo de loiro, fazem operações às mamas e depois declaram ao mundo:

vou provar-vos que sou muito mais que uma loira burra.

o que se passa dentro daquelas cabeças não deve diferir muito do pensamento do cão quando anda atrás da própria cauda.

neste blog não escrevo sobre política

[nem noutro lado].

não porque não sinta o mesmo que os outros, que as medidas são exageradas e geradoras de uma crise mais profunda, mas porque percebi finalmente aquilo que a minha amiga que não vive em portugal há 15 anos sempre me disse. que aqui há-de ser sempre assim.

8 anos

a mãe pode ouvir as musicas da treta todas que quiser no carro desde que não se ponha  a dançar.

(tinha tantas saudades de o levar à escola).

adolescencia

somos uma espécie de atm com pernas.

conclusão aos 37 anos

e porque não me apetece escrever sobre os 18% embora a minha mente não pare de pensar em desgraças:

all cute guys are gay*

* em inglês porque em português nada parece ter o mesmo efeito.

porque nunca hei-de ser uma blogger famosa

ambos os meus filhos partiram o queixo e foram cosidos no hospital (em diferentes ocasiões) e nunca me ocorreu postar fotos desse facto memorável aqui no tasco.

agora vou só ali apertar o cilício por nunca ter sido a mãe que eles mereciam.

o que eu acho

um dia o facebook vai deixar de ser o sítio onde as pessoas se acham um máximo, queixam, mostram, armam e colocam fotos que ninguém quer ver e passa a ser um guia de compras-restaurantes-lojas de coisas feitas à mão e de bikinis importados do brasil.

os filhos vão-se todos os dias

quando vejo fotos dos meus filhos mais pequenos tenho pena que eles tenham crescido, como todos os pais. os meus filhos pequenos foram-se. é verdade que me deixaram aqui uns maiores mas não é a mesma coisa. todos os pais sentem isto e não sabem explicar porquê - porque nós também queremos que eles cresçam, não gostaríamos que eles ficassem assim.

a verdade é que sim, eles estão lá, mas são outros. não dizem as coisas fofinhas de bebés. não se enroscam no nosso colo quando têm sono. mas conseguem jogar às cartas connosco. gostam de ir às compras. partilham vernizes e peças de roupa. passam horas sem nos chamarem.

ao contrário do que muitos pensam, não temos pena que eles crescam porque estamos a envelhecer - isso é outra coisa - temos pena porque sabemos que não vamos voltar a ter aqueles momentos - mesmo que tenhamos outros.

o mito

o nr. 1 de dois posts abaixo fui eu a assumir a minha falta de talento para o design. vou-me dedicar exclusivamente a algo que possa fazer, não criar. fazer é fácil e não desilude. basta acertar, não precisa de "ser aceite".

i feel old

recebi um email que dizia "a ruga gosta de si" e em seguida muitas fotos da Alex Lencastre vestida como uma pega que passou da idade para o serviço e ainda não se apercebeu.

meus amigos da ruga - sim, eu tenho algumas e assumo-as - mas nunca vou ter tanto mau gosto como essa senhora.

voltei!

não, calma paparazzis, eu não voltei.

na minha mui misteriosa e preenchida vida aprendi entretanto que:

1 - quando uma coisa só nos dá desgostos, talvez seja tempo de abandoná-la.

2- aprende-se mesmo com quem achamos que não temos nada a aprender.

3- sim, quase morrer é muito diferente de morrer mas não nos traz nada de novo de aproveitável (isto já foi em fevereiro, quando todas as pessoas da minha familia e eu fomos para o hospital envenenados e fizemos tratamentos, ninguem morreu nem nada, mas posso garantir que ninguem teve nenhuma revelação espetacular lá por isso).

4- ah pois é, a vida é uma grande merda 99% do tempo, por isso se não souberem aproveitar esses 1%, azar o vosso.

5- nunca vou ser uma pessoa fofinha e se fossemos todos assim não haveria espaço para outras pessoas. não fofinhas pois.

6- vou sempre sentir falta de alguma coisa e de algumas pessoas. tenho de aprender a viver com isso.

7- a unica coisa de que me vou arrepender para sempre é de não dizer as merdas que sinto na cara de quem as merece mesmo. e é só nisso que tenho de me focar.

medula: dadores precisam-se

não voltei, estou só a partilhar um texto porque 1. pediram-me, 2. acho que não há nada mais importante no mundo do que salvar a vida de uma criança:

"Tens um mano na tua barriga?" - entrou de rompante pelo meu quarto. A mãe, internada no quarto ao lado, tentou demove-la. " Não incomodes a senhora! Anda cá!". Mas ela continuava a olhar para mim, de pé, à beira da minha cama de hospital. Olhos azuis, cabelo louro, 4 anos de gente."Também tens um mano na barriga?"- insistia. Pego-a ao colo para se sentar aos pés da cama, leve que nem uma pluma. "Cuidado com o meu cateter!". A mãe, pálida e com ar gasto, grávida do mesmo tempo gestacional que eu, a contar-me da leucemia da filha, dos tratamentos de quimioterapia, da gravidez que pode ser uma esperança de vida, de mais vida ainda, o verdadeiro milagre da vida, para a filha que já vive. Das possibilidades de compatibilidade do novo bebé, que entretanto ganha pouco peso no útero, fruto do sistema nervoso da mãe que, internada, não acompanha pela primeira vez, em dois anos e meio, o ciclo de quimioterapia da filha."Tens um Bobi?"- fita-me, a pequena, de olhos pregados no suporte com rodas que me eleva o soro. E a mãe sorri, gasta e cansada, velha no pico dos seus 26 anos, a aguardar um milagre que são dois, agora. O bebé só tem um rim mas não lhe importa. A doença da filha ensinou-a a racionalizar a realidade. "Vive-se só com um rim, eu quero é que ele nasça bem, mesmo que não seja compatível,. Quero- os aos dois, bem! Percebe-me, não é?" Percebo tão bem.E a menina canta- me aos pés. Elevo-a no elevador da cama, fica alta no cimo do colchão elevado. "Vou tocar no sol!"- e não parece doente, enquanto escorrega pelas minhas pernas, se ri às gargalhadas e folheia um livro que me ofereceu uma leitora deste blog.A mãe a insistir que me deixe sossegada, sorriso exausto. Está desempregada, " ninguém dá trabalho a uma mulher que tem que faltar uma semana por mês para acompanhar a filha na quimioterapia". E, agora, internada. O marido teve que meter baixa para a substituir- "o dinheiro da baixa não vem logo no mês em que gozamos a baixa, este mês nao sei como irá ser". A filha, tagarela, dá gargalhadas e, por um momento, o sorriso abre-se, alheio aos problemas. Acaricia a barriga, como que a regar o crescimento do bebé que aí vem.Falamos dos bebés que esperamos. Chega mámen para a visita, senta a menina ao colo, faz-lhe desenhos a pedido. A mãe elogia o jeito dele para desenhar. Mostro- lhe a fotografia da parede do quarto da Ana, pintada por ele. A menina pergunta se ele lhe pode desenhar uma Kitty na parede. Sorrimos os dois, cúmplices. Hoje toleramos a Kitty. Sim, irá pintá-lá, logo que a mãe regresse a casa. A menina salta de alegria.Chega o jantar, a mãe e a menina recolhem ao seu quarto, não sem antes a pequena insistir: "Tens um mano na barriga?".Lembro- me das discussões que temos tido acerca da preservação de células estaminais. Banco Público ou empresa privada? Se colocarmos no Banco Publico e aparecer alguém que precise, a nossa filha fica sem as suas células disponíveis. No Privado as células serão sempre guardadas para ela.E a menina ali ao lado, a precisar de um transplante de medula. Não pode haver egoísmo na humanidade. Nem umbiguismo. Se a nossa filha fosse compatível, não hesitaríamos um segundo, sabemo-lo com o olhar, as palavras não são precisas.E, finalmente, respondo "Sim, tenho uma (m)Ana na barriga!". Porque todos os bebés deveriam ser irmãos da menina.A minha sê-lo-á."

[mais informações é só seguir o link que está no texto todo]

sabes que a tua vida

sucks em todos os sentidos quando a maior alegria que tiveste desde o início do ano foi o teu carro ter passado na inspecção.

acho que já chega disto, tenham uma boa vida e até sempre.

a minha avozinha

que era da terra e um poço de sabedoria e intuição certeira dizia, sobre os homens que gostam de homens:

"todos os que parecem são, fora os que não parecem".

nunca me esqueci deste precioso ditado, que se tem provado 100% correcto (just a heads up).

blogger's rules

não faz mal ser feio se tiveres um blog. se não puseres fotos e escreveres como se tivesses sucesso com mulheres que não são feias, vais-te convencer que és lindo (chama-se ficção).

até que idade se pode usar mini saia?

para o meu filho é até os 18 (miudas de 18 são velhotas e sim, é machistinha mas guarda as opiniões dele a menos que inquirido sobre as mesmas), para a Tina Turner é aos 70, e para o resto dos mortais?

silencio

faz-me tanta falta. preciso de silencio em doses altas, tão altas que me façam ficar farta dele.

meus amores

o engate blogger já era, o do facebook também já deu o que tinha a dar, diz que agora o twitter é que é.

eu nem tenho conta, por causa das coisas.

blogger's rules

queres ser um blogger famoso? escreve posts básicos para QIs abaixo do idiota, posta fotos de roupa do mais banal que existe (Zara ou H&M), fala das coisas desinteressantes que os teus filhos fazem (quanto mais mal educados forem, melhor, as pessoas acham muita graça quando os meninos dizem asneiras e isso). ah, e torce pelo benfica.

o que farias se entretanto não tivesses feito outra coisa?

quando descobres uma thread de mensagens antigas no facebook (e são muitas e longas) com alguém com quem nem falas actualmente e ficas cheia de saudades desse tempo.

não sei o que tenho andado a fazer ultimamente mas não gosto de tudo o que acabei por não fazer.

flexibilidade

o meu filho, cansado da minha falta de atenção quando fala sobre os jogadores de futebol de que gosta, passou a adicionar "aquele que a mãe acha uma brasa" ou "este é giro, para a mãe" antes de dizer o nome deles.

se tiver que falar do Insua é que não se safa.

o momento mais confuso

é aquele em que deixamos de acreditar em alguma coisa.

eu também trabalho de graça

se acreditar mesmo num projecto.

e acredito que as empresas que colocam empregados a full time como estagiários administrativos sem remuneração devem ser todas denunciadas ao ACT.

o que farias se soubesses que não podias falhar?

ao ver um filme estúpido na televisão lembrei-me que a maior parte das coisas que deixamos de fazer na vida (e que poderiam mudá-la para tão melhor) é por medo.

temos medo de falhar porque o nosso cérebro regista as tentativas de falhanço anteriores e, de cada vez que tentamos fazer algo semelhante ao que originou más experiências no passado, emite um sinal de alerta que nos deixa sem vontadinha nenhuma de voltar a arriscar (o professor damásio explica).

acontece que quanto mais velhos somos, mais sinais de alerta vamos recebendo de dentro do nosso próprio cérebro - porque experienciámos mais coisas (boas e más). é por isso que com a idade vamos arriscando cada vez menos. basicamente compensamos (negativamente) o nosso conhecimento interior alargado com uma menor motivação para mudar.

talvez seja possível reverter um pouco este processo se estivermos constantemente a experimentar coisas novas (acho que este meu raciocínio merecia uma viagem de um ano pelo mundo, era tão bom) mas ele irá sempre acontecer até chegarmos à velhice (em que seremos completamente inflexíveis à mudança).

e vocês, o que fariam se soubessem que não podiam falhar?

adolescência

fico parva quando vejo mães a conversar com filhas adolescentes. a minha filha adolescente não vive comigo e só me fala para pedir dinheiro. o resto do tempo que passa comigo (2 jantares de 15 em 15 dias) é só malcriada.

filha 1 - mãe 0

se o outro me faz isto atiro a toalha ao chão (eu nunca quis ser mãe, devia ter seguido os meus instintos).

na bloga

como na vida há pessoas que sabem que são boas e são de facto, as pessoas que têm a mania que são boas e não valem nada e as outras.


ter autoestima é fantástico, mas assumir que alguém para além da vossa família mais próxima está minimamente interessado nas gracinhas dos vossos filhos (os meus têm sempre muito mais piada), na roupa que levaram hoje para o trabalho (eu visto-me melhor) ou nas piadas secas que vocês contam (eu nem conto piadas e mesmo assim tenho mais graça) é só ser aquele tipo horroroso no recreio do liceu que "já comeu as miudas todas"  -  toda a gente já o ouviu e disse que sim, mas sabemos que ele vai morrer virgem.

futebol

sei muito de futebol porque tenho um filho que só fala nisso (felizmente não gosta do euro).
sei por exemplo porque raio o peter chech, que é o 5º melhor guarda redes do mundo, usa um capacete.
sei o que é um fora de jogo, o tempo de compensação por cada substituição e quem ganhou a última taça das taças (Lazio), que foi extinta em 2008.

detesto futebol.

parenting*

pelo menos quando era pequena a minha filha não me odiava.

*uma adolescente.

férias

o que o mundo acha: lá para a páscoa se calhar convém arranjar casa para férias.

o que a minha mãe acha (todos os anos): as pessoas estão muito pobres e ninguém vai alugar casa de férias este ano.

o que realmente acontece: mãe fica agarrada nas férias, sem casa para alugar. por vezes consegue convencer pai a desembolsar 3X mais por uma casa nos próprios aldeamentos, mas presumo que este ano nem por isso.

coisas que me encanitam

quando alguém tenta arranjar clientes dizendo "ai que estou desempregada, não presto para nada, mas coitadinha de mim, vou ficar desempregada se não me encomendarem cenas e sou tão desgraçadinha, os meus filhos vão morrer à fome, blah blah blah".

a sério? têm orgulho nisso. força, então. eu teria vergonha.

agora que a câmara corporativa está em pousio

(o blog pago com dinheiro do estado para manter a imagem do PS nos tempos do Sócrates) temos o Camilo Lourenço.

corações ao alto, ainda há quem assuma que um cargo político conquistado através do graxismo mais básico tem valor nos dias que correm.

comia tanto isto agora

via whatkatieate (são todas lindas, as fotos)

pachorrinha

ocorreu-me agora que as pessoas se levam muito a sério. a elas, aos dramas delas e à vidinha de merda delas. os problemas são probleminhas menos para as pessoas que têm cancro, ou que têm um filho doente, ou que - foda-se - estão a morrer de uma merda qualquer e têm dores.

tudo o resto é tinto, façam por ter uma vida melhor, não por ter uns sapatos para meter inveja. eu nem consigo invejar peças de roupa. agora vidas, ah isso sim, invejo (mas vidas recheadas, não armários da roupa).

house

nunca fui fanática do house até ouvir o hugh laurie falar com o seu sotaque natural (britânico), no behind the scenes do house. rawwwwwwwwww.

ensina-se as crianças a não dizer asneiras

mas nunca ensinamos ninguém a não falar como as pessoas que vão a andar na rua e são entrevistadas para a televisão.

a sério, dizer coisas como "não desmereço nem me inspiram qualquer trejeito os efeitos, placebo ou reais, que tais estimulos possam ter sobre a mente susceptivel a recebe-los" não faz de vocês pessoas mais interessantes, só chatos como tudo.

não se incomodem

inglória tarefa a dos anónimos, tentar fazer com que eu me mace com as coisas que comentam.

eu só me aborreço com as coisas que as pessoas de quem gosto me dizem.

e nem todas.

old age

quando nada é tão bom como poder dormir até me apetecer.

do que aprendi ainda não tinha chegado à idade adulta

a vida é simples, não vale a pena complicar. a blogosfera é um penico (como diz a Isa), assim como a nossa cidade é um penico e, se virmos bem, o mundo todo é um penico.

por isso, vive a tua vida como se não tivesses cortinas nas janelas, filtros nas palavras que publicas e proferes, passwords para aceder ao computador e ao telemóvel.

não tenhas nada a esconder. porque se tiveres, o que tiveres - eu garanto - alguém vai descobrir.

errei obviamente na minha vocação

nunca devia ter sido mãe.

o meu filho é mais inteligente do que o simão, o sobrinho da sofia*

filho (já 8 anos) mostra chuteiras pirosas que recebeu nos anos à minha amiga.

amiga - são muito giros.

filho - a sério? ou está a ser sarcástica?

*o meu filho é o mais inteligente do mundo, é um facto.

nós, portugueses*

"Vou repetir MAIS ALTO ... (porque não tive nenhuma resposta (...) -Procuro Engº Informático. 25-35 Anos. Boas condições. (dp não digam que não há empregos, e tal..)"

isto foi uma mensagem que li no facebook, onde o endereço de email que se seguia, para resposta, estava errado. a assumpção de quem publicou o anúncio foi "ninguém quer fazer nada e é por isso que somos um atraso, país de terceiro mundo, etc", quando poderia ter sido "enganei-me a colocar o endereço de email para as respostas".

volto a dizer mais uma vez, protestamos muito mas sempre (SEMPRE) ao lado.

como o tempo que perdemos a discutir se este governo é pior que o anterior, e porquê, quando na realidade devíamos estar a penalizar actos de corrupção, como explica o Paulo Teixeira de Morais,para que as coisas não voltem a acontecer.

se eu não tenho vontade de sair daqui para fora? tenho, imensa. mas sei que todos os países têm defeitos e portanto limito-me a fazer o meu papel, que é o de não pensar pela cabeça dos outros (e dos jornais).

*desenganem-se se pensam que vou falar mal do meu país, que adoro, sei perfeitamente que somos o melhor povo do mundo, com milhares de qualidades, generosos, simpáticos, com vontade de ajudar, tolerância e outras cenas de que não me lembro agora - não tenho o menor desejo de ser nórdica ou qualquer outra coisa.

facebook

facebook

local onde obesos, mentecaptos e pessoas com idade para ser nossos avós praticam desporto. se considerarmos mandar pokes um desporto.

a sério

não me apetece fazer absolutamente nada.

comprei um ramo de espigas porque me lembrei

do meu avô que comprava sempre, embora não por superstição, apenas por hábito.

comprei um ramo de espigas que me fez ter saudades do meu avô.

a principal razão pela qual adoro ser mulher

é poder dizer e dar beijinhos sempre que me despeço de alguém. nunca entendi as mulheres que mandam "abraços".

vários amigos meus do facebook

já deram o seu primeiro mergulho do ano.

e eu ainda não consegui perceber porque é que assumem que isso me interessa minimamente.

não sou a pessoa mais sociável do mundo

e sei que vou acabar sozinha numa casa com cães (coisa que não me preocupa absolutamente nada, a não ser por causa dos cheiros dos cães).

dois amigos chegados que não tinham namoro há algum tempo arranjaram namoro quase ao mesmo tempo. parece que descobriram alguma espécie de pólvora porque (sem que mexam uma palha para isso) de cada vez que falam comigo repetem qualquer coisa como "tens de arranjar namoro", parecendo esquecer todas as vezes que disse (e sim, era a sério) que sou mais feliz solteira.

se eu resolvesse não ter respeito pelas opções de vida das outras pessoas também andava aí a dizer "tens de largar o teu namoro/marido, vais ser mais feliz solteiro/a", mas claro, seria patológica.

coisas que me fazem medo

palhaços com a cara pintada

sapatos de travesti em mulheres

bebés com cara de adulto.

dream job

a mulher certa acha que o meu é ser dona de uma empresa.

nada disso, reflecti cuidadosamente e o meu emprego de sonho é ser CEMA (Chefe do Estado Maior da Armada) - não fazer nenhum todo o dia, ter um salário decente, ter centenas de homens a fazer-me continência diariamente e (a cereja no topo) ter o meu próprio motorista (nunca ter de conduzir, que sonho).

a isto tudo acresce o facto de não ter assim tanta responsabilidade como isso, pois acima de mim ainda teria o CEMFA.

da vida

aquele momento estranho em que entendes que todos os outros desenvolveram mais competências porque delas precisaram precocemente e que agora estás fodida.

do Pingo Doce (em 5 linhas)

custa-me um bocado a entender esta perseguição aos hipers e supermercados. vocês, que acusam o Pingo Doce de abuso qualquer coisa (não me venham com o dumping, isso só interessa aos concorrentes do Pingo) não tomaram ontem café? não puseram gasolina? não foram almoçar fora? não foram à feira do livro? não há pachorra, juro.

um documentário que explica melhor do que qualquer declaração política porque chegámos ao estado a que chegámos*

*deixo à consideração de cada um tomar em conta o que dizem os comentadores, porque obviamente a isenção nos comentários é nula.

fuck my life II

aquele momento estranho em que te apercebes que, mesmo que queiras muito, dificilmente consegues foder mais a tua vida do que ela já está.

25

apesar de ser mais liberalista do que qualquer outra coisa terminada em ista, nunca me ouvirão falar mal do 25 de Abril. fico feliz por ter nascido em liberdade, agradeço isso aos que o fizeram.

também agradeço pelo 25 de novembro, porque sair de uma ditadura conotada com a direita fascista para entrar numa de esquerda nunca seria boa ideia - a liberdade tem de estar acima de tudo num sistema político.

se o estado do país se degradou financeiramente entretanto, não me parece que seja necessária outra revolução - mas sim uma reformulação da democracia.

urgentíssimo que a justiça comece a funcionar, sumarizando os processos menores (o que permitirá acelerar os maiores) e punindo por fim a corrupção no sistema político, que carrega grande parte da culpa pela crise em que mergulhámos.

parece-me a mim que quando os portugueses acreditarem na justiça poderão acreditar um bocado mais no país.

o Paulo Teixeira de Morais tem estado a lutar por isso (antigamente o povo era subjugado pela ignorância das letras e actualmente é pelo excesso de informação e pela informação errónea, há muita gente que não sabe que num jornal uma verdade pode estar escrita de maneira falsa e que chupa tudo como rebuçados).

posto isto, desejo a todos um bom feriado e prometo não voltar a escrever posts políticos (i suck at that, já sei).

(deixei este post programado para dia 25, porque estive fora, e o blogger feito parvo ignorou-o).

um mumy post*

aquele momento em que herdas umas calças da tua filha de 13 anos porque ela não gosta delas.

 * cocó style: eu sou ainda boazona, julgavam que era gorda?

facebook VIII

aquele momento em que um atrasado mental que escreve com kapas tenta mandar-te para a escola porque (segundo ele) trocas as vírgulas por pontos. fucking hilarious.

um baby post*

aquele momento em que as pessoas começam a dizer "que giro" para o teu filho e entendes que ele não está mais giro, só não anda é com a irmã na rua.

tudo na vida é uma questão comparativa.

*cocó style, os meus filhos são mais bonitos que os dos outros.

fuck my life

a única alegria que tinha na vida era andar por aqui a ler umas coisas, a fazer umas coisas e a ver umas coisas.

ontem descobri que a dor e inchaço na mão que tenho há semanas é na realidade um problema causado por muito tempo ao computador.

fuck my life

casa

aquele estranho momento em que a tua filha está mais de 3 horas ao telefone com alguém e pensas "como é possível haver ainda algo a dizer depois da primeira hora?"

post fascista do ano

o que me irrita mais nas pessoas de esquerda é a falta de sentido de humor com que levam tudo, o mundo é sério e cheio de reivindicações a fazer (bom, o RAP é de esquerda e eu rio-me bastante com ele, mas deve ser a exeção).

há quem diga que são melhores em coisas físicas, mas isso não sei.

(eu avisei que era fascista, ok?)

bons conselhos

são todos bons, do Chacho Puebla.

achas que és lindo?

- para algumas pessoas não sou. mas para a maior parte das pessoas sim, sou!

[filho, quase 8 anos, admitindo que talvez nem todos o adorem, mas que nem por isso passam a ser umas bestas invejosas]

nem a propósito (ou de como eu às vezes não tenho razão*)

deste post.


* uma coisa raríssima, atenção.

uma amiga perguntou-me

já não tenho conta ao número de pessoas que me perguntaram isto, imaginando que eu podia saber a resposta.

é possível apaixonar-nos virtualmente por alguém?

nunca soube. 

coisas que me enojam

coisas como a caça que o Corte Inglês organiza (aparentemente matar um elefante no Botswana são 49.500 dólares - até 60 libras de peso, mas há muitos outros animais que podemos matar).

mas como ontem estive a ler um artigo sobre problemas/soluções, nem quero falar sobre isso, só mencionar que não tenciono voltar a pôr os pés no Corte Inglês.

isto sou eu cheia de inveja do camilo lourenço

todas as manhãs me fustigo ouvindo as palavras do camilo lourenço na rádio. comecei por fazê-lo por esperança que um dia ele me surpreendesse dizendo algo minimamente inteligente, agora tornou-se só vontade de embirrar com alguém de manhã (só levo o meu filho no carro, e o meu filho é lindo).

não é burrice, é vontade de agradar ao governo em funções e isso dá-me cabo da pachorra (lembro-me dos colegas graxistas do liceu que apanhavam pontapés nas canelas ao sair para o intervalo).

camilo, ninguém aprecia um graxista, há boas maneiras - maneiras discretas de fazer o mesmo.

lembram-se quando

aqui há uns tempos falávamos que ainda haveríamos de pagar para trabalhar? pois a minha mãe conhece uma miuda que está a pagar para fazer o estágio de arquitectura numa empresa.

agradeçam às ordens.

o post cru

a pessoa tem filhos, vê-os nascer, vê-os crescer e não pensa "daqui a não sei quantos anos eles vão odiar-me tanto que não suportam estar ao pé de mim, vão desprezar tudo aquilo que digo, vão ignorar-me e, não sendo isso suficiente, fazer-me pior pessoa, uma pessoa odiável".

a pessoa não pensa mas [juro] por vezes acontece mesmo.

coisas boas e más

a sério, pais/mães, há muita coisa que os vossos filhos vão fazer na vida porque são assim, não porque vocês os tornaram assim.

whatever

aquele momento estranho em que presencias um tipo qualquer a comparar-se (e superiorizar-se) ao americano mais sexy ainda vivo.

auto estima é bom. noção do ridículo é melhor.

oh pessoas

a blogosfera não está cheia de anónimos maldosos, amargos e de mal com a vida.

isso são os vossos blogs.

aqui no meu é só <3

(blah blah blah, tens meia duzia de leitores - desde quando a quantidade significa mais do que quantidade?)

psicologia de bolso

é quase certo que quando algum assassino/violador em massa é apanhado, se descobre logo a seguir que a mãe nunca lhe ligou nenhuma/era abusiva/permitia maus tratos.

é certinho também que ninguém se preocupa minimamente em descobrir como era a mãe do Einstein ou do Pete Sampras.

porque só interessa culpar alguém quando dá porcaria.

meus amores

ter fama é aceitar que há mais pessoas que não gostam de nós do que haveria se não fossemos famosos. se não tivermos capacidade de aceitar graciosamente este facto, a percentagem aumentará e a fama deixará de ser uma coisa tão gira e produtiva para se tornar num horrendo fardo.

isto não me diz absolutamente respeito nenhum, o meu desejo de fama é zero, adoro-me mesmo como sou, anónima.

clara ensina

só as pessoas que foram pobres é que têm medo de se vestir como os pobres.

todos os outros se estão a borrifar para isso (lembrei-me disto porque o meu filho tem aqui uns polos, devem certamente ser da lefties ou da zippy, são tamanho 5 anos e ainda os veste. em bebés, os miúdos não tiveram sapatos, só quando começaram a andar).

vida III

aquele momento estranho em que o teu amigo homossexual bebe uns copos a mais e ganhas cultura geral sobre sexo entre homens.

vida II

aquele momento típico em que o teu amigo se apaixona por uma pessoa e quer por força que tu te apaixones também por alguém.

vida

aquele estranho momento em que vais celebrar uns dias sem fumar com o maior hamburguer que consegues comer.

facebook V

aquele estranho momento em que fazes like no comentário de alguém que não conheces, porque achaste piada ao comentário, e esperas que essa pessoa não assuma que lhe queres saltar para cima.

facebook IV

aquele momento estranho em que as mensagens publicitárias na coluna à direita são mais interessantes que 90% dos posts da timeline.

facebook III

aquele momento estranho em que deixas de fazer pedidos de amizade e não entendes porque não dá para desamigar pessoas aos molhos tipo "select all - delete friend".

facebook II

aquele momento estranho em que te apercebes que o facebook é o novo hi5, para feios.

facebook

aquele momento estranho em que descobres que tens um sr. já de uma certa idade, turco, com um nome muçulmano como teu subscritor [e pensas, bom, pelo menos não me pediu amizade].

fuck my life

ando em circulos há anos. já todos sabemos o que acontece a quem anda em circulos.

sou tão previsível

o linkedin pede-me que actualize os meus contactos através dos contactos de email. autorizo. o linkedin mostra-me mais de 100 pessoas às quais não estou ligada e que não conheço (normal, o mail está cheio de endereços que não conheço - a maioria de candidaturas para emprego). vou desseleccionando um a um cuidadosamente deixando os que conheço (poucos) e os giros (muito poucos). a 3/4 do percurso desisto e selecciono tudo.

sinais, pois

quando começamos a ver sinais de reforço positivo à tomada de uma decisão que não sabemos bem se queremos tomar é apenas porque já decidimos.

os sinais, se nos esforçarmos um pouco, também serviam para decidir o oposto, se nos tivesse apetecido assim.

quase baby blog*

coisas que o meu filho (quase 8 anos) diz muitas vezes ao dia: rawwwwww, sou um dinossauro gigante. e vou esmagar toda a gente com o meu pénis incrivelmente grande.

e a puta das férias que nunca mais acabam, foda-se.

* mas podem descansar, almas fofas, nunca porei aqui fotos nem descrições detalhadas das doenças das crianças, acho isso quase pornográfico e profundamente desinteressante.

a minha memória está óptima, obrigadinha

posso detestar as medidas do governo actual. mas não sou tão ingénua que me esqueça que a maioria delas se devem ao governo anterior.

boas notícias (e verdadeiras, o que actualmente é uma espécie de preciosidade)

gosto muito muito de ler a Dora. aqui há uns tempos a Dora fechou o blog e agora (por um acaso porque a Dora nunca se lembra que eu existo) descobri que voltou. finalmente, boas notícias.

*disclaimer: este post não é publicitário, não fui paga para escrever isto, não sou amiga da Dora que nem conheço pessoalmente.

não nasci para salvar o mundo

nem as pessoas de si próprias.

façam-me um favor (mínimo), quando alguma notícia parecer má demais para ser verdade, procurem a verdade. é que muitas vezes não está na fonte de informação que a propagou.

you can only be as good as your taste

o que eu digo por palavras a pipoca explica com imagens.

hoje em calhando também podia ser o fim do mundo

2ª feira, 2 de Abril de 2012 (somando os algarismos da data de hoje dá 2 como resultado).

e se os Maias ou lá o que é foram mal interpretados?

pensem nisso.

o que fariam se soubessem que hoje era o último dia que tinham para viver?

se algum dia voltar a casar será aí, nos eua

[porque quando voltar a portugal terei o meu estado civil anterior intocado]

parabéns Kitty!

aquele estranho momento

em que vês uma foto de uma tipa feíssima no facebook com vários comentários de amigas "estás linda", "giraça" e por aí adiante.

faxion meets jersey shore

tenho pena das faxion victims, como de qualquer outras pessoas que não têm opinião própria e precisam de muletas.

mas mais pena do que nunca desde que começaram a usar sapatos de traveca, como esta rapariga do jersey shore ('I look like a jersey skank. love it').

para os outros é dia das mentiras

para mim faz 13 anos que me tornei mãe.

parabéns a nós.

designers mais lindos do mundo (os que me lêem, óbvio)

alguém vai à FIL este fds?

e agora?

como BILFa terei de sair com o BILF? ter uma dança à maneira dos bailes de finalistas americanos?

é que se for o Vieira do Amaral eu não quero, ele é casado e vive na zona dos proletários (deve ser de esquerda) e se for o aflito (que muito provavelmente também é casado) aquele template dele não dá, está todo rebentado e não é esteticamente agradável (lê-se muito bem no reader, lá isso é verdade), é o equivalente na vida real a usar um blazer comprido nas mangas e largo nos ombros ou umas calças que acabam nos calcanhares.

fuck yeah!

sou oficialmente a blogger que mais pessoas no mundo would like to fuck.

(felizmente pelo blog não se consegue ver os meus 200kg de peso, o acne que me cobre a cara e os óculos fundo de garrafa, por isso: bitch i'm fabulous)

MC e Isa

estou a gostar, podem continuar.

(desculpem, já corrigi)

meus amores, vou-vos contar um segredo só porque vos adoro

é bom ser culto.

é maçador não ter outro tema de conversa que não sejam os lançamentos editoriais, as peças de teatro, excertos de poesia publicados no facebook quando morre algum poeta obscuro, as exposições de artes plásticas em caves desconhecidas e os filmes intelectualoides da cinemateca.

era como se eu agora fosse fashionista e só falasse de roupa. mudem a puta do disco de vez em quando.

aquele momento estranho

em que um amigo teu coloca uma fotografia no facebook na qual ficou francamente pouco favorecido mas não se lhe pode dizer nada.

corpo presente

nesse dia, que terá sido o último em que te disse alguma coisa para além de banalidades, (não que tenha algum problema em falar contigo, limito-me a não ter vontade de o fazer), uma das coisas que disse foi 'porque não gosto de estar sozinha, acho' ao que respondeste 'eu não me importo de estar sozinho'.

sem sabermos ainda, estas frases eram apenas duas mentiras.

fico feliz por isso, pelo menos não fui eu que tive de baixar os meus padrões.

marketing treta

marketing guerrilla: para quando o produto que estás a tentar vender é tão merdoso que a única maneira de o anunciar é através de uma manobra de diversão que não mostre o produto em si.

marketing relacional: quando é necessário criar uma relação de dependência com os actuais consumidores para que eles não descubram que os produtos da concorrência são melhores e mais baratos (normalmente através de pontos num cartão que nunca ninguém troca por nada).

marketing social: quando a empresa que te contratou tem a imagem tão manchada aos olhos do público que é urgentemente necessário mandar caixotes de livros que ninguém quer cá para países de 3º mundo e fazer um grande alarido à volta disso.

marketing aromático: uma bullshit tão grande que nem vale a pena falar nisso.

marketing experiencial: vais andar num simulador espacial e passas a gostar de sumol de uva. ou então não.

marketing financeiro: porque todos os dias são lançados pelos bancos produtos novos para enriquecer o banco à conta da credulidade de alguns, e eles não se atiram sozinhos para os braços dos totós clientes.

marketing o2o: quando entras num site e para aceder a qualquer coisa a empresa mostra a sua superioridade intelectual obrigando-te a um registo, para depois poder saturar a tua caixa de email com merdas que nem a eles próprios interessam. mas entretanto tu aprendeste a utilizar a ferramenta "mark as spam". in your face suckers [porém esta estratégia funciona muito bem com os utilizadores do Internet Explorer].

marketing viral: conseguiste infectar o youtube, facebook e blogs com um video que mostra como um guerrilheiro sanguinário merece morrer. o objectivo é fazer-nos esquecer que ele já não constitui ameaça (pois a guerrilha dele é constituida por cerca de 100 pessoas) através de carinhas de meninos africanos tristes. como consequência, quando o teu país atacar o dele para poder sacar o petróleo que recentemente foi descoberto, a justificação já foi dada.

sabes que acordaste especialmente paciente quando

não viras a mesa quando vais comentar num blog e o blog te exige que "proves que não és um robot".

e se eu for um robot, qual é o problema? aposto que até comento melhor.

blogger's rules

quando não tiveres nada a dizer, não deixes de postar.

escreve um texto de 100 linhas em que demonstres (subtilmente) como o teu humor é superior, és o maior a confrontar o chefe e os teus colegas te invejam, sofreste muito por amor mas isso não te deixou ser pior pessoa, tens muitos amigos que te são caninamente fieis mas ainda assim sofres muito porque nem todos são e que (esta é importante) mesmo quando andas pela rua sem cuidados de maior com o aspecto todos olham e se maravilham contigo porque (apesar de extremamente modesto) és completamente espectacular.

queremos muito saber disso.

BILFA 2012

foi só uma vez :(

eu tenho 36, a minha filha tem 13. temos o corpo igual mas ela é mais baixa.

não tenho imenso dinheiro para comprar toda a roupa que gostava para mim e para a minha filha, por isso partilhamos. é o que se faz em tempos de crise.

vota em mim, o meu blog combate a crise sem "empreendorismo", "investimento externo", "indignação positiva" e outras palavras da treta moda.

i'd fuck me

ser nomeada para [W]BILF das mulheres já é uma honra (obrigada, obrigada Isa).

mas bom mesmo era ganhar. votem em mim, pleeeeeeeeeease (obrigada!)

definição de estilo masculino segundo a blogosfera

calças encarnadas justinhas.

provavelmente a fazer par com o típico mocassin sem meias.

uma pessoa de valores conservadores como eu não tem lugar neste mundo.

adeus.

monstros

em pequenos espreitamos debaixo da cama e atrás da porta antes de dormir. temos medo dos monstros que se escondem nas sombras, que nos venham assaltar o sono com pesadelos, desses pesadelos que são capazes de estragar uma manhã com o sabor desagradável do pavor colado à nossa pele.

depois crescemos e descobrimos que os monstros estiveram sempre dentro de nós, que fomos nós que aprendemos a dominá-los com a idade e que, embora por vezes ainda nos assaltem o sono [porque nunca aprenderemos a controlar os sonhos], são uma parte nossa que obedece ao nosso comando e não o inverso.

mais tarde ainda [ou nunca, se tivermos sorte] encontramos pessoas que, ao contrário de nós, são elas próprias controladas pelos seus monstros, como se nunca tivessem crescido o suficiente para deixar de temer o escuro, escuro esse que alimenta os monstros que as dominam e que vão contaminando tudo à sua volta, numa desesperada tentativa de se libertarem de si mesmos.
a tentação de as combater com uma espada gigante e de tentar salvar a pessoa que está dentro do escuro [e por consequência, o mundo à sua volta] é grande, mas há que ter noção do mais importante - ninguém tem capacidade de salvar o outro de si próprio.
virar as costas e não alimentar a única maneira de não sermos também nós sugados para a monstruosa voragem.

o que gostava de dizer ao meu antigo amigo que provavelmente nem me lê

Manter pessoas em banho-maria é o modus operandi dos fracos, dos que têm medo da solidão, dos que necessitam de ter algo na prateleira para um dia de Inverno mais rigoroso.

e se ainda não percebeste que é o que ela faz contigo, temos pena, és o único.

a minha filha

a minha filha usa roupa minha todos os 365 dias do ano.

no outro dia vesti uma sweat shirt dela (pelo mero facto de não possuir sweat shirts próprias).

a minha filha contou a umas amigas e riram-se com o facto de eu "querer parecer mais nova" (com uma sweat shirt, right).

 a minha filha é uma adolescente parvinha.

uma pequena história sobre a polícia

a polícia existe para nos proteger. por vezes, certamente mais vezes do que deveriam ser as vezes (que era zero), a polícia exagera e bate em pessoas.

mas a polícia é constituída por seres humanos e, meus caros, a mim se me chamarem filha da puta e grande cabra e a seguir me atirarem com pedras e ovos e eu tiver um bastão na mão vão ver se não apanham, meus cabrões.
claro está que eu não sou polícia e a polícia tem de andar a xanax, mesmo se há centrais que enfiam agitadores para atirar pedras às polícias e às pessoas para depois aparecerem nos jornais todos. saiu-lhes a sorte grande porque foram atingidos colateralmente dois jornalistas e isto agora há-de correr muita tinta.

agora a historia: uma noite fui assaltada por dois homens. não me roubaram nada, mas à pessoa que ia comigo sim e também lhe fizeram cortes com a faca que tinham, cortes superficiais, mas é uma merda na mesma.

fiz queixa a uns polícias que estavam na área, à paisana, por estarmos numa zona de bares de Lisboa.

passados dois dias os polícias à paisana fizeram-nos sinal e entrámos no carro deles para identificar os assaltantes. identificámos, os polícias mandaram-nos desaparecer dali. deram um enxerto aos assaltantes. se acho violência polícial? acho. e totalmente merecida.

mulheres

detestam o adultério. suspiram pelo Don.

[fuck yeah, de volta daqui a 4 dias]

GOSH

desde sempre isto me encanitou.

há quem diga que os homens se apaixonam pelo que vêm e as mulheres pelo que ouvem, e que é por isso que as mulheres usam maquilhagem e os homens mentem [esta declaração é todo um mimo de clichés -  como se as mulheres não mentissem]. vou deixar de lado a problemática pms [por agora].

tenho noção que as pessoas acreditam mesmo nisto, já vi muitos homens fisicamente trastes sem problemas em tentar engatar mulheres giras e ignorando completamente as menos giras [mesmo que não sejam feias] - com as quais poderiam ter efectivamente hipótese.

pessoinhas queridas do meu coração, as mulheres giras poderão ser burras, desequilibradas, pouco cultas ou até pouco interessantes [ou nada disso]. mas, a menos que tenham problemas de visão, acham piada a pessoas atraentes, tal como vocês.

tenho andado com vontade de matar pessoas aleatoriamente e isso

o que me faz pensar que talvez tenha alguma descompensação para aí. também tenho vontade de fumar a toda a hora e não fumo, o que ainda me dá mais vontade de matar pessoas.

mas isto é tão bonito.



da Anne Lindberg, uma instalação feita com fios de algodão egípcio presos a uma parede com agrafos, no Bemis Center for Contemporary Arts.

descobri no Minimalíssimo.

post mega original pelo mero facto de não mencionar a primavera

ontem acabei de ler o livro do valter hugo, o filho de mil homens.

é um livro muito bonito, talvez dos mais belos que li ultimamente [pois, antes deste estive a ler sobre as torturas durante o regime de um ditador dominicano, é um facto].

este livro já foi usado como bandeira no debate sobre a adopção por pms e faz todo o sentido, porque fala de famílias reconstruídas, voluntárias, e acredito que fosse muito difícil a algum escritor escrever sobre isso tão bem se não vivesse intensamente uma situação semelhante [ainda que hipotética].

se eu fosse escritor* queria escrever assim, sobre coisas que conheço, e com o coração todo dentro dos livros que escrevesse.

*não tenho a menor intenção, descansemos.

definição de ignorância 2.2

ignorância é ler este texto e achar mesmo que foi escrito pelo Saramago.

queridinhos do meu coração, ninguém é obrigado a ler Saramago, ninguém tem mesmo de gostar de Saramago.

mas acho que todos temos de saber que Saramago [comunista assumido, ateu convicto, pai de uma única filha que nem cresceu com ele] nunca escreveria esta pirosada.

imagine lego

a agência alemã Jung von Matt é responsável por esta campanha para a Lego, só para demonstrar mais uma vez que Lego é tipo a coisa mais espetacular de sempre [a seguir à minha pessoa].

ignorem por favor o facto do site deles ter musica [it's a no-no para sites, uma espécie de meia branca com mocassim preto do webdesign], assumam que está directamente relacionado com o facto de terem a conta da orquesta filarmónica de hamburgo.

so sweet

mais legos, na ILOVEDOODLE shop.