9.30.2010

crazy

num acto de pura insanidade, sincronizei o meu ipod no itunes de outra pessoa, sem sequer olhar ao que lá estava. é a puta da loucura.

9.29.2010

mixed

depois de o ter desprezado, voltei a apaixonar-me blogosfericamente pelo Pedro. e mais ainda depois de o ter ouvido falar durante a apresentação do livro. intelectuais rock.

9.28.2010

faith

a fé aconteceu-me era ainda criança. recebi-a como um dom, abracei-a, primeiro envergonhadamente, depois assumidamente. sou católica mas. nas férias a fé pôs-me à prova - numa mesa de 11 pessoas eu era a única a tentar defendê-la entre pessoas que tinham para contrapôr "vi um carrinho de bebé e uma enfermeira levava um balão de soro ao lado da mãe que empurrava o carrinho". não trabalho no IPO e talvez por isso a fé não me tenha abandonado ainda na totalidade. mas abandonou-me um pouco. na outra sexta em que também voltei de uma festa de bar aberto [não a da time out, na semana anterior] disse-te ao telefone que tinha a pintura esborratada. do meu ex marido a tentar foder-me a pensão. da casa onde vivo que detesto. do meu emprego que odeio. do bebé que perdi e, tomando-o como um sinal divino, me tinha feito largar tudo - para chegar aqui. nessa altura a minha fé estremeceu porque pensei - e se nada era sinal e tudo foi uma aleatoriedade e nunca fui tão infeliz - pedi a Deus que me provasse que existe. há quem diga que Deus prova que existe cada vez que nasce uma criança, cada vez que uma flor aparece, cada vez que há um pequeno milagre de felicidade. o meu está numa bula e chama-se embotamento afectivo. se durar, seremos muito felizes, muito.

9.25.2010

open bar

coisas inacreditáveis que se aprendem numa sexta à noite:

- há quem beba de copos usados num bar por estranhos quando os copos lavados acabam

- o alfaiate não lê o blog mais espectacular do mundo [este, pois]

- há quem beba whisky tónico quando o vodka acaba

- há quem beba vodka baunilha com coca cola quando o vodka normal acaba

- que devemos sempre ter saído da festa cerca de uma hora antes do que a que efectivamente chegámos [ou uma hora depois]

- é possível comer um cupcake sem ficar extremamente enjoado, mas só às 4 da manhã.

9.24.2010

faith

chorei quando lhe contei os três reis do oriente antes de o deitar [ando com problemas com a minha fé, entre outros]. ele só pediu porque queria chegar à parte do Baltazar, da música que ouviu no carro do pai.

9.23.2010

convenience

oiço mais uma história de um casamento falhado e é mais um encolher de ombros porque já sabíamos no que ía dar é sempre assim as pessoas sempre a casar teimosamente mesmo sabendo no que aquilo vai dar. e isso lembra-me como caminhamos sem desvios para o amor conveniente. de repente tudo tem de ser confortável e à medida, os me days, os spas, as massagens. o amor tem de ser assim, à medida ou então não vale a pena, é perda de tempo, consumo de recurso, mau investimento. como se alguma vez na história da humanidade o amor tivesse sido qualquer outra coisa do que um inconveniente. uma espécie de doença que nos torna insensíveis aos outros, egoístas e estúpidos. como se o amor conveniente ou não não fosse uma mera questão de sorte, como se fosse de nossa escolha apaixonarmo-nos exactamente pela pessoa certa, e não fosse - pela mera lei das probabilidades - mais fácil apaixonarmo-nos por uma pessoa que não é certa, que não vive na nossa cidade ou país, que não gosta de nós, que é casada ou apaixonada por outra, que quer outras coisas da vida que não nos incluem. é assim como é assim com a amizade, os amigos às vezes também vão para fora, não estão lá, gostam mais de outros amigos, deixam-nos agarrados. é assim porque a vida é assim, não feita de conveniencias mas de coisas que queremos ou não queremos. e das merdas que fazemos pelas que queremos. conveniência é o comando da meo e os pequenos almoços que vêm trazer a casa num cesto.

modesty

não gosto de gabar os meus filhos. não sou uma mãe modesta. sou só uma mãe que acha que os filhos, se méritos tiverem, são deles não meus e portanto terão eles de gabar não eu.
já escrevi aqui que o meu filho aprendeu a ler sozinho. e a escrever. no sábado passeámos os dois sozinhos no ccb e perguntou-me o que era uma raiz quadrada de um número. expliquei-lhe. aprendeu. o meu filho é assim: explica-se e aprende. teve a sorte de nascer assim e se algum gene desses herdou foi do pai. de manhã ouvi a professora a quase sugerir-me uma avaliação para o passar para o segundo ano [entrou no primeiro agora, tem 6] mas ainda é cedo.
é cedo sim, porque apesar de tudo, o meu filho ainda é um menino chatinho que quer saber tudo, que fala demais, que demora eternidades a comer um prato de sopa e só desde ontem é que sabe apertar os ténis. ainda é cedo porque o meu menino é um bebé.

9.22.2010

dear universe

enganaste-te. a minha vida não é isto. parece-me demasiado óbvio aos meus olhos [e aos de todos os outros estou segura que também não escapa] que o post que deveria estar a escrever era este: acabei de vir do lançamento do novo e poderoso Martini Gold, na terraza Martini num dos rooftops da Avenida da Liberdade. confesso que nunca fui grande fã da dupla Dolce e Gabana mas o conceito vaporoso que criaram para a nova bebida dourada eleva-me a décadas que sempre pensei terem mais a ver comigo.
enganaste-te mas ainda estamos muito a tempo de corrigir isso, não é?

link day

cara margarida, leia mais e sobretudo, leia melhor. leia o pedro. eu cá, quanto mais envelheço, menos fodíveis venho a conhecer. em compensação, quantidade [as usual] não é qualidade. e, sendo quase tão magra como a menina, arrisco-me a dizer que é bom [mas tão bom] ter amigos homens.

autumn

Se cada género fosse uma estação, as mulheres seriam quase de certeza o Outono: ainda há dias quentes e de sol, mas a noites esfriam bastante; nunca podemos saber que tempo fará amanhã e o aproximar do Inverno tanto pode agradar como deprimir; os dias tornam-se mais curtos mas ainda são luminosos; não há certezas de nada. Já os homens seriam, sem dúvida, o Verão: dias quentes, longos, promissores, sem surpresas.

eu sabia que devia ter nascido homem.

9.21.2010

its a new day, its a new dawn

a minha vida é um buraco que lentamente, pacientemente, correctamente, precisamente, carinhosamente fui cavando. custou-me muito toda esta escavação mas - oh se soubessem como finalmente está fundo e é completamente impossível vislumbrar o fundo da cova - ficariam orgulhosos.
é uma coisa assim mesmo grande. e agora estou aqui à beirinha a espreitar e a pensar como poderei cavar um pouco mais, uma vez que isso é o que sei fazer. bolas, se sou boa nisso, posso dar palestras, escrever uma tese de doutoramento e ganharei prémios de carreira de escavar buracos. o único problema agora é já não ter chão onde enfiar uma pá. é pena, porque de facto sou boa nisto.

yes, please



daqui

em português, inglês, francês, cipriota, em qualquer língua. uma solução.

9.20.2010

not so sad

mas uma coisa sei muito bem: o que quero passar os meus dias úteis a fazer. e não tem nada a ver com o que faço agora. parece fácil - mas não é, não é, a sério.

sad

quanto mais envelheço menos sei o que quero.

9.16.2010

blindness

diz o Pedro A árvore pode ser vista de muitas maneiras, de muitos ângulos. Mas quem está debaixo da árvore não vê a árvore.
mas a verdade é que bastava olhar para cima para a ver. não queremos, ver é isso.

9.15.2010

el secreto de sus ojos



"Y ya no sé si es un recuerdo, o el recuerdo de un recuerdo lo que me va quedando, ¿se da cuenta?"

o filme mais bonito deste ano.

9.14.2010

words

até há pouco tempo eu tinha umas coisas, chamemos-lhes assim. antes disso eu tinha tido nenhumas. mas ainda antes eu tinha tido muitas dessas coisas. por isso achava-me em plena legitimidade para me queixar de não ter coisas suficientes. o perfeitamente normal é querer ter tudo. acontece que ninguém tem tudo. termos algumas coisas é bom. termos muitas é óptimo. o óptimo é inimigo do bom - que é onde se estraga tudo - porque a verdade é que mesmo quando temos muitas coisas achamos que o que queremos mesmo é ter outras coisas que não aquelas. tendo perdido algumas coisas que eram quase muitas, resta-me o silêncio antes que perca ainda mais alguma coisa e seja obrigada a voltar à casa da partida sem receber 2 contos.

peck



daqui

sabem como é quando não se consegue escrever. há fotos, é isso.

9.10.2010

fuck that

lembram-se deste post? oh fuck that, eu lembro-me deste post. também me lembro do inverno que se lhe seguiu. não foi particularmente duro, todas as rupturas não passaram de pequenos ameaços que com o desfazer das folhas das árvores se refizeram. por isso e, provando uma vez mais que o karma é a maior bitch que existe no universo, adivinhem lá quem é que acabou por ter um verão particularmente canicular fuck that. [um pouco de persistência, qualquer dia prometo escrever um post inteiro sem palavrões].

com um beijinho de agradecimento ao antónio, por lhe ter roubado a expressão vernacular, e por aturar as minhas muitas birras mais vezes do que ele certamente desejava.

9.08.2010

three

combinei casar com três amigos, se chegarmos aos 70 anos ainda solteiros. isto já foi há algum tempo e continuamos solteiros. isto é, eles continuam solteiros e eu continuo [muito pouco] casada. no fundo - no fundo espero é que a poligamia seja legalizada mas não vejo ninguém preocupado com esta minha fracturante causa.

desconcertante



como é que o sartorialist está sempre a esbarrar em homens cheios de pinta e eu conheço tão poucos assim?

friends

- ultimamente todos os meus posts começam por "fuck".
- fuck that.

9.07.2010

fuck you very much



aqui

face



daqui

o homem deixou uma mensagem de suicídio no facebook. penso nisso, o que levará alguém a deixar uma nota de suicídio no facebook, onde todas as pessoas que conhecemos e que não conhecemos podem ler?

9.03.2010

you can not imagine the immensity of the fuck i do not give




daqui

é mentira mas, se fingirmos com suficiente convicção, pode ser que se torne verdade.

9.02.2010

inception



como sempre, a ellen page é a maior. e o filme não é tão mau como pensei [não aprecio sci-fi, apenas isso].

9.01.2010

men

estou a criar um homem e isso assusta-me. um homem que tem devoção por mim [i love mãe]. ou um homem que quer que eu acredite que tem devoção por mim [a mãe é linda]. estou a criar um homem e eu não sei criar ninguém, nem a mim própria. estou a criar um homem e por isso espero que corra tudo bem. é o que posso fazer, esperar.

pessoas com extremo bom gosto