11.29.2008

Os políticos mais sexy

A minha escolha pessoal:


Nacional:
Nuno Melo (CDS)
Pedro Passos Coelho (PSD)
Luis Amado (PS)

Internacional:
Filipe de Burbon
Obama

11.28.2008

Do Natal no Chiado

So many people, so little space.
Ou começo a compreender as pessoas que detestam o Natal.
Eu não detesto o Natal, mas tenho de detestar a aglomeração de pessoas, as filas para pagar em todo o lado, os encontrões.
A minha amiga veio de Maputo e diz que já não está habituada a tanta gente num mesmo sítio. Diz "vocês vivem assim com este desconforto e nem se apercebem que não há privacidade nas mesas de restaurante, que não há espaço para respirar, que é incómodo estar de pé no Inverno com frio e chuva na rua quando se sai à noite" e tenho de lhe dar razão, nós vivemos com este desconforto e achamos normal, como achamos normal haver filas e encontrões em todas as lojas durante um mês por ano, e nem nos damos ao trabalho de tentar descobrir se há sítios onde não existam filas, seguimos directamente para o IKEA e para o Allegro, o desconforto, a falta de espaço e de tempo também são coisas que achamos muito naturais como se fosse normal viver sem espaço e apertado e à espera de lugar em todo o lado.

Eu avisei

que era uma pessoa interessante. Não acreditaram?
O Philip Seymour Hoffman é meu facebook friend.

11.27.2008

A minha irmã está a fazer um documentário sobre mim

Surpreendente, eu ser a pessoa que ela escolheu para fazer um documentário? Nem por isso, apesar de poder não parecer por aqui, eu sou uma pessoa mesmo muito interessante.
Então pede-me que lhe envie umas fotografias minhas de quando era miúda..."antigas, analógicas". De onde é que ela pensou que eu iria sacar fotografias minhas em miúda com formato digital?

Comentários reabertos

a pedido do meu Amigo.
Ou há poucas coisas que os meus amigos me peçam e eu não faça. O que implica por vezes fazer coisas estúpidas. Siga.

11.26.2008

Está deitado do meio das duas

Eu sou tão radical-não-quero-meninos-na-minha-cama-à-noite mas o sono tira-me a genica para ralhar e às vezes acordo com um ou dois na minha cama.
Está no meio das duas e enrola o nosso cabelo, uma madeixa em cada mão, como faria com o próprio caso não o tivesse rapado.
Está no meio e quando acorda diz - linda - e aponta para mim e em seguida diz - linda - e aponta para ela.
Pergunto-lhe se só está a dizer aquilo porque quer que nós gostemos mais dele e ele não nega, ri-se e encolhe-se mais dentro do edredon para que eu não veja que se está a rir.
Encolho os ombros - o teu irmão tem perfil de político - eu que odeio isto nos homens, a dissimulação.
E ela aterrorizada, careta de enjoo - mãe que nojo ele vai falar e só dizer aquelas coisas secantes que ninguém entende, que nojo.
E sei que ela não lê o blog mas são os genes, não enganam, qualquer dia é ela que escreve estes posts e começo a dar razão quando me dizem "igualzinha a si".

11.25.2008

Those who live by the sword

Claro que o Darwin é um truque de ilusionismo. O próprio Darwin descreveu a evolução em condições muito específicas de sobrevivência (para o ser humano, seriam campos de concentração por exemplo).

A maior parte das relações é gerada no momentum: o momento em que duas almas estão suficientemente desesperadas de solidão para se reverem uma na outra como gémeas.

Os problemas começam quando o desespero desaparece (pelo menos numa das partes) e em que nos apercebemos que o romance é só uma variante do consumismo*: assim que alguma coisa se torna nossa, perde a piada toda e temos de ir comprar uma nova.

* e é mesmo, a componente orgânica da coisa tem o mesmo fundo, libertação de hormonas que provocam bem estar e merdas dessas.

11.24.2008

Simpsonized

Eu e minha miúda viemos aqui e saímos assim:




(estamos com um bronze fenomenal, não estamos? Era bom era)

Do ALA*

Vou procurar livros a uma estante em casa dos meus pais e reparo na mesa de cabeceira da minha mãe: uma pequena torre de livros ergue-se em direcção ao tecto num equilibro precário. Parece-me que desde a última vez que olhei para aquela mesa de cabeceira a torre era ligeiramente menor. Espreito a lombada dos livros para confirmar aquilo que imagino, estava certa, a maior parte do volume da torre corresponde a três calhamaços do António Lobo Antunes.
Pelo menos um deles sei que o vi nas férias do Verão de há dois anos, e sei isto porque também eu fiz uma tentativa de o ler e desisti. O que significa que, pelo menos aquele, a minha mãe está a tentar lê-lo há cerca de ano e meio (os outros se calhar há mais tempo). Tenho de admirar a minha mãe. Eu também não consigo ler aquilo (para depressões bastam-me as minhas obrigadinha) mas ao menos ela continua a tentar.

*devidos direitos de autor ao Arcebispo da Cantuária.

11.22.2008

Do desafio

A Maria Inês, do Lisbon Story passou-me o desafio: “colocar uma foto individual; escolher uma banda/artista de eleição; responder às perguntas com títulos de canções da banda/artista escolhido; e desafiar 4 bloguistas para passarem a outro e não ao mesmo”.



Pesquisei no Pod e escolhi Kings of Convenience (qualquer coisa que não oiço tanto como devia como se torna evidente pelo meu mood presente).

1) és homem ou mulher? Toxic Girl
2) descreve-te: The Weight of my Words
3) o que as pessoas acham de ti? I Don't Know What I Can Save You From
4) como descreves o teu último relacionamento: Failure
6) onde querias estar agora? Leaning Against The Wall
7) o que pensas a respeito do amor? Parrallel Lines
8) como é a tua vida? Little Kids
9) o que pedirias se pudesses ter só um desejo? The Girl from Back Then
10) escreve uma frase sábia: Winning A Battle, Losing The War

Passo para:

Catarina
(a minha princesa)
João (o melhor arquitecto do mundo)
Rita (quando for crescida quero ter metade da tua energia)
Ervilha (pausa-do-trabalho-para-responder-à-clarinha-sim?)

11.21.2008

Da dormência II

Ontem queixei-me acordei para a vida enervei-me e no fundo regozijei-me por este período ter acabado. É só uma fase tinha dito o meu amigo.
Ontem não almocei sozinha a máquina de café ficou arranjada o iPod desbloqueou o meu outro amigo já não está acossado.
Hoje estou com a maior neura e almocei mesmo sozinha tive de desmarcar um jantar com amigos continuo no mesmo buraco de ontem mas com maior lucidez. É só uma fase disse o meu amigo, e eu quero que esta tenha sido só uma breve interrupção dessa fase.
Porque ontem eu não entrei no metro manhã cedo já só a reparar nas pessoas feias e que falam tão alto algumas cheiram demasiado a perfume outras demasiado a falta de banho se calhar não têm casa de banho coitadinhas eu quero lá saber das desgraças dos outros deixem-me viver na ignorância.
Ontem eu quando subi as escadas rolantes da Baixa-Chiado não tinha um homem parado à minha frente com uns sapatos abertos atrás como chinelas e calças brancas e como isto me irritou tanto que subi pela escadaria normal mesmo sabendo que demorava mais e me cansava o dobro. Ontem eu não tinha entranhado no nariz o cheiro das pessoas com banhos a menos parecendo colado a mim talvez nem tenham casa de banho coitadinhas para desgraças bastam-me as minhas não preciso de mais obrigadinha e não tinha lido esta notícia nem ficado com vontade de vomitar chorar gritar morrer porque o mundo inteiro não passa de uma enorme cloaca deixem-me viver na ignorância de tudo.

Da MTV

Sou uma mãe pouco liberal. A minha filha é uma menina exemplar que rebenta ocasionalmente em birras explosivas, lembro-me de uma "as minhas amigas dizem que a mãe é muito estranha, não me deixa usar bikinis, nem bonés, nem ver os Morangos com Açúcar!". Agora vê os Morangos com Açúcar, em alguma coisa tenho de ceder.
À hora do almoço vi parcialmente um programa na MTV chamado "Date my mom". É um daqueles em que um/uma escolhe entre três rapazes/raparigas para sair num date, baseado numa saída com a mãe.
Comecei a ver na mãe 2, a senhora saiu com um rapaz para que este escolhesse o seu filho. No final do date com a mãe, pergunta o seleccionador "porque hei-de escolher o teu filho e não um dos outros?" - ao que esta responde, laconicamente - "porque terás a melhor noite da tua vida, ele tem um pirilau (sic) enorme". Chega a mãe 3, mini saia, bronze instantaneo, cabelo pintado de loiro, define-se "às vezes sou casada mas agora não e só quero é divertir-me". No date mãe/seleccionador, fazem pinturas corporais e ela exclama várias vezes "tens a certeza que és gay? É que não tiras a mão do meu rabo (sic)" e "apalpas-me como se não fosses gay". Esta mãe queimou as hipóteses do filho ao dar repetidas vezes a entender que ele era extremamente efeminado, depois do outro ter dito várias vezes que gostava do tipo másculo (Freud explicaria).
Preciso de dizer quem foi escolhido? O 2, claro, o que um bom marketing não faz.
Preciso de dizer porque é que a MTV estará banida das televisões lá de casa?
Quando me vier com a história "as minhas amigas dizem que a mãe é muito estranha, não me deixa usar bikinis, nem bonés, nem ver MTV", compro-lhe um bikini.

Coisas que me chocam

Tendo em conta a natureza do BPP e a sua dimensão, dificilmente o Banco de Portugal e o ministério poderão dar luz verde ao aval de 750 milhões. Daí terem procurado antes encontrar uma solução que resultasse na absorção da instituição por outra.

Se esta via falhar, admite-se que o BdP e as Finanças acabem por dar um aval, embora de menor valor, e mais adequado à dimensão do banco de João Rendeiro. Outra hipótese de salvamento pode passar pelo BdP, que, do ponto de vista legal, tem possibilidade de ajudar um banco em dificuldades (metendo lá dinheiro). Neste caso, o Governo indicará administradores provisórios para o BPP.

Os esforços das autoridades para "salvar" um banco como o BPP é evitar o risco sistémico. Ou seja: que a des-

confiança no sistema financeiro se alastre a todo o sector, em particular à banca comercial que recebe depósitos e dá crédito à economia.


Comecem lá a tratar as coisas pelos nomes. "Capital de risco" é na verdade "Capital-que-teria-algum-risco-se-a-merda-do-governo-não-injectasse-milhões-de-cada-vez-que-um-banqueiro-se-vem-chorar-da-crise".

11.20.2008

O homem mais bonito do mundo



foto Peter Stackpole


Ou, no mínimo, o único que conseguiria vestir aquela indumentária e ainda estar de cair para o lado.

(amanhã acabo de ver o livro, acho)

Padrinhos de Portugal

Conheço a Catarina há cerca de 150 anos e o ano passado falou-me deste seu projecto.
Pediu-me que lhe fizesse o site, eu aceitei.
A oferta continua de pé (embora o blog também esteja muito bem), estou certa que tens o meu número.

Da dormência

Já a vinha sentindo há algum tempo, começou por uma leve impressão nos dedos dos pés que foi subindo insidiosamente, quase sem se fazer sentir, pois essa é a característica da dormência, não deixar sentir.
Não posso dizer que foi mal-vinda. Há qualquer coisa de tranquilo na dormência, na ausência de pânico, no encolher de ombros sistemático.
Mas comecei a ficar cansada e então o meu amigo disse tens de arranjar um sentido qualquer para a tua vida. Um sentido. Reparo no pequeno caos que se foi instalando à minha volta, nas roupas dos meus filhos que já não lhes servem, no aspirador que se avariou, nos projectos que tinha e que fui deixando de ter.
Almocei com um outro amigo no outro dia, aconteceu-lhe uma coisa desagradável. Fico furiosa quando coisas dessas acontecem aos meus amigos. Coisas que saem fora do falta de dinheiro amor tempo sexo vontade de tens de arranjar um sentido qualquer para a tua vida há alguém que o ameaça, que o faz sentir acossado estupidamente.
O meu iPod caiu ao chão e está avariado tens de arranjar um sentido qualquer para a tua vida e de repente essas duas coisas que me são preciosas, o meu amigo acossado e o meu iPod avariado são uma única coisa que me acorda tens de arranjar um sentido qualquer para a tua vida sinto subir uma fúria tens de arranjar um sentido qualquer para a tua vida e apetece-me bater na pessoa que acossa o meu amigo, apetece-me espezinhar o iPod tens de arranjar um sentido qualquer para a tua vida tenho sono e a máquina do café não funciona foda-se tens de arranjar um sentido qualquer para a tua vida subi de novo as escadarias da Baixa-Chiado foda-se hoje almoço sozinha foda-se a luz da falta de gasolina já se acendeu no tablier foda-se a mensagem que tinha de mandar ontem a uma amiga não foi processada por saldo insuficiente foda-se ainda nem recebi o salário de setembro foda-se tenho um emprego que não gosto foda-se tenho de arranjar um sentido qualquer para a minha vida.

11.19.2008

Is it me?

Logo a seguir a ter publicado o post abaixo dois amigos vieram perguntar-me - um por sms, o outro por msn - a quem me estava a referir em concreto.
Não é que estivessem interessados nas personagens, queriam os links das mamas ao léu.

(suspiro)

Eu vou procurar muitos muitos e depois publico aqui, prometo.

Síndrome de Tourette II

Custa-me um bocado ler homens que considero inteligentes, informados e com algum bom senso quando começam a escrever sequências de posts babados sobre tipas boas ou começam a repetir links para blogs de mamas ao léu e assim. Eu sei que deste/outro lado estão seres humanos normais, somos todos adultos e alguns de nós gostam de sexo. Só que quando leio esses posts acabo por verificar que esses homens - que admiro pela escrita e pelas ideias - não passam de babões e isso não deixa de ser uma pequena desilusão. Não por serem homens normais, mas por não mostrarem pejo em exibir essas fraquezas de forma tão pública. E é que assim não passam da cepa torta, poucas coisas são menos atraentes para uma mulher do que um tipo a fazer figura de tarado obcessivo.

(não estou a incluir o Miguel Marujo, por razões que me parecem óbvias).

Copo qualquer coisa

(não consigo decidir se é meio cheio ou meio vazio, realmente, não vejo objectivo em voltar a tentar).

Copo meio vazio

De repente entender que no meio dessa liberdade está uma enorme preguiça em mudar alguma coisa, em arriscar, o que pode implicar ficar exactamente no mesmo ponto para sempre (e, não sendo necessariamente mau, também não é necessariamente bom).

Copo meio cheio

De repente perceber a enorme liberdade que é, nenhuma pena inusitada, perda de sono, nenhuma ansiedade a olhar para o telemóvel ou a abrir o email ou a fazer seja o que fôr.

11.18.2008

Síndrome de Tourette

Nunca simpatizei especialmente com a senhora até agora.
Só disse o que todos os políticos pensam mas sabem perfeitamente que não podem dizer.
Mais um erro de casting, parece-me (este ao menos enche jornais e blogs, será coisa para durar pelo menos umas duas semanas).

Da cocaína

Vamos a entrar em casa e a algaraviada do costume deixa o teu irmão passar não vás para aí acende a luz mãe ela pisou-me ele pisou-me primeiro és parva e cocaína.

- Cocaína?????? - assumi que antes dos cinco anos não falaríamos de drogas duras, enganei-me pelos vistos.
- Então...aprendi no CSI.
- CSI??????
- É um jogo de playstation que o pai tem lá para maiores de dezoi...sseis, ou catorze, ou qualquer coisa. - ela a tentar justificar a coisa
- Catorze?
- Ah...oito, acho que é para maiores de oito. - aqui apercebeu-se que só se enterrava mais
- Está mal, quer dizer que os fetos em gestação não podem jogar ao CSI.
- Cocaína, cocaína... - ele a ver se levantava mais polémica.

Nem se dêem ao trabalho de me tentar enrolar, em casa do vosso pai fazem o que ele deixar.
Sempre gostei muito daquele ditado, mulher honesta não tem ouvidos.

11.16.2008

Do Blindness

É, acima de tudo, muito fiel ao livro.
O Gael Garcia Bernal pareceu-me um erro de casting. É tão fofo que não se consegue fazer odiar. Na pior das hipóteses parece um rapazinho a precisar de Ritalina
Sempre imaginei o cão das lágrimas como um Golden Retriever (sei que o Saramago também não gostou do cão), mais um erro de casting.
O filme é estranho, confuso (a meio, tal como tinha acontecido no livro, comecei achar estranho ainda conseguir ver) mas fotografia é linda e a realização parece-me muito boa (a mim que não percebo nada de cinema). Acredito que esta sensação estranha que deixa esteja relacionada com o final, já muitas vezes me apercebi que um fim pode salvar ou afundar completamente o filme (como o Thelma and Louise, um filme absolutamente execrável cuja única lembrança que deixa é o final, apoteótico).
No caso do Blindness (tal como no livro) fica a sensação de incompleto, quando terminou a projecção ninguém se levantou do lugar, à espera de algo mais, suponho. É propositado, o livro continua no Ensaio sobre a Lucidez. O filme, aposto, não terá sequela.

A propósito, parabéns.

11.14.2008

Número de vezes

que cumpri o meu objectivo semanal: zero.

(típico, bem sei).

11.12.2008

Sou velha demais

para jogar ao Sonic quando já não consigo ver o boneco por ele estar a correr depressa demais?

(enganei-me no jogo)

Demorei algum a tempo a perceber

mas cheguei lá. Não era o costume, mas era. Uma variação do mesmo, vá.
Só demorei mais porque já aprendi a perdoar tudo - a não querer saber.
Mas era uma dor funda, diferente. Não mais do mesmo mas ao mesmo tempo era apenas mais do mesmo.
É desligar é. E estar sempre tudo bem por já nada existir que possa estar mal (aprendi contigo, meu amor segundo).
É desligar sempre, para sempre.

Da esquizofrenia

Acabo de fazer um post sobre paróquias a seguir a um sobre blowjobs. A sequência não foi intencional, mas calhou bem (depois do pecado, o perdão - se bem que no caso seja mais "depois de falar no pecado, falar no perdão").

Dos valores

Fui à paróquia comprar o catecismo (livro para a catequese dela) e ele trouxe um pequeno escapulário numa mão (carro da Hot Wheels na outra). Eu feliz da vida, que consegui no meio de tanto consumismo educá-los com fé e alguns valores "trazes isso?" "sim" "é de jesus" "sim" "gostas de jesus" "sim" "é por isso que trazes isso?" "não, é para fazer de garagem do meu carro".

(o pragmatismo ganha sempre, não há escapatória) .

Lindo



aqui (via Rititi)

(em cor-de-rosa, que fofo)

A minha mala pesa meia tonelada

facto do qual me apercebo ao subir mais uma vez as escadas rolantes da estação Baixa-Chiado a correr (não é para todos, aviso já, só para os extremamente bem preparados fisicamente).
Então resolvo inventariá-la, a ver se amanhã quando correr escadaria acima consigo bater a minha marca pessoal de 1 minuto 23 segundos e 2 décimas (sim, inventei, é provável que demore muito menos).
A ver:

  1. iPod

  2. pacote de bolachas meio comido

  3. saco da hussel com 4 chocolatinhos para as caixas deles

  4. telemóvel

  5. carregador do iPod

  6. máquina fotográfica

  7. livro meio lido (Morte em Veneza, Thomas Mann)

  8. outro livro um terço lido (O Som e a Fúria, William Faulkner)

  9. chaves de casa

  10. bilhete de metro

  11. chave do carro

  12. Nintendo DS

  13. Carteira

  14. carregador da Nintendo DS

  15. 3 comprimidos Ben-U-Ron

  16. esferográfica

  17. talões de Multibanco

  18. brincos-pesadíssimos-que-tirei-ontem-porque-já-não-aguentava

  19. comprimido Jabasulide
    (chamar-lhe "mala" é um aforismo, na verdade não passa de um entertainment center)

    11.11.2008

    F*** Murphy

    Há um ano e meio que não ía ao cabeleireiro. Hoje fui ao cabeleireiro (graças à minha mãezinha). Há não sei quantos dias que não chovia. Agora está a chover.

    Da vida ao lado de um consultório médico II

    O médico fala, fala muito. Quer explicar tudo e acaba por explanar teorias sobre a liberalização do serviço médico a uma empregada de loja brasileira - é a favor da liberalização total. Chego à conclusão que gosta é mesmo de falar e que a medicina é um pretexto que usa para pregar sermões aos incautos que lhe entram consultório adentro. Esta sensação é reforçada pela extensa lição a que fui sujeita ontem ao medir a tensão.
    Eu também falo muito. O meu pavor é chegar a um nível destes. Por favor, no dia em que isso começar a acontecer (não estou longe, bem sei) mandem-me calar, a sério.

    11.10.2008

    Da vida ao lado de um consultório médico

    - Tenho andado com problemas de gases.
    - Bebe muito leite?
    - Como iogurtes, sempre me disseram que iogurtes fazem bem.
    - Os iogurtes fazem bem às pessoas que não são intolerantes aos iogurtes.

    (tenho diversão até ao fim da semana).

    Era delicioso,

    o chocolate quente. Eu e a minha filha a aprendermos onde fica o Curdistão. Às vezes penso que vai saltar directamente para a adolescência sem passar sequer pela puberdade, do fácil que é esquecermos que ela tem só 9 anos. Desistiu de domar os rapazes, veio sentar-se em silêncio ("o que é o facebook?"), voltou a domá-los com uma cabana feita de edredons e livros de histórias. Afinal era fácil, depois de mortos e ressuscitados umas 100 vezes, só queriam abrigo. Se calhar quem devia aprender com ela era eu.

    (foi muito bom)

    Perguntinha

    Qual a razão pela qual qualquer português quando fala com um espanhol ensaia um meio-castelhano-meio-português que até a mim me custa a entender, quanto mais a eles. Não conseguem assumir competência nos espanhois para entender português normal?

    Da inocência

    Aos 4 sente-se muitas vezes injustiçado. É quase sempre o mais pequeno em todo o lado, todos mandam nele, o poder que detém resume-se ao que adquire através de birras e negociações em que, eventualmente, cedemos ao que pede. Ou seja, é quase nenhum. Muitas vezes tenta aplicar-me castigos mas, como respeita hierarquias, tem de pedir ao meu pai para os aplicar ("vou pedir ao avô para te pôr de castigo").

    - Quando escrever a carta para o Pai Natal, digo-lhe que não traga presentes para a mãe! - Vai ao quarto buscar um bloco e uma caneta e volta - Mãe, como é que se escreve "não traga presentes para a mãe"?

    Objectivo para esta semana

    Chegar suficientemente a horas para não ter de subir a correr as escadas rolantes da Baixa-Chiado. Os glúteos agradecem. Os pulmões odeiam-me.

    (possivelmente se chegar a horas a coisa inverter-se-á).

    11.07.2008

    Modo (quase) obesa

    depois de guardar no frigorífico a fatia de bolo de chocolate que não consegui comer com as minhas amigas ao almoço, outra amiga manda-me um mail que diz "já comprei um chocolate delicioso".
    O mundo conspira para me engordar.

    (desculpem o tema repetitivo, mas estou muito fascinada com esta coisa da comida, não sabia o que era).

    Mudei de emprego pois foi

    E, para ser justa, a nova função não é propriamente exigente. O que implica que passe muitas horas do dia a fazê-las (pausa para imaginar um pequeno anão sentado entre as rodas dentadas de um relógio a tricotar segundos). Isto é chato. E faz-me pensar em comida a toda a hora. Eu acho que ainda não tinha percebido que a comida existia. E agora sei. E chocolate quente. Existe. É bom. Cheira bem. Parece ser maravilhoso. Vou engordar. Eu preciso de engordar. Mas vou ficar uma lontra.

    (help)

    Mesmo não concordando com muitas coisas que diz, continuo a admirar o Saramago

    Se a mim me mandassem dispor por ordem de precedência a caridade, a justiça e a bondade, daria o primeiro lugar à bondade, o segundo à justiça e o terceiro à caridade. Porque a bondade, por si só, já dispensa a justiça e a caridade, porque a justiça justa já contém em si caridade suficiente. A caridade é o que resta quando não há bondade nem justiça.

    11.06.2008

    Pão e Circo

    Estamos a anos luz. Por aqui vivemos acomodados na ilusão de que já conquistámos tudo, de que os políticos são todos iguais, de que nem vale a pena exercer o acto mais básico, mas também mais importante da democracia, o voto.

    Pois sim, ninguém se entusiasma com as eleições em Portugal, qual o espanto? É beber do exemplo americano. Aquilo é espectáculo. São cartazes pensados, desenhados, giros. Discursos feitos para vender. Candidatos escolhidos pelo carisma. São papelinhos a voar. São pins oferecidos aos montes. É a Sarah Jessica Parker fotografada ao telefone numa sede de campanha. É a Oprah. É Marketing político, gestos estudados ao milímetro.
    É circo e portanto, entusiasma.
    Em Portugal as campanhas resumem-se a uns senhores muito formais enfiados em fatos do Rosa & Teixeira a debater os mesmos assuntos estafados de há 30 anos, sempre com vocabulário mais adequado a sermões de faculdade do que a convencer quem quer que seja a votar neles. É preciso estoicismo para aguentar um Prós e Contras, seria preciso uma grua para levantar os eleitores do sofá a um Domingo perante um cenário tão pouco entusiasmante.
    Nunca entendi porque é que em Portugal não existem agências que se dediquem à imagem dos políticos, que seja necessário recorrer a estrangeiros para aprimorar um personagem (e nem sequer os melhores). Vender um político é mais aborrecido do que vender um queijo?

    Promessa eleitoral

    Prometo que volto a votar no dia em que aparecer um político que faça discursos destes, ao invés do costumeiro "Portugueses e portuguesas, em virtude do actual panorama..."

    Demasiada formalidade é anti-cool.
    E, claro, recuso-me a contribuir para a falta de coolness, já bem basta os fatos que eles usam.

    Geekness

    Pela primeira vez em quê, um ano, almoço sozinha. O que significa 15 minutos para almoçar, 45 para fazer outras coisas. E o que escolho fazer no Chiado, ver montras? Ir às compras? Tomar café na esplanada mais bonita de Lisboa (Bairro Alto Hotel)?
    Não. Entrar na cave da Fnac e passar os 45 minutos inteirinhos a ler um livro. E é que nem cheguei a meio.

    (estou cada vez mais geek, qualquer dia até começo a frequentar a cinemateca).

    11.05.2008

    Picture perfect



    (foto roubada à minha querida princesa, espero que ela não se importe)

    11.04.2008

    O inferno não são os outros

    são os alarmes dos carros dos outros.

    Isso e os monitores de 13 polegadas, ou lá o que é isto. Impossível ver fotografias nisto. Impraticável descortinar qualquer gráfico nisto.

    (a minha vida a andar para trás).

    11.03.2008

    Tenho demasiado sono

    ou preguiça para entender as causas fracturantes da blogosfera (é blogosfera quando se fala do universo geral dos blogs e bloga quando nos referimos ao nosso pequeno mundo dentro dos blogs? Estas denominações são por si só uma causa com potencial fracturante).
    Os contentores. Eu acho que sou contra, mas ainda não tive pachorra de ler nada sobre o assunto.
    As eleições americanas. Estou-me um bocado a borrifar, até porque não posso votar, mas aquela mulher dá-me um bocado volta ao estômago desde que a vi sentada em cima de uma cabeça de urso (not in a good way, se é que existe tal) e não gostaria de a ver aparecer muitas vezes, mesmo sabendo que a figura do vice presidente é totalmente indiferente para o mundo em geral e para os norte-americanos em particular. Com o nível de azar do homem, seria coisa para termos presidente-sentada-em-cima-da-cabeça-do-urso praticamente desde o início do mandato.

    Impossible is nothing*

    Vamos acreditar (lema do director-geral da minha ex-empresa, aquela que está na falência)

    *roubei o título, não te importas, espero.

    11.01.2008

    Revesti a minha vida social



    foto Herb Ritts

    de relações platónicas.
    Poderia fazer aqui uma nova prelecção sobre essas relações e, embora não mentisse (continuo a achar que as relações perfeitas são as que não chegam a concretizar-se), também não estaria a dizer a verdade toda.
    A outra parte foi a que contei ao meu Amigo à hora do almoço, o meu nível de exigência físico atingiu um pico tal que hei-de ser castigada por isso: serei condenada a passar o resto dos meus dias com um homem lindo de morrer e estúpido como uma porta.

    pessoas com extremo bom gosto