7.30.2009

Já com uns dias de atraso

tanta pergunta na blogconferência, o escândalo da emissão truncada mas a verdadeira questão - arrisco a dizer, a mais pertinente para o estado do país - não foi sequer aflorada.
Quando é o casamento, afinal?

Os 200 Euros por bebé e o baby boom

O Partido Socialista planeia atribuir cerca de € 200 por cada bebé que nasça, caso mereça a confiança dos Portugueses para formar um novo Governo.
A rigorosa equipa do Ministério das Finanças cometeu, desta vez, um erro importante: subestimou claramente o número de bebés potencialmente abrangidos pela imaginativa medida e, consequentemente, o seu impacto na despesa pública.
Nas projecções de natalidade feitas nos gabinetes da Praça do Comércio, ter-se-ão tomado apenas em conta os bebés que nascem nas maternidades e nos hospitais.
Ora, sempre que um par de namorados termina uma relação amorosa, mais ou menos estável, por iniciativa do elemento masculino, nasce imediatamente, sem apelo nem agravo, num parto de segundos, um novo bebé.
A regressão emocional do homem nos dias que se seguem ao fim da relação transporta-o, numa brusca viagem pelo tempo, de volta ao berço original.
Os comportamentos contraditórios e irrequietos podem suceder-se a uma velocidade vertiginosa, determinados, ora pelo remorso e pela saudade do peito, ora pela frenética e agitada busca de biberão.
Geralmente, o discernimento e frieza do elemento feminino empacotam e expedem o bebé de volta para crueza da idade adulta.
Mas o direito ao subsídio de €200 já ninguém lho tira.

7.29.2009

Dis(claimer)*

há um novo autor no blog e não se trata de um alter-ego meu. sempre quis ter um co-autor masculino no blog e finalmente consegui, depois de duas recusas de dois amigos diferentes. o martim escreveu pela primeira vez num blog ontem, aqui. que seja a primeira de muitas. Bem-vindo.

*(comentários reabertos).

7.28.2009

Ibérico e os irmãos Prada: uma lição de economia

Provavelmente, ao chegar Março, e numa certa altura da vida, pode uma mulher dar-se por si a ponderar a compra de umas sandálias fantásticas e submeter-se a uma plástica. As duas coisas em conjunto. Chamemos-lhe o pacote redux, para abreviar. Só que, dados os constrangimentos conhecidos, impostos pela crise económica, pode haver a necessidade de fazer opções. A plástica e as sandálias podem ser uma quimera. O pacote redux pode, afinal, ser inviável.

Como fazer a escolha acertada? A Proteste da DECO não serviria de grande ajuda, pois proporia, em benefício da maximização dos interesses do consumidor, que se tentasse o pacote. Mas as sandálias sairiam da Foreva e o lifting do Centro de Saúde de Mafamude. Há que optar mesmo, em benefício do estilo. É sabido que a esmagadora maioria das mulheres não toma decisões em função do que os homens pensam, mas em função da forma como se sentirá melhor. Todavia, se houver alguma mulher para quem a opinião de um homem conte, este post vai inteirinho para ela. Comece-se por consultar o preço da tabela do cirurgião plástico e compará-la com as melhores marcas de sandálias.

Diga-se, no que respeita a estas últimas, que há muita ilusão no mercado. As Prada e as Gucci são absolutamente sexy e ao mesmo tempo têm muita classe. As Manolo Bla qualquer coisa e as do Jimmy Choo ficam muito atrás e são mais caras. Tomemos então um par de Prada de € 500 e comparemo-lo com o preço, por exemplo de um alisamento de pele da cara, para eliminar pequenas rugas. Imaginemos que tal obra custa € 750. A escolha acertada é o par de Prada.

É que os homens não ligam nada a umas pequenas ruguinhas e valorizam muito o efeito de sobre-elevação proporcionado pelas Prada, que muito benefício traz a quem as calça. E os outros € 250 sobrantes podem ser investidos em jantares especiais à média luz, iluminação que, essa sim, faz desaparecer as ruguinhas e potencia definitivamente o efeito Prada na impressão de um homem.
Claro que isto é o que um homem acha. E as mulheres não ligam nada a isso.

7.25.2009

Fosse a vida um bocadinho mais cinematográfica,



foto Jacques Olivar


um pouco mais perfeita e haveríamos de nos ter encontrado num dia de muito calor em que, sob a canícula, encheríamos os depósitos de gasolina respectivos e esbarraríamos um no outro na caixa, ou a tirar uma bebida fresca. Tu ficarias a olhar para mim como se me conhecesses de algum lado e eu a fingir-me de mais ou menos ofendida acabava por te sorrir e entrar dentro do carro. Nunca trocaríamos uma palavra mas haveríamos de relembrar esse encontro durante muito tempo.
A vida não é assim, mas apesar de tudo o fim é igual, o que só quer dizer que vai tudo dar ao mesmo, não vale a pena grandes incómodos, tens razão.

7.22.2009

Eu não leio baby blogs

nem family blogs, motherblogs, nem blogs em que as pessoas transparecem felicidade perene e constante. a mim não me interessa se é verdade ou se só o fazem para se mostrar de alguma forma. a mim não me interessa porque tudo o que resulta disso é a comparação que não posso evitar. o meu filho de manhã grita, à tarde berra, atira coisas, cospe, diz asneiras, promete pontapés, faz chantagens, exige coisas. a minha filha liga-me da colónia para me dizer que "oh mãe na lefties as calças estão baratíssimas estão a dá-las praticamente compre-me dois pares de ganga tenho de ir está uma confusão aqui beijinhos". o meu emprego é uma confusão constante onde não sei nunca muito bem para onde me virar.
por isso se estão de férias num país tropical, têm tempo para ir às compras e ler, jantam em lugares fabulosos, vão à inauguração do beach club, estão apaixonados, têm criancinhas amorosas e limpas e bem comportadas que vos adoram - fixe para vocês - eu fico feliz por todas essas coisas, mas não leio. a menos que tenham uma vida minimamente equilibrada entre coisas boas muito boas seca desastres angústias desesperos alegrias alívios amizades solidão o meu interesse é nulo. isto é uma coisa minha, não liguem.

7.21.2009

Saudades de casa



foto Christoph Martin Schmid


tenho sempre saudades de tudo. ontem fiz anos, já tenho saudades de ter 33 anos. mudei da zona mais bonita de Lisboa para a zona mais feia de Lisboa, quase sem querer, praticamente sem saber como [suspiro].
De manhã há sempre nevoeiro ali, na zona mais feia de Lisboa [que nem sequer é mesmo Lisboa]. é um nevoeiro tipo fog de LA, presume-se vir da poluição mas na verdade é quase como se a serra tivesse vergonha de mostrar aquilo que se lhe espraia à volta. antes da serra de sintra, percorrendo a auto via mais feia do país, quase parece uma benesse esse fog a meio do verão, a serra a poupar-nos aquilo que a rodeia e que são prédios de 20 andares erigidos sem contemplações nem dó sequer uns pelos outros, em simultâneo. são edifícios que se agridem entre si como peças de lego atiradas por uma criança hiperactiva, é notório o ódio que se têm, que nos têm, e que não temos grande problema em retribuir.
Ainda assim, espanta-me (e isso há-de me espantar sempre) como somos capazes de fazer estas coisas ao sítio onde vivemos e uns aos outros. disto não terei saudades [um dia destes].

7.19.2009

Todas as idades são boas*

o meu filho é suficientemente crescido para me pedir para ir ver a Idade do Gelo 3, só nós os dois.

o meu filho é suficientemente pequeno para se agarrar a mim quando aparece um dinossauro na Idade do Gelo 3 e pedir colo porque tem medo.

*e igualmente más.

7.13.2009

Win(slet)



foto Mario Testino

A Kate é linda* e só faz filmes bons.
Pronto, também fez o pior filme de todos os tempos, mas apenas porque até no falhar é em grande.

*eu tenho inveja do corpo arredondado dela.

7.09.2009

Harper's Rachel



daqui

Não quero entrar em divagações beleza real vs. Photoshop vs. produção e maquilhagem, que honestamente não sei o que se atinge com isso. Claro que as imagens numa revistas são melhoradas, adulteradas, embelezadas. Não é esse o propósito da arte? Dá-me um gozo enorme ver estas fotografias, deram muito trabalho a produzir e se nelas aparecesse só a Rachel* despenteada, mal vestida e cheia de olheiras, que interesse teriam? Isso seria como andar na rua.

(*muito embora ela seja lindíssima aqui também).

7.06.2009

É uma pena que não acredite em sinais

destinos e afins. sou pessoa de pouca fé, afinal. porque se acreditasse, quase poderia jurar que de todas, milhares, de vezes que já fui parar sem querer à Rua das Chagas [linda, esta rua, por sinal] a de hoje em que segui para a Rua da Emenda e por fim acabei na Rua da Vitória quereria dizer algo profundo.
É uma pena, portanto.

Nada a dizer

mas este tempo desfoca tudo.

7.01.2009

Post



Lembra-me.

Meu caro

sabe o que tenho para lhe dizer? o nosso sofá virou volúpia. acha normal? sítio tão engraçado, com morenas giras, aquela deco hippie-chic, as andorinhas da casa portuguesa, os desenhos a giz na parede de ardósia, as cadeiras todas diferentes (é nestes pormenores que se vê, como disse e bem)...agora uns candeeiros com argolas de plástico (iguais aos outros todos), o preto e branco, o senhor de idade atrás do balcão. agora perdemos um bocadinho da nossa história. agora não vamos poder nunca dizer "teremos sempre o nosso sofá". as pizzas não é bem o mesmo, pois não? mas são boas e hoje até me tinha apetecido lá ir.

Há blogs que nascem entre amigas, para amigas

há blogs que nascem e já são maduros, ainda que com degraus a subir.

Trepava-te um dia destes mas não ías querer outra coisa, por isso mantém-te atrás da porta velha e aborrecida onde tens estado sempre.

Como este.

pessoas com extremo bom gosto