7.30.2007

Finalmente

consegui reparar o bug do meu template!

Das conversas

com o meu (ex)marido:

Ex: Mas acabaste com ele porquê?
Eu: Olha, sei lá, provavelmente por ser ainda a mesma pessoa um bocado má que sempre fui.
Ex: Não digas isso de ti, não és assim.

Acho que ainda o elejo o meu confidente masculino, no dia que o meu amigo-um-bocado-bruto-e-somos-tão-parecidos-que-até-irrita se fartar de me aturar (não te linco porque podes não gostar).

No outro dia quis perguntar se estava tudo bem com a namorada, mas achei que não tinha nada que me meter na vida dele.

7.27.2007

Isto é assim para o histórico

embora de uma forma um bocado deprimente. A minha filha, 8 anos, teve hoje o seu primeiro desgosto de amor. Não foi bem um desgosto, foi mais talvez uma desilusão, chamar-lhe "de amor" é também poetizar, um miúdo que era par dela no baile da colónia trocou-a por outra, nada de namoros nem beijos e ele era "horroroso" nas palavras dela mas pronto é sempre chato e a mim apetecia-me era dar uns quantos sopapos na criancinha a ver se abria os olhos e pronto (mas não, não faço).

O que faz a minha filha, 8 anos saltitantes em rodas, pinos e cambalhotas? Pois tá claro que descarrega em quem dá mais jeito, no caso os paizinhos dela, ao pai desliga-lhe o telefone e manda-lhe sms ameaçadores "não me ligues mais!". A mim não me atende e responde a uma mensagem que lhe mandei a dizer que gostava dela com um " a mãe pode gostar de mim mas eu não gosto da mãe". A coisa vai.

A pior coisa de ter um blog pessoal

é no fundo não poder (ou não conseguir) muitas vezes escrever o que queremos, com medo de sermos demasiado bem entendidos ou de magoar alguém.

7.26.2007

A melhor coisa de um blog pessoal

é podermos olhar em retrospectiva para a nossa vida.

Lendo as nossas próprias palavras torna-se evidente, muito menos dourado por essa película que a nossa memória tantas vezes lhe aplica, o passado (mais ou menos recente).
Ainda agora por exemplo, acabo de descobrir que uma presença antiga foi apenas uma ausência (nada de grave porém).

7.25.2007



Um dos meus desejos secretos (agora pouco secreto) era ser assim uma matrona italiana, de formas generosas, arredondadas, voluptuosas. Coxas grossas, soutiens de copa D e afins.

Qualquer coisa que não fossem as minhas quase anorécticas formas que me obrigam a vasculhar roupa na secção infantil (enquanto finjo que estou à procura de roupa para a minha filha, coisa que aliás não deve interessar a ninguém, mas penso sempre que estou a fingir que procuro coisas para a minha filha).

As partes de baixo (calças, vá) são o drama, os modelos infantis obviamente não encaixam no meu corpo de adulta e os modelos de adulto começam a escala no número a seguir ao meu.

O que adoro

quando as pessoas justificam seja o que for com recurso à astrologia. "Sou assim porque sou gémeos", ou "já sabes que ele é assim, é capricórnio, os capricórnios são todos...(qualquer coisa)"
Ainda dou um desconto quando se trata de alguém que trabalhe num cabeleireiro, mas quando aparece (e logo numa entrevista para uma revista do Público) uma senhora educadíssima e com alguns estudos ("[...]sou do signo gémeos e embora goste muito de um ambiente hoje, se o modifico (...), adapto-me rapidamente ao novo ambiente"), falando daquilo como se fosse uma ciência exacta (não me venham com conversas que existe há milhares de anos, há milhares de anos as pessoas também achavam que os relâmpagos eram magia negra) só me dá vontade de rir.
Eu sou caranguejo, o que deve implicar que todas as pessoas deste signo achem ridícula esta obsessão colectiva com a astrologia.

Cada um é para o que nasce

que diferentes maneiras de pensar possam coexistir numa mesma pessoa, ainda que num mesmo momento e não em diferentes espaços temporais não me surpreende. Já não vejo é como maneiras estar/ser diversas possam estar presentes num mesmo corpo sem haver uma espécie de esquizofrenia.
Não vale a pena pena admirarmos alguém por ser muito racional e a seguir ficarmos muito desapontados por essa pessoa ser incapaz de deixar de o ser. São apenas faces diferentes de uma mesma moeda.
Aceitação é a palavra (não resignação, mas apenas aceitação dos diferentes papeis e graus que cada uma das pessoas que compõem a nossa vida têm nela).

7.24.2007

Foge-me

corre-me por entre os dedos, escorrega-me.
Quando assim é não há nada a fazer, só esperar sem angústia.
Que a falta dela faz-me sentir já menor, inferior, menos eu.
Mas estou convicta que voltará, mais dia, menos dia, mais hora, menos hora.
Que podem passar dias ou apenas horas mas depois aparece de novo, sem se saber muito bem de onde e vem como uma onde que se não for entornada (para aqui ou para o bloco) certamente me submergirá.
Por agora limito-me a esperá-la.

7.23.2007

Quadros

interaquê?
Eu quero só lembrar o Sr. Primeiro Ministro que na Escola Secundária Pedro Santarém, em Lisboa, as minutas são escritas numa máquina de escrever.
Se calhar era começar por equipar a parte administrativa das escolas de um computador, não sei, é só uma ideia.

7.21.2007

Há qualquer coisa de sádico

nos paizinhos e mãezinhas*. Quando têm um filho, enquanto não convencem todos os que os rodeiam que aquilo é a 8ª maravilha do mundo não estão satisfeitos.
A verdade é que misery loves company e nenhum pai quer é ser o único do grupo a não dormir de noite, não ter um fim de semana descansado a ler os jornais e ver-se forçado a repetir os mesmos programinhas infantis vezes infinitas. Então quando finalmente descobrem que mais algum conhecido vai procriar, desfazem-se em "Parabéns, que bom!" e outras saudações efusivas que na realidade não passam de uma genuína manifestação de alegria por já não serem os únicos sacrificados e terem algum adulto com quem compartilharem as inúmeras horas a empurrar um baloiço.
Depois com o segundo filho, de novo. "Ah com dois é que vai ser, que giro, os miúdos a brincarem juntos e assim", quadro enternecedor. Mas, esquecem-se é de contar que 99% do tempo que os miúdos passam juntos estão à estalada e que para além das noites mal dormidas, fraldas, compras, horas a empurrar o baloiço ainda passam todo o restante tempo livre a arranjar estratégias de pacificação fraterna quase sempre muito mal sucedidas. Ao fim de um ano daquilo questionamos seriamente a opção de ter tido o segundo e começamos a pensar se será o terceiro que irá salvar a coisa...(não posso garantir, mas parece-me que não, que a tendência será piorar e que resta encolher os ombros e pensar nesses maravilhosos anos em que atingirão a idade adulta).

*obviamente que me incluo no grupo.

7.20.2007

Já repararam

que não tenho a sempre tão irritante Blogger nav bar? (A barra lá em cima de tudo que serve para flagar e outras coisas do mesmo calibre). Se quiserem tirar a vossa, perguntem-me como.

7.17.2007

A multiculturalidade é uma coisa muito bonita

ontem só por estar sentada ao lado da minha irmã descobri que uma "sleeve" é uma tatuagem que cobre o braço todo até ao ombro.

Depois de me queixar

inúmeras vezes dos sentidos do trânsito no Porto, toma lá com a Estrada de Benfica, faixas exclusivas de Bus a alternar de 20 em 20 metros com faixas normais (tipo trial mas em estrada).

E os aviões a ameaçarem arrancar o capot do carro das 4 vezes por dia que passo na 2ª circular também é bom.

7.16.2007

De vez em quando

ficamos com qualquer coisa atravessada. Oh, somos adultos, vivemos diariamente com coisas atravessadas, sabemos que é normal viver com um bocadinho de sofrimento dentro de nós (como é viver com um bocadinho de alegria, de tédio, de entusiasmo e por aí fora). Mas.
De vez em quando há umas coisas que ficam mais atravessadas do que outras. Não sei porque se insinuam perfeitamente fora de contexto. Porque aparecem quando o espírito está desocupado, ou ouvimos uma música, um cheiro, uma voz. Mas.
Mesmo sabendo muito bem que essa coisa (vontade? Desejo? Coisa.) não tem hipóteses de concretização, aparece-nos e vamos rolando, mastigando como um rebuçado doce, um bocado amargo, algo picante, rolando mesmo que não vá passar disso mesmo, um rebuçado que deixa um sabor a "o que poderia ser" na boca, nada de grandes mágoas. Mas.
Talvez esse rebuçado sirva no fundo algum propósito, algo um bocadinho oculto, é bom termos partes de nós que os outros não conhecem, que não nos apetece explicar. Ou então não, não serve para nada nem tem qualquer forma de intenção, limita-se a acontecer, a poisar devagar, a entardecer (Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia/Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia*).

*do poema do Ary dos Santos que conheci numa música do Carlos do Carmo e é lindo, lindo o poema. Resto aqui.

Das eleições

acho que há para aí uma lei qualquer que não permite em locais de voto a propaganda eleitoral em dia de eleições. E estarem dois rapazes de cabeça rapada, botas cardadas e calças da tropa não conta como tal?

O PNR ultrapassou o Manuel Monteiro nos resultados (e porque é que isso não surpreende ninguém?).

Ser independente é que está a dar (se assim não fosse eu nem teria saído de casa para votar e a abstenção cá em casa seria de 75%, assim sendo ficou-se pelos 50%).

Aquela gente que enfiaram no hotel Altis para fazer número, vindos da Arrentela e coisas do género e que não sabiam bem o que estavam a fazer em Lisboa também tinha piada.

7.15.2007

Dos dias cheios

Cheio de trânsito logo pela manhã a caminho da praia. Cheios de sol, a horas impróprias para estar na praia, cheios de sal, de mar a invadir a areia e as toalhas.
Cheios de risos de 5 miúdos, 2 meus, 3 dela, cheios de pinos e rodas e mesmo de uma coreografia, cheios de convites para o espectáculo ("queremos fazer uma coisa privada"). Cheios de gritos e correrias, de paus para fazer o almoço com as laranjas bebés.
Cheios de conversas.
Cheios de vento e de encontros mais ou menos previsíveis.
Cheios.

7.13.2007

Um bocado abandonado

é o estado deste blog.
Até pode não parecer, mas mastigo as palavras antes de as entornar para aqui, sem grande vontade. Falta de inspiração, de tema, aborrecido como a minha vida agora está. E se calhar até me devia dar por contente (naquela do "antes isso do que coisas piores") mas o tédio não se coaduna comigo, eu aborrecida sou ainda mais insuportável do que as crianças a perguntarem no carro "já chegámos? Falta muito?"

7.12.2007

Raios partam

a porcaria da campanha eleitoral. Entre ontem e hoje tive que explicar o que é fascismo, Bloco de Esquerda, quantos candidatos há no "bloco de direita", em quem é que a avó, o avô e a tia vão votar, o que é corrupção...

Se

soubessemos que hoje era o último dia em que veríamos alguem de quem gostamos, o que faríamos?

Se

soubessemos que hoje era o último dia da nossa vida, o que faríamos?

7.11.2007

Nos

Sims, criou uma família semelhante à nossa. Tinha mesmo o nosso apelido e os nossos nomes. Mas porque por alguma razão não tratou bem da mãe (eu), ela morreu. A tristeza dela era evidente, não pela mãe ter morrido mas porque "agora o que vai acontecer com os filhos? Não vão ficar bem".

Isto durou uns 3 segundos até criar uma nova família.

7.10.2007

Que a família não se escolhe,

já se sabe. É uma questão de sorte, azar ou lá o que seja.
Mas ainda me faz muita confusão porque é que no meio de tantos genes partilhados, de um meio comum, de uma educação semelhante podemos darmos-nos tão mal com algumas pessoas da nossa família.
Parte da razão para isto poderá ter algo a ver com essa cerimónia que fazemos com os amigos e que perdemos totalmente com algumas pessoas da nossa família mais próxima.
A pessoa com quem melhor me dou não partilha genes comigo, tem uma maneira de ser quase oposta à minha e no entanto pensamos quase da mesma forma.
A pessoa com quem pior me dou partilha todos os seus genes comigo, tem um feitio não muito diferente do meu mas pensamos de forma totalmente oposta.

Vai ser um longo Verão.

7.09.2007

Estrangeira na minha própria cidade

alguém me explica o que significa "carris sustentável" que os autocarros tão orgulhosamente apregoam e quanto é que custou afinal o cartaz da Roseta?

Olha,

já que não sou única em nada, que seja a única do mundo a não gostar odiar maltesers.

Na fila

para o almoço de Domingo na Gulbenkian, lendo a única coisa disponível (página de classificados do DN sacada de uma mesa de jornais no jardim), concluo: as meninas/senhoras das massagens e afins moram todas em Telheiras ou em Benfica.

7.06.2007

Mantendo o mistério




via a beautiful revolution

Eu hoje devo estar irresistível

porque num percurso de menos de 500 metros, duas mulheres atiraram-se para cima de mim, assim impulsivamente, sem pensarem na coisa.

7.05.2007

A um dia do sarau

da ginástica rítmica, lesionou-se num pé, claro. Da quantidade de vezes que se atira para as paredes e faz pinos nas garagens e no meio da rua.

De tanto treino e desejo de perfeição, "vou enfrentar a dor, a dor que se queixe."

Do titulo da musica aí ao lado

como será dissolvermo-nos? Acontecerá muitas vezes? A todas as pessoas, ou só a algumas?
É sentir o corpo dividir-se, primeiro em células, depois em moléculas, depois em átomos. Por fim já não ser, ser energia que se espalha sem decidir por onde. Ser uma onda de som, um pequeno terramoto interior no corpo de alguém, um arrepio.
É só isso que imagino que nos aconteça depois de mortos.

E agora que volto para casa

seguindo recomendação da minha super-hip-mom, já subscrevi.
Carreguem no link e vejam bem se está lá "Porto" escrito em algum lado.

7.04.2007

Quando

acaba um blog de que gostamos ficamos um bocadinho órfãos. Quando acaba um blog onde escrevemos ficamos muito órfãos. Se se trata de um blog colectivo, ficamos órfãos com o irmãos espalhados e sem saber de alguns deles.
Entre ontem e hoje reencontrei duas "irmãs", a comoção é muita, que bom poder ler-vos de novo (que isto às tantas é quase uma aldeia onde somos todos parentes, uns mais afastados, outros que nem podemos ver à frente, e claro, os que são a nossa família mais próxima).

7.03.2007

Como descrever

é a dor dos músculos retesados pelos gritos calados, pela raiva surda que faz zumbir os pensamentos. É querer desatar a correr sem parar nunca, sem querer saber em que direcção, até os músculos aguentarem sem colapsarem.
É apenas não querer estar aqui (nem em lado nenhum no fundo), não querer saber de nada, de ninguém, de nunca.
É não querer ser, esperar, ficar, agir, correr, parar, dormir, acordar. É no fundo não querer nada a não ser que isto passe e, já agora, depressinha sim?

Ah, também tenho para dizer

(e esta vai-me ficar um bocado mal mas pronto), mais dois dias disto e estou pronta a atirar-me da ponte da Arrábida.

Só me soa dizer que

AQUI CHOVE SEM PARAR (e eu queria ir à praia).

7.02.2007

A uma semana

de acabar o período de clausura. A uma semana de voltar para casa.
Uma amiga disse-me "é o princípio do começo" e, ao mesmo tempo, quero acreditar nisso e tenho medo de acreditar.
Não faço ideia para onde vou e tenho duas pessoas que dependem de mim para tudo. Ao mesmo tempo penso que agora que bati com os pés no fundo da piscina, depois de ter mergulhado de uma prancha mais ou menos alta e trazendo-os de arrasto, o único caminho é para cima. Mas nem isso sei, se bati no fundo ou há ainda mais profundidade na piscina

pessoas com extremo bom gosto