11.21.2008

Da dormência II

Ontem queixei-me acordei para a vida enervei-me e no fundo regozijei-me por este período ter acabado. É só uma fase tinha dito o meu amigo.
Ontem não almocei sozinha a máquina de café ficou arranjada o iPod desbloqueou o meu outro amigo já não está acossado.
Hoje estou com a maior neura e almocei mesmo sozinha tive de desmarcar um jantar com amigos continuo no mesmo buraco de ontem mas com maior lucidez. É só uma fase disse o meu amigo, e eu quero que esta tenha sido só uma breve interrupção dessa fase.
Porque ontem eu não entrei no metro manhã cedo já só a reparar nas pessoas feias e que falam tão alto algumas cheiram demasiado a perfume outras demasiado a falta de banho se calhar não têm casa de banho coitadinhas eu quero lá saber das desgraças dos outros deixem-me viver na ignorância.
Ontem eu quando subi as escadas rolantes da Baixa-Chiado não tinha um homem parado à minha frente com uns sapatos abertos atrás como chinelas e calças brancas e como isto me irritou tanto que subi pela escadaria normal mesmo sabendo que demorava mais e me cansava o dobro. Ontem eu não tinha entranhado no nariz o cheiro das pessoas com banhos a menos parecendo colado a mim talvez nem tenham casa de banho coitadinhas para desgraças bastam-me as minhas não preciso de mais obrigadinha e não tinha lido esta notícia nem ficado com vontade de vomitar chorar gritar morrer porque o mundo inteiro não passa de uma enorme cloaca deixem-me viver na ignorância de tudo.

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pessoas com extremo bom gosto