11.06.2008

Pão e Circo

Estamos a anos luz. Por aqui vivemos acomodados na ilusão de que já conquistámos tudo, de que os políticos são todos iguais, de que nem vale a pena exercer o acto mais básico, mas também mais importante da democracia, o voto.

Pois sim, ninguém se entusiasma com as eleições em Portugal, qual o espanto? É beber do exemplo americano. Aquilo é espectáculo. São cartazes pensados, desenhados, giros. Discursos feitos para vender. Candidatos escolhidos pelo carisma. São papelinhos a voar. São pins oferecidos aos montes. É a Sarah Jessica Parker fotografada ao telefone numa sede de campanha. É a Oprah. É Marketing político, gestos estudados ao milímetro.
É circo e portanto, entusiasma.
Em Portugal as campanhas resumem-se a uns senhores muito formais enfiados em fatos do Rosa & Teixeira a debater os mesmos assuntos estafados de há 30 anos, sempre com vocabulário mais adequado a sermões de faculdade do que a convencer quem quer que seja a votar neles. É preciso estoicismo para aguentar um Prós e Contras, seria preciso uma grua para levantar os eleitores do sofá a um Domingo perante um cenário tão pouco entusiasmante.
Nunca entendi porque é que em Portugal não existem agências que se dediquem à imagem dos políticos, que seja necessário recorrer a estrangeiros para aprimorar um personagem (e nem sequer os melhores). Vender um político é mais aborrecido do que vender um queijo?

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pessoas com extremo bom gosto