9.28.2010
faith
a fé aconteceu-me era ainda criança. recebi-a como um dom, abracei-a, primeiro envergonhadamente, depois assumidamente. sou católica mas. nas férias a fé pôs-me à prova - numa mesa de 11 pessoas eu era a única a tentar defendê-la entre pessoas que tinham para contrapôr "vi um carrinho de bebé e uma enfermeira levava um balão de soro ao lado da mãe que empurrava o carrinho". não trabalho no IPO e talvez por isso a fé não me tenha abandonado ainda na totalidade. mas abandonou-me um pouco. na outra sexta em que também voltei de uma festa de bar aberto [não a da time out, na semana anterior] disse-te ao telefone que tinha a pintura esborratada. do meu ex marido a tentar foder-me a pensão. da casa onde vivo que detesto. do meu emprego que odeio. do bebé que perdi e, tomando-o como um sinal divino, me tinha feito largar tudo - para chegar aqui. nessa altura a minha fé estremeceu porque pensei - e se nada era sinal e tudo foi uma aleatoriedade e nunca fui tão infeliz - pedi a Deus que me provasse que existe. há quem diga que Deus prova que existe cada vez que nasce uma criança, cada vez que uma flor aparece, cada vez que há um pequeno milagre de felicidade. o meu está numa bula e chama-se embotamento afectivo. se durar, seremos muito felizes, muito.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
5 comments:
merda... agarra-te à fé. queria eu ter alguma.
Quando se questiona já deixámos de a ter.
martaf
pois marta, eu também acho um pouco isso.
Eu acho exactamente o contrário... quando dúvidamos sabemos que a sentimos, porque senão, duvidávamos do quê?
Mas que manter a fé é dificil... lá isso é.
Eu acho que pensamos demasiado nisso:
http://perdidopelacidade.blogspot.com/2010/09/blogs-e-vidas-e-afins.html
Post a Comment