não tem este blog nenhuma pretensão a ensinar nada

a ninguém. isso é óbvio para quem já me leu pelo menos meio post.

em todo o caso fica aqui a minha reflexão do dia: enquanto esperam que o outro volte é o momento em que as melhores oportunidades passam ao lado.

precisei de 37 anos para descobrir isto, mas ainda assim, parece-me pouco tempo.

anda por aí uma dessas teorias

paulo coelhescas (eu culpo mesmo o paulo coelho por todas as idiotices de frases feitas cheias de positivismo superficial) que diz quando menos esperarmos é que nos vai acontecer o que mais querermos.

nem vou debater a demagogia da frase, assim escrita fica bastante evidente que quando se quer alguma coisa já se está implicitamente (em menor ou maior grau) à espera que ela aconteça.

faz parte da nossa natureza esperar pelas coisas. é por esperarmos coisas que conseguimos resistir à merda dos dias que se arrastam, da certeza da morte, da infelicidade que espreita.

esperamos mudar de emprego esperamos ter uma casa esperamos por um amor que nos faça feliz esperamos ter um dia dinheiro para comprar aquele casaco esperamos que um amigo nos conforte num dia mau esperamos que a crise passe esperamos que uma pessoa que está doente fique melhor esperamos que os nossos filhos não sejam assim para sempre esperamos que amanhã não esteja transito esperamos um dia ganhar o euromilhões.


esperar é mesmo a melhor coisa que podemos ter.

o meu filho a ver o telejornal

mãe, vão fechar os blocos de parto. ainda bem que eu já nasci!

(é o mais fofo)

a crise portuguesa explicada em 4 linhas*

há 20 milhões de desempregados em portugal mas o camilo lourenço ainda não é um deles (juro, hoje de manhã ele foi buscar o tema "contrabando" para criticar os empresários que não estavam contra a subida da TSU - uns palhaços, segundo ele - porque quando os impostos sobem há "contrabando") 


*sem tocar no ponto UE, do qual não sou particularmente adepta.

às vezes esqueço-me de como há só uma pessoa em portugal a escrever bem sobre o amor

depois felizmente a Ana lembra-me:

O amor, para quem é mais novo e não sabe como fazer, não é uma técnica ou uma táctica. Não há segredo. Não há lições. Ou se ama ou não se ama. Ou se é também amado ou não se é. Esperar é o melhor conselho. Experimentar é o pior.

é isto (ou coincide especificamente com a minha maneira de ver as coisas)

coisas que eu vi no metro

um grupo de alemães a segurar uma porta da entrada do metro para 10 passarem pagando apenas uma viagem.

e provavelmente acham que está tudo bem porque estão em portugal, esse país que não presta e anda à conta dos países espetaculares (como o deles) há anos.

a televisão para além dos debates

adoro essas mulheres que pintam o cabelo de loiro, fazem operações às mamas e depois declaram ao mundo:

vou provar-vos que sou muito mais que uma loira burra.

o que se passa dentro daquelas cabeças não deve diferir muito do pensamento do cão quando anda atrás da própria cauda.

neste blog não escrevo sobre política

[nem noutro lado].

não porque não sinta o mesmo que os outros, que as medidas são exageradas e geradoras de uma crise mais profunda, mas porque percebi finalmente aquilo que a minha amiga que não vive em portugal há 15 anos sempre me disse. que aqui há-de ser sempre assim.

8 anos

a mãe pode ouvir as musicas da treta todas que quiser no carro desde que não se ponha  a dançar.

(tinha tantas saudades de o levar à escola).

adolescencia

somos uma espécie de atm com pernas.

conclusão aos 37 anos

e porque não me apetece escrever sobre os 18% embora a minha mente não pare de pensar em desgraças:

all cute guys are gay*

* em inglês porque em português nada parece ter o mesmo efeito.

porque nunca hei-de ser uma blogger famosa

ambos os meus filhos partiram o queixo e foram cosidos no hospital (em diferentes ocasiões) e nunca me ocorreu postar fotos desse facto memorável aqui no tasco.

agora vou só ali apertar o cilício por nunca ter sido a mãe que eles mereciam.