9.23.2010

convenience

oiço mais uma história de um casamento falhado e é mais um encolher de ombros porque já sabíamos no que ía dar é sempre assim as pessoas sempre a casar teimosamente mesmo sabendo no que aquilo vai dar. e isso lembra-me como caminhamos sem desvios para o amor conveniente. de repente tudo tem de ser confortável e à medida, os me days, os spas, as massagens. o amor tem de ser assim, à medida ou então não vale a pena, é perda de tempo, consumo de recurso, mau investimento. como se alguma vez na história da humanidade o amor tivesse sido qualquer outra coisa do que um inconveniente. uma espécie de doença que nos torna insensíveis aos outros, egoístas e estúpidos. como se o amor conveniente ou não não fosse uma mera questão de sorte, como se fosse de nossa escolha apaixonarmo-nos exactamente pela pessoa certa, e não fosse - pela mera lei das probabilidades - mais fácil apaixonarmo-nos por uma pessoa que não é certa, que não vive na nossa cidade ou país, que não gosta de nós, que é casada ou apaixonada por outra, que quer outras coisas da vida que não nos incluem. é assim como é assim com a amizade, os amigos às vezes também vão para fora, não estão lá, gostam mais de outros amigos, deixam-nos agarrados. é assim porque a vida é assim, não feita de conveniencias mas de coisas que queremos ou não queremos. e das merdas que fazemos pelas que queremos. conveniência é o comando da meo e os pequenos almoços que vêm trazer a casa num cesto.

10 comments:

João Amaro Correia said...

vão para fora, mas cá dentro. do coração.

Mar said...

:-) subscrevo, tanto..

AR said...

Mas sabes... é teimar em acreditar que vale a pena, que é o certo, que razão e coração jogam do mesmo lado. É uma teimosia, mas é esperança, é o querer sonhar com uma vida especial.

AR said...
This comment has been removed by the author.
AR said...
This comment has been removed by the author.
Clara said...

claro que sim. não é desistir só porque agora não era aquilo ou porque convém. acreditar é ser inconveniente, se tiver de ser.
não era nada deste post que eu queria escrever. tenho tanta raiva por não o conseguir fazer da forma certa., não saber escreve-lo bem.

Anonymous said...

Acho que em geral nos amamos a nós mesmos, e procuramos alguém que nos ame nestes termos. O que até podia funcionar, não estivesse a outra parte a fazer precisamente a mesma coisa. A teimosia, Beguinha, está em acreditar que é um triângulo (eu, eu, e o outro); o que na verdade são duas relações paralelas (eu comigo, e tu contigo) - e nada disto é amor. Quando se ama não interessa nada se vale a pena, se é o certo. Aliás "certo" não é só correcto - também pode ser "garantido", ou pior: "estritamente necessário"...
Não sei se li bem, mas acho que apanhou muito bem tudo isto, Clara.

MISS PU said...

tb me identifico Clara :)

e são cada vez menos...

xxx

CF said...

Muito, muito bom :)

Ana said...

Olá! Sigo o blog e queria dizer que este post foi "copiado" para aqui: http://www.inside-the-moon.blogspot.com/
... Parabéns pelo blog*

pessoas com extremo bom gosto