a minha vida é um buraco que lentamente, pacientemente, correctamente, precisamente, carinhosamente fui cavando. custou-me muito toda esta escavação mas - oh se soubessem como finalmente está fundo e é completamente impossível vislumbrar o fundo da cova - ficariam orgulhosos.
é uma coisa assim mesmo grande. e agora estou aqui à beirinha a espreitar e a pensar como poderei cavar um pouco mais, uma vez que isso é o que sei fazer. bolas, se sou boa nisso, posso dar palestras, escrever uma tese de doutoramento e ganharei prémios de carreira de escavar buracos. o único problema agora é já não ter chão onde enfiar uma pá. é pena, porque de facto sou boa nisto.
4 comments:
Mais chão, decerto que tens, podes é nem estar a vê-lo. Caminhos dos outros, também terás, podes é também não estar a ver...
Há sempre aquele princípio de que apenas batemos no fundo para ganhar impulso na subida.
É isso mesmo.
Há sempre chão debaixo dos nossos pés. Há sempre terra para pisarmos, sentirmos e, às vezes, nos embalarmos enquanto murmuramos uma qualquer ladainha auto-hipnótica.
Mas existem as aves, que nos convocam, as estrelas que esperam que lhes puxemos o brilho, porque elas precisam de nós. Nós é que julgamos que não.
(desculpa se soa muito a livro de auto-ajuda).
o melhor é começar a pensar em escavar uns degraus nas paredes desse buraco para sair dele. Isso ou com sorte aparece alguém com uma corda de salvamento! ;)
beijo
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