5.02.2012

do Pingo Doce (em 5 linhas)

custa-me um bocado a entender esta perseguição aos hipers e supermercados. vocês, que acusam o Pingo Doce de abuso qualquer coisa (não me venham com o dumping, isso só interessa aos concorrentes do Pingo) não tomaram ontem café? não puseram gasolina? não foram almoçar fora? não foram à feira do livro? não há pachorra, juro.

13 comments:

Isa said...

Sim, é o mesmo povo que compra na H&M e na Zara e se está cagando para que os miúdos e as mulheres do Bangladesh e da China sejam explorados, na base do chicote.

Não há paciência, não...

S* said...

Totalmente. Entendo perfeitamente quem não trabalha - também não trabalharia, mesmo que não estivesse de férias - mas o conceito de hipermercado é estar sempre aberto.

ana sofia santos said...

não fiz nada disso
mas vi tv :)

stantans said...

concordo plenamente, já cansa os pseudo-revolucionários de esquerda que enchem o facebook de comentários sindicalistas

Clara said...

hipermercado? as lojas, postos de abastecimento, cafés e restaurantes estiveram (como sempre) todas abertas.

S* said...

Clara nem todos os cafés estiveram abertos... :) mas os shoppings e os postos de abastecimento, claro, não fecham portas.

Sawabona Shikoba said...

Não h+a mesmo!!!!!

sem-se-ver said...

1. nao entende a perseguiçao aos hiper? é porque, talvez, não se preocupa com as draconianas condiçoes impostas aos fornecedores e com as margens de lucro obscenas que, assim, eles têm diariamente - e ainda mais obscenas as obtidas naquele dia, de si mesmas e por terem utilizado aquele estratagema.

2. interessa só aos concorrentes do Pingo Doce? olha qu'esta... então uma ilegalidade só interessa a quem é afectado directamente por ela? tipo, rouba-se o vizinho, e eu com isso, foi o vizinho, não foi a mim? (e aquilo foi um roubo, não foi uma dádiva)

3. sim, pudemos fazer isso tudo, porque INFELIZMENTE não é PROIBIDO haver estabelecimentos comerciais abertos no 1º de Maio. a Clara é nova, talvez não se recorde que pós 25 de abril não passava pela cabeça de NINGUÉM (e muito menos dos patrões) obrigar a trabalhar quem podia gozar o único dia MUNDIALMENTE consagrado a si, enquanto trabalhador, após décadas e décadas de muitos milhares a lutarem por condiçoes de trabalho dignas (aquelas de que hoje todos beneficiamos ou DEVIAMOS beneficiar, como a das 8h de trabalho, motivo da greve geral iniciada em Chicago nos finais do sec XIX), com, literalmente, sangue, suor e lágrimas (e foi o primeiro dele que escorreu nos EUA que levou à decisão de tornar o 1º de Maio o dia do trabalhador). no 1º de Maio só deveriam trabalhar aqueles que são necessários a serviços mínimos, saúde e bombeiros, por ex, e pouco mais. é uma questao de princípio ético, político e social.

4. o esforço DESUMANO a que foram obrigados os trabalhadores do PG (com desmaios, inclusive) é ESCRAVATURA. ela é proibida por lei, como sabe. tal não a afecta, também?

5. não há pachorra, desc-me que lhe diga, é para atitudes diletantes baseadas em análises superficiais da realidade, como as que revelou com este seu post.

(que não me admirou minimamente, porque o seu conservadorismo - a sua opção política - é público e, ainda bem, assumido por si.)

abraço.

Clara said...

escravatura? que eu saiba foram pagos a triplicar e com direito a um dia de folga, não sei se a palavra se aplicará (considerando que acabei de ler um livro sobre a escravatura no congo e na amazónia no inicio do sec. passado, diria que não).

eu entendo que não se devia trabalhar, também acho que ninguém devia. mas quando digo perseguição é apenas porque há milhares de coisas abertas (os cafés e restaurantes, todos os que quiserem abrir, as lojas de centro comercial e ainda as de rua que quiserem). não vi nenhum sindicato ou seja o que for a protestar contra essas aberturas, só as dos hipers.

é uma violação às leis da concorrência, não exactamente uma ilegalidade, coisa que há milhares de lojas a fazer diariamente sem ser apanhadas, a Autoridade da Concorrência só funciona por denuncia (essa bela tradição que era amplamente apoiada no pré 25)

se eu gostava que as mercearias de bairro estivessem abertas? gostava muito. se preferia ter iogurtes todos os dias no frigorifico por eles custarem 5 vezes menos no supermercado? pois prefiro, sou assim, gananciosa (mas não fui ao PD no dia 1).

o que me parece acima de tudo é que andamos todos a discutir um assunto que não é sequer assunto, quando há tantos outros mais importantes que deveriamos estar a discutir. mas nós os portugueses somos muito assim, reclamamos mas sempre ao lado.

Anonymous said...

sem-se-ver,

as suas elucubrações (confesso que tive algum cuidado em escolher a forma moderada para este termo), são o retrato do desvario intelectual que grassa por esta nação. No resto, a Clara, no comentário acima, já disse - com eficaz simplicidade que receio seja interpretada como uma espécie de manifesto contra os direitos adquiridos)- o essencial.

sem-se-ver said...

Clara, Zé,

não concordamos, pois.

obg pelas vossas objecções.

rosaamarela said...

Ah ah ah ah ah ah ah !!!

The point is – a atitude subsequente que se seguirá, será muito difícil à concorrência igualá-los, e a concorrência também tem "trabalhadores", vero!!! ???

pc said...

Parece que a coisa não se irá repetir. Por alguma coisa será.

Há outras maneiras de fazer as coisas; com sensibilidade. Melhor, com inteligência.

pessoas com extremo bom gosto