10.30.2007

Descobri

este blog.

Vejo-o dedicado ao Boris Vian e ao seu livro "A espuma dos dias". Li o livro há uns anos, detestei-o.

No entanto gosto muitíssimo do título. É poético e traz reminiscências, os dias desfazem-se, descompletam-se, aí está um dia inteirinho à nossa frente quando acordamos, mesmo à espera de ser arrastado, repleto de fomes e sonos, terá mais ou menos conversas dentro dele, estas serão pouco, muito ou qualquer coisa interessantes. Em cada dia aprenderemos algo, raros serão aqueles em que não aprendemos nada. Ganharemos qualquer coisa, perderemos outras, em alguns dias ficaremos no break-even, noutros gastaremos mais do que aquilo que ganhámos.

Mas do livro, para além de ser completamente esquerdista, de tentar passar da maneira mais dissimulada ideias básicas do comunismo, é todo ele um non-sense pegado. E não tenho nada contra o non-sense, se for bem escrito mas no caso pura e simplesmente não resulta.
Fala demasiado em ratos o que, para uma pessoa como eu que imagina tudo visualmente ao mais pequeno detalhe e tem absoluto nojo destes animais, não é agradável.
Para além disso tive que o ler obrigatoriamente para um trabalho de Arquitectura de Interiores, no qual tinha que desenhar a casa do Colin (ou como alguns colegas meus lhe chamaram, a casa dos ratos). E a casa do Colin mudou de configuração umas 10 vezes ao longo do livro.
Coisa fácil, portanto. É possível fazer um bom trabalho quando se odeia o objecto que o define?

pessoas com extremo bom gosto