7.30.2008

Apercebo-me

por coisas que me dizem que quem me lê aqui faz de mim uma imagem de um ser depressivo, com olheiras, pálido, piegas, cheio de auto comiseração, digno de pena.
Lamento desapontar-vos quando apareço bronzeada, sorridente, de saltos altos, brincos. Deve ser desconcertante ouvir-me a dizer piadas o dia inteiro (possivelmente sem grande graça), falar sem parar, gostar de praia, de gelados e de caipiroskas, encher os meus filhos de beijos e de disparates, gostar mais do dia do que da noite, ter amigas com quem falo de compras e de homens, ser luminosa.
Lembro-me do meu Amigo me dizer "não acha que somos sempre fantásticos nos nossos blogs, maravilhosos, e depois na vida nem tanto?" Parece que não.
Suponho que cada um use o blog como melhor lhe aprouver, a mim que não tenho francamente necessidade de me publicitar, serve como o divã do psicanalista, o sítio onde despejo aquilo que não posso fazer no resto do tempo. Não poderia fazê-lo se assinasse o meu nome verdadeiro, se as pessoas com quem convivo no dia-a-dia soubessem que tenho este blog, se revelasse a minha identidade verdadeira, pelos vistos tão diferente da de blogger.
No entanto aqui sou verdadeira (dramática e queixinhas mas verdadeira), é só uma face que não posso mostrar em todo o lado. Fiquem então com isso, quem me ler aqui é provável que me conheça melhor do que quem me conhece na vida real.

pessoas com extremo bom gosto