4.08.2010
that
daqui
tenho a casa toda a cheirar a ti. sei que cheira no sofá.
entendo bem que as pessoas tenham medo. percebo que não queiram sofrer envolver-se entregar-se ter compromissos maçadas falta de tempo para elas próprias.
ao início era no sofá depois na cama e de repente já estava por todo o quarto, o teu cheiro.
sei como é, a mim também não me apetece ter trabalho pôr na ordem mudar lençóis fazer jantar não poder ir ao cinema só porque sim.
depois já nem era no quarto mas sim na rua, nos meus cabelos, na minha roupa e entendi [mais uma vez] que sim, sou eu que o carrego, ao teu cheiro.
também gosto do silêncio quando chego a casa, de poder decidir o que quero comer ou se não quero comer de todo onde vou quando a que horas chego se quero ficar a trabalhar até mais tarde ou ir às compras no fim do dia.
que fazer eu este tempo todo à espera de não o carregar correr para não ser apanhada de fugir correr sempre mais rápido e andar mais à frente até ser tarde demais tarde demais e entrar em negação não é nada disso. mas. entendi assim que para mim era a casa a vida cheia de gente. deixar de me importar com quantas pessoas cabem ou não cabem se está bem mal é igual da mesma forma ou dimensão. parar. sentar-me à porta. numa cadeira estofada com um encosto com a forma da minha cabeça. fechar os olhos sob o sol ardente do meio dia que me cega. chamá-los. chamar-vos. virem todos. ou os que vierem. e ficar assim. para sempre.
dos cheiros nunca nos esquecemos.
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3 comments:
É isso tudo clara, é mesmo isso! Obrigada hoje foi na mouche. Vou plagiar se não te importas mas com a referência ao plágio claro.
Grande post bjs Martim
Fabuloso...
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