10.22.2008
Em criança/adolescente
foto Joshua Hoffine
quis ser psiquiatra. Não psicóloga, não psi-qualquer-coisa, psiquiatra.
Atraía-me o abismo da loucura, o desequilíbrio químico do cérebro que tornava pessoas que tinham sido bebés fofos, crianças adoráveis, possivelmente adolescentes normais, em adultos capazes de actos horrendos, de auto-mutilações e sabe-se lá mais o quê.
Algum filme que terei visto, possivelmente.
Agora que penso nisso, nada me parece atraente nessa função; nem sequer acredito na psicanálise, os psis são médicos e essa é a profissão menos apelativa do mundo (com excepção talvez para pedicures e cozinheiros), tocar em corpos estranhos, cheirá-los, ouvir os seus queixumes, aturar os seus humores, conviver com a morte e a doença todos os dias, em todos os momentos.
Mas ainda sinto o apelo de ficção-cientifica da alteração de humores, da mudança de personalidade, das cambiantes da mente por factores externos.
Ontem ao comentar com uma amiga que estava farta de estar tão indiferente, quando preferia ter vontade de andar aos tiros a tudo, ela responde-me com uma frase de psicologia positiva, uma espécie de tirada de coaching comportamental e depois desculpa-se "oh, estou assim muito positiva, é dos anti depressivos, não tenho culpa".
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
1 comment:
Eu quando era puto queria ser crescido. Agora que sou crescido, só me apetecia voltar a ser puto. Que chatice, nunca estamos contentes.
Post a Comment