10.03.2008
Noutros dias penso que sim
foto Helmut Newton
que deveria fazê-lo. Na impossibilidade de te ter, não podendo recorrer à lobotomia para curar a absoluta insanidade de te querer ter, deveria ao menos poder culpar-te por isso (a culpa é tua, sabes), deverias ser tu também a carregar ao menos metade desta bagagem, deveria poder acordar-te a meio da noite com gritos histéricos quando não consigo dormir. Não é justo ter que entrar todos os dias na minha casa vazia (detesto entrar em casa, sabias, não não sabias, sabes tão pouco de mim) tens de ser tu a aturar as minhas crises e não outros, inocentes.
Ser civilizada, ter de guardar tudo isto como nada (o mesmo que peço - exijo - dos outros que sentem o mesmo por mim), sem nada mostrar, é o que torna pessoas normais em assassinos.
O pior de tudo, o mais ridículo, é eu saber - sei - que todo o meu desespero não passa de um auto-jogo mental. No dia em que te tivesse, desprezava-te como fiz quando eras meu.
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