Na madrugada de sexta para sábado, os pais de um grande amigo meu foram assaltados em casa. Foram alvo de violência física e psicológica durante um par de horas, até darem tudo o que tinham de valor. Os energúmenos, encapuçados e com sotaque de Leste, queriam sempre mais. Não se contentavam. Homejacking, é o nome desta hedionda prática. O Correio da Manhã fez primeira página com o acontecimento.
As vítimas, na casa dos sessenta anos, estão muito fragilizadas psicologicamente. Quem sabe não recuperarão mais. Serão assaltadas outras vezes, dezenas delas, agora por pesadelos.
Se estivessem a passear pelas zonas mais escuras da Ribeira, poderiam ter sido assaltadas pelos gangues do Aleixo ou de Miragaia ou pelos Gunas.
Mas descansavam em sua casa e os assaltantes eram de Leste.
Se deixassem o carro com um telemóvel à vista na zona da Avenida de Roma, um "adicto" do Relógio poderia partir-lhes o vidro e levar-lhes o dito.
Mas descansavam em sua casa e os assaltantes eram de Leste.
Se fossem a Setúbal passear pela Avenida Todi nas noites quentes deste Outubro, um bando da Belavista podia gamar-lhes as carteiras.
Mas descansavam em sua casa e os assaltantes eram de Leste.
Portugal é um país demasiado fraco para lidar com estas novas ameaças de violência. Continuamos a receber demasiado bem quem não conhecemos.
Elogiamos a integração dos imigrantes de Leste, cuja cultura afinal não compreendemos bem. Franqueamos-lhes a portas, com um sorriso politicamente correcto nos lábios. Ignoramos que os países de Leste têm uma história de violência e desprezo pela vida humana incomparáveis, que se impregnou bem fundo na identidade dos seus cidadãos.
As máfias de leste são uma coisa abstracta para nós.
Nunca colocamos a hipótese da nossa simpática empregada moldava dever favores e prestar informações sobre os nossos pertences aos conterrâneos marginais e violentos que cá a puseram clandestinamente, em condições sub-humanas.
Não sabemos. Só nos preocupamos em preencher lugares com essa pobre gente, em empregos subqualificados, que os nossos conterrâneos há muito deixaram de querer.
Não nos preocupamos em registar a origem, a morada, os dados dessas pessoas, e em confirmá-las. Em pedir-lhes os papéis.
As autoridades não se obrigam a um período de vigilância e acompanhamento, por exemplo, de três anos, sobre a actividade que os imigrantes desenvolvem no nosso País. Seguindo-os no emprego e no desemprego e cruzando a informação com notificações obrigatórias das entidades patronais. Achamos isso desumano, ou muito dispendioso.
E depois gastamos o couro e o cabelo a tirar impressões digitais e a recolher DNA da casa das vítimas. E em prestar-lhes "apoio psicológico". Pobres de nós.
5 comments:
para não sermos xenófobos, isso para os portugueses é o maior insulto do mundo.
É um bom ponto: não se trata de qualquer xenofobia. Não tenho qualquer preconceito, comos sabes- antes pelo contrário. Por exemplo, adoro a cultura africana e vivi em África. por isso acho essencial que se acompanhe a fundo a mentalidade e cultura de quem acolhemos, para medir e mitigar riscos.
O grande problema é esse: é que, com receio de qualificativos depreciativos, descuramos a protecção e o acompanhamento das pessoas que recebemos na perspectiva da prevenção criminal.
Ora a verdade tem de ser dita: está historicamente demonstrado que existe uma cultura de violência e de apoucamento do valor da vida humana muito presente a leste (e por nós muito ignorada), que não tem nada a ver com a cultura de outras comunidades, como as ocidental, africana e brasileira e que se pode revelar muito exuberantemente em situações limite, de pulsão para a marginalidade. E há um fenómeno de organização mafiosa que não tem paralelo com o tipo de associação criminosa que temos encarado.
Tomar medidas de vigilância e acompanhamento, para prevenir ou detectar os casos em que os imigrantes sejam empurrados para as franjas do tecido social é muito importante e deveria ser levado mais a sério.
pois bem, então e o que propões para os energúmenos nacionais? fiquei curiosa.
Em termos de punição não deve haver distinções, claro.
Energúmenos nacionais há muitos, de facto.
Em termos de prevenção, deve apostar-se num critério de risco.Incidir o acompanhamento naquilo que é potencialmente mais perigoso.
Ora, é evidente que há um tipo de criminalidade violenta, como o homejacking, que não é habitual no nosso país e tem origem num crime importado. Os esforços de prevenção deveriam ser para aí focados- eis o ponto do meu "post"
Concordo, Martim. A actividade dos imigrantes deve ser vigiada com o objectivo de melhorar a sua integração e evitar este tipo de situações. Impraticável, face ao número de entradas, é fazer isto a todos os imigrantes. E não vejo como é possível fazer este tipo de acompanhamento só a uns, aqueles que têm outro tipo de história.
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