Enquanto tento explicar à miuda porque é que deve falar sobre as coisas que lhe custam, enquanto tento dizer-lhe que, se ficar com todas essas dores lá dentro elas acabam por rebentar e dar numa maior, enorme.
Enquanto lhe digo que quando choramos, gritamos e damos pontapés é porque estamos a tentar expulsar qualquer coisa que não queremos dentro de nós (mas mãe tu nunca choras), passo o dia a dizer que não aceito birras, que não se fala naquele tom, que não admito choramingos e que não quero ouvir disparates, nem gritos, nem faltas de educação.
3 comments:
É porque a vida é, ela própria, cheia de incongruências.
Mas fazes bem dizer-lhe isso, para chorar se tiver vontade, para falar das coisas que lhe causam dor...
A mim nunca me disseram isso. Sabes quando comecei a não ter medo de chorar? A não conseguir mesmo controlar o que tinha controlado durante anos, durante a altura em que seria mais normal as pessoas chorarem que é a infância e a adolescência? Quando me aconteceu uma coisa tão má na vida (que tu sabes o que foi) que não suportei mais!
Fazes bem dizer-lhe isso!
Não podes evitar que se magoe mas podes ensiná-la a atenuar a dor.
Beijinhos!!
Tantas semelhanças...
É que é tal e qual!
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