12.31.2008

Começar o ano com mais uma dívida que não posso pagar

Acabo de receber uma multa por não ter a inspecção feita. 250 euros. Alguém quer comprar um rim? Ou um pulmão? Ou contribuir para uma causa completamente meritória?

12.30.2008

2008



Não faço balanços nem resoluções, essa é uma das lições* que aprendi este ano: não vale a pena fazer planos que ultrapassem o sitio e hora onde vou jantar nessa noite.
A outra foi que nenhum homem heterossexual quer ser realmente meu amigo (para além das três honrosas excepções que confirmam a regra) por isso sigamos para bingo, ao terceiro mail, mensagem ou tentativa de contacto não só não respondo como apago.

* Foram poucas, mas preciosas.

Da razão

Eu regojizo-me por cada hora que passa sem pensar em ti. Eu tenho amigos, amantes, filhos...e um trabalho que eu adoro, onde sou boa. No entanto, estou amarrada a ti. Não percebo porquê. Talvez seja masoquista. Ou então sou uma mulher de um só homem. Não sei... É tudo tão difícil. Não quero viver com mais ninguém que não tu. Os outros homens aborrecem-me.

Cenas da Vida Conjugal, Ingmar Bergman, 1973

12.29.2008

Mesmo eu

que quero tudo e um par de botas, tanta coisa que não cabe num só post, entre um emprego na minha área, imensos pares de sapatos novos, viagens ao outro lado do mundo, um laptop novo, um marido fabulosamente rico, no fundo no fundo peço só uma única coisa para 2009. Que o meu filho não esteja doente.

Mais um

magnífico post da Vieira. Na mouche, as usual.

(sim, sim, foi o Hamas que rompeu o cessar-fogo)

Suspeito bem que não sou a única da blogosfera a andar seca de inspiração

só leio listas com o melhor de 2008 e isso parece-me sinal evidente que ninguém tem nada de interessante a dizer.

12.24.2008

Do espírito natalício



O Natal é uma excelente oportunidade para enviar mensagens a tipos a quem achamos piada mas não temos desculpa para meter conversa nas outras alturas do ano.

12.22.2008

Em compensação o PBD acerta sempre

Há mulheres que não lutam pelo que querem, pelo que merecem. Abandonam os seus sonhos, os seus ideais, capitulando-se a tristes fantasmas e a emoções vazias de um passado do qual um dia fugiram. Há mulheres que não lutam pelo que querem, pelo que merecem.
[...]Há homens que têm o que não deveriam. São aves de rapina, abutres que pairam sobre os corpos estendidos e inertes à procura do momento certo para o saque e o esventramento.


Mas sempre achei que esse tipo de pessoas se merecia, se completava de alguma forma torpe e desviada.

Tanto disparate num só post

Hoje em dia uma mulher perdoa tudo a um homem, até violências e traições, mas não perdoa ser mal fodida.

Há tantas, mas tantas que nem têm noção (dêm graças a Deus sim, porque senão a espécie estaria já à beira da extinção)

Das pessoas como eu

Pode parecer de uma enorme incoerência, ter ideias próprias muito definidas mas não me dar ao trabalho de as tentar impôr aos outros. Eu uso o argumento liberal "tenho as minhas ideias mas os outros têm o mesmo direito a tê-las e assim vivemos todos em paz, cada um na sua". Ignoro se o faço por preguiça ou por desejo de conciliação, mas para quem me conhece não há-de ser grande novidade. Eu sou a pessoa mais ambígua que conheço*.

*(a maneira soft de dizer que mudo de opinião todos os dias).

12.18.2008

Eu já

Eu já passei a noite numa cela de prisão por um crime que não cometi
Eu já me apaixonei por um homem antes de o ver
Eu já tomei chá num castelo que serviu de inspiração ao Disney para criar os das princesas
Eu já atravessei o equador
Eu já tive desvitalizei um dente sem anestesia
Eu já casei sem ninguém da minha família saber
Eu já entrei na residência secreta da Opus em Lisboa
Eu já roubei morangos de uma estufa e fui apanhada
Eu já fui assediada no emprego
Eu já tive um filho de parto natural e sem anestesia
Eu nunca comprei telemóveis nem relógios
Eu já beijei um homem que era casado (com outra)
Eu já acordei em casa de um estranho
Eu já desmaiei a ver a minha filha ser cosida
Eu já vi o meu filho actuar na Aula Magna
Eu já tive medo de viver
Eu já desenhei uma casa para um personagem de um livro do Boris Vian
Eu já pesei 42 quilos
Eu já joguei Tetris até ficar com lágrimas nos olhos
Eu já tive um filho por cesariana
Eu já voei durante 23 horas seguidas
Eu já escrevi numa máquina de escrever
Eu já tomei banho de piscina à noite completamente vestida
Eu já entrei no castelo da Bela Adormecida
Eu já conduzi bêbada
Eu já achei piada a uma mulher e ela não percebeu
Eu já achei que tinha uma amiga que depois afinal não era assim tão amiga
Eu já sorri para um homem na rua só porque me apeteceu
Eu já ganhei um concurso de televisão
Eu já tive mais dinheiro do que aquele que conseguia gastar
Eu já comi carne de rena
Eu já passei três dias e três noites sem dormir para ganhar uma aposta
Eu já atravessei o Golfo de Bótnia num navio
Eu já vivi num hotel
Eu já gastei todo o dinheiro que tinha numa peça de roupa
Eu já tive 100% num teste de matemática
Eu já chorei a ver um filme (vários)
Eu já tive saudades e nunca confessei
Eu já fiz uma sesta dentro de um submarino
Eu já fui feliz sem o perceber

(copiado deste post do Visconde)

Dos disparates

Isabela, até estava com a ideia de criar um blog - podia chamar-se Obvio-qq-coisa, por exemplo - depois ía aqui e copiava os posts todos, mas mudando a ordem para não ficar igual. Não é boa ideia?

Este post é para bloggers

Toda a gente sabe que escrever e manter um blog não passa de um enorme exercício de egocentrismo. Mesmo num blog colectivo - eu escrevi num blog com mais 11 mulheres e bem sei o que me continha para não publicar um post em cima de uma colega para que ela pudesse ter o seu post em tempo de antena, devida e plenamente comentado - andamos em bicos de pés e olhar suplicante ("choose me, me!") a exercer o nosso umbiguismo à grande.
Isto parece mal, mas vejamos melhor: ao exercermos aqui o nosso egocentrismo sem grandes pejos, estamos no fundo a evitar a necessidade de o espalhar à volta no resto das situações. Ou seja, podemos guardar para o dia-a-dia o exercício da generosidade plena com os outros. Em resumo, nós bloggers somos moralmente superiores ao resto das pessoas (ou todos os meios são válidos para chegar a esta conclusão final, mas reparem que usei a expressão plural - "somos" e evitei a singular - "sou").

12.17.2008

Descobri finalmente o meu relationship status

It's complicated.

Fabuloso. É complicado. Na verdade, é mais "sou complicada". Mas para o resto do mundo "sou suficientemente complicada para ser impossível*".
A última vez que olhei para o meu BI dizia no estado civil "casada", mas devia era mesmo dizer "é complicado".

*impossível de aturar, entre outras coisas.

Começo a desconfiar que algo de errado se passa

Quando dois amigos chegados são nomeados Directores Gerais de qualquer coisa no mesmo mês e a minha maior preocupação laboral é que me esqueci do carregador da Nintendo em casa e agora vou perder os avanços no Super Mario Bros (já ía no nível 4, ok?).

(Isso e que desculpa suficientemente convincente dou para me baldar à festa de Natal da empresa que está marcada para Sábado e é coisa para durar o dia inteiro - na manhã seguinte ao tradicional jantar de Natal dos amigos e que é coisa para durar até ao início da festa de Natal da empresa).

12.16.2008

Hoje recebi o meu primeiro presente de Natal



Gostei muito. Também gostei que o meu Amigo me conhecesse o suficiente para acertar num presente para mim, logo de caras. Logo eu que quanto melhor conheço os homens, pior os entendo (o que não é o mesmo do que dizer que vou passando a gostar menos deles, ou a ter menos pachorra).

(ao meu Amigo, Parabéns de novo, é mais do que merecido)

12.15.2008

Neura de segunda de manhã



diz o João - vi um filme e lembrei-me de ti, o "deserto vermelho".

Não faço ideia do que fala, mas vou imaginar que foi pelas minhas enormes semelhanças com a Monica Vitti.

(era bom, era)

Verifico com algum alívio

que já retiraram a campanha da Triumph da rua. Nada contra a Claúdia Vieira, bem gira a miúda. É a campanha em si que me transtorna. Quem é que se quer lembrar que é dona-de-casa quando está a comprar lingerie?
Pessoas que criaram a campanha e pessoas que aprovaram a campanha, querem ver comunicação fabulosa? Olhem para aqui.

12.12.2008

O meu desejo-secreto-de-lanche



foto my funny eye

Churros com chocolate quente.

Sad but true

A maioria das pessoas não tem noção.

12.11.2008

Questões verdadeiramente importantes*

Será que o rapaz da loja da Nespresso já me reconhece, da quantidade de vezes que lá vou tomar cafés gratuitos?
Não recomendo o de tangerina, mas o de caramelo é óptimo.

*para mim.

Alguém que me faça uma OPA hostil ao blog, por favor

Aliás, eu vou fingir que é hostil, porque a minha vontade é que alguém pegue nisto e o torne numa coisa legível, com interesse e piada que a minha verve há muito se foi (juntamente para a pachorra para tudo o que me rodeia).
Acho mesmo que vou propôr à minha filha que me faça o take over da coisa em troca de algumas alcavalas (uma caixa de pastilhas deve chegar), afinal a miúda até tem jeito para a escrita e um ego tão grande como o meu - mãe, quando tiver uma rua com o meu nome, se puder optar entre um beco e uma avenida, vou escolher a avenida - realmente também não vejo interesse em almejar insignificâncias.

12.10.2008

Sou só eu?

Quando vou a uma casa de banho pública imagino sempre, mas sempre, que há uma câmara escondida.

Carta mais ou menos ao Pai Natal

Sentei-me no café depois de deambular por lojas. Quando verifiquei as horas faltavam oito minutos para ter de voltar à secretária. Queria que estes oito minutos fossem elásticos e infinitos, queria agora ficar à conversa com a minha mãe a tarde inteira sem olhar para as horas, queria poder voltar a entrar na loja do lado e tocar em todos os lápis Viarco e cadernos vintage, queria ter tempo. Tempo para folhear todos os livros de fotografia da Bertrand (sim, a Fnac pode ter mais mas a Bertrand é mil vezes mais bonita e menos atafulhada de pessoas), tempo para trazer a minha filha ao Chiado, tempo para ir os ir buscar cedo à escola.
Por isso, querido Pai Natal, se puderes adicionar à minha lista - junto com a viagem a Moçambique e escala nas Seichelles, viagem à Disney Paris, Mac Book Pro de 18", curso de fotografia, botas pretas - um balde de tempo, era maravilhoso. Obrigada.

12.09.2008

Só consigo saber os meus pontos de vista políticos*

Através de testes.


Liberal
Os liberais/libertários entendem que as pessoas são iguais em direitos e que o governo toma muitas decisões que deveriam ser tomadas pelos próprios indivíduos. Diferentes dos conservadores de direita, os liberais acreditam que a moral não deve ser imposta pelo governo, mas que as pessoas devem ser livres para buscar a verdade e a felicidade, pois uma ação só pode ser verdadeiramente virtuosa se decorrer da livre escolha. E, ao contrário da esquerda, os liberais entendem que, numa economia livre do protecionismo estatal, o lucro de uma pessoa corresponde à satisfação da necessidade de outra, gerando prosperidade para toda a sociedade.



(* nem sabia que tinha uns...ando a apanhar com lavagens cerebrais há 14 anos e agora dei nisto).

O meu amigo esqueceu-se do nosso almoço

e nem é isso que me chateia, é o facto de eu ter previsto a coisa de tal forma que vim preparada para isso porque já calculava que fosse acontecer (embora nunca tenha acontecido antes).
Eu quero a minha ingenuidade de volta.

Concealing

Apanham as coisas do ar não sei muito bem como. Há muito que deixei de ser criança, não sei como é ter o potencial de aprendizagem no máximo.
Vejo que ele escreveu koala numa folha mas não sabe como nem porquê, assumo que tenha visto escrito na televisão um programa de coalas e a palavra tenha ficado cravada na memória à espera de ser transcrita para um papel sem razão nenhuma, sem esforço, glória ou mérito.
No outro dia a propósito de não sei quê ouvi-a exclamar bem, eu não fazia isso nem por nada, nem que me dessem um apartamento em Nova Iorque e penso, para que quer uma miuda de 9 anos um apartamento em Nova Iorque, o que imaginará ela de Nova Iorque - o sonho é estudar na Parsons School of Design (NY) e ter a casa refeita pelo Ty (Extreme Makeover), de preferência com piscina e campo de jogos (se calhar, em NY) - tudo coisas que vê na televisão e nem vê tanta televisão como isso.
E então preocupa-me mais ainda, que coisas apanharão comigo, com o meu péssimo feitio neura constante chorrilho de asneiras só para tirar o carro de manhã, no que estarei eu a torná-los, os meus meninos pequeninos e quero um concealer para a alma, que não me possam ver ler entender e pensem que está tudo bem que podem ser felizes e rir à vontade, este ano até teremos árvore de Natal mesmo que o Natal seja bipartido e estilhaçado como nos dois anteriores e que acreditem vai correr tudo bem.

12.05.2008

Porque apanhei chuva

tenho o cabelo às ondas (revelação verdadeiramente ESPECTACULAR, eu sei).

Eu não gosto de ter o cabelo às ondas.

Descobri um blog engraçado de uma miúda. Tenho a certeza que achei engraçado por me identificar tanto com ele e fiquei com saudades das minhas fotografias. Não é que tenha deixado de gostar das fotografias é que aqui no emprego não consigo ver nada - PC bloqueado até ao Flash e monitor de 11'' - e em casa não tenho tempo e estou demasiado cansada.

Estou bloqueada e às ondas por fora e lisa e vazia por dentro.

Sei como cheguei aqui mas não faço ideia de como vou sair e quero como as outras pensar que vai aparecer alguém que me vai salvar um emprego maravilhoso com um monitor de 18'' o euromilhões e tempo para os meus filhos empregada todos os dias viagens uma casa e um carro novos e caramba assim de repente todos os meus sonhos ficaram reduzidos a coisas materais e eu podia ter vergonha disto mas a verdade é que penso "ainda bem" porque toda a gente sabe que os sonhos materiais são os mais fáceis de realizar desfazer ou trocar por outros.

12.04.2008

Worst mom award

Pela manhãzinha, de papel na mão e ar de desespero:
-Porque é que eu tenho de andar sempre atrás da mãe para me assinar um mero papel?

(isso ou estou a criar a criança de 9 anos mais responsável do mundo).

Não sei se as coisas funcionam

assim por ondas. Ou se acontecem porque sim e só reparamos nelas quando nos dizem alguma coisa. Sou muito pouco crente em coisas do destino. E no entanto, extremamente perseverante naquilo que quero como destino. Ainda que essa perseverança se traduza em nada (porque também sou muito cobarde).
Mais do que agir teimosamente em função do que quero, ocupo-me preguiçosamente a não desejar mais nada.
Basicamente, isto que a Vieira escreve tão melhor do que eu alguma vez conseguiria (também vim a ouvir essa música no carro, a viagem toda a lamentar-me por ser assim - o que não passa de uma estupidez, é o mesmo do que queixar-me por ter olhos castanhos e não verdes ou 1,65 m e não 1,75 m de altura).

12.03.2008

Resposta ao comentário de uns 4 posts abaixo

[...]o anão do sarko vem da linhagem do bonapartismo gaulês. querem, podem e mandam. logo, o que o tornou "sexy", tanto quanto um gajo que só lê a bola poderá averiguar, foi, justamente, o casamento com a carla. a partir desse momento, a sua alcunha de "presidente bling bling", com que a inefável imprensa francesa o apelidava, elidiu-se nas brumas da sobriedade que a senhora bruni lhe impôs. até politicamente. senão, vejamos: aquela coisa de ser o enfant terrible da europa, qual mexilhão que mexe em tudo, abrandou, e passou a uma liderança mais sofisticada e, presumo, eficaz.o ponto de viragem terá sido a faustosa viagem do casal presidencial à old britannia, onde a madame bruni-sarkozy exibiu uns elegantíssimos vestidos e sapatos prada e afins. (mas que digo eu, não percebo nada de traparia)[...]

O anão Sarko representa aquilo que vocês homens gostam de ver em vós próprios, valida o conceito "os homens não se querem bonitos" ou "importante é a conversa, desde que eu tenha conversa conquisto qualquer uma, mesmo uma top model italiana". Ora lamento, mas não é bem assim. Parem de olhar para ele como se fosse o salvador da pátria, o homem é um palhaço, acontece que até alguns palhaços têm sorte.

[...]o bourbon é um tótó. percebo tanto o encanto do príncipe como o poder sedutor que atribuem ao santana lopes [...]

Acredito que seja um totó, mas é um totó giro, com charme. Não há melhor.
O Santana está mais para Sarkozy do que para Filipe: palhaços com a mania que têm piada (pelo Sarko não posso falar, mas já almocei ao lado do Santana e tive o desprazer de reparar que para além de palhaço é babão. E essa é a espécie mais rastejante de homem que pode haver).

[...]o amado é um beto, com penteado à f****, com uma política de xoninhas e de acocoramento face às mais atrozes ditadurazecas do planeta - há quem lhe chame realpolitik[...]

Trasanda a charme esse homem. Como político, parece realmente estar-se um bocado nas tintas. Mas quem não estaria com o governo que temos (e com o chefe de governo que temos).

[...]o passos, terá a sua graça. tem imagem e, sobretudo, voz. um timbre de tenor, que, se se rodear das pessoas certas, o podem levar longe. talvez se não exibisse uma pose tão institucional, apenas ligeiramente, colhesse mais resultados.[...]
o nuno melo não percebo. no fundo, no fundo, obama rules.

Também não posso explicar o Nuno Melo, é giro. Vamos dar esta por empate com a Diana Chaves: para mim é uma miúda com arzinho de sopeira, para vocês é uma tipa toda boa que entra nas novelas e usa vestidos por onde se pode, eventualmente, espreitar a lingerie.
Os americanos parece que também acharam que o Obama rules. Veremos.

Sugestão de Natal

Para quem não tem tempo nem paciencia para as compras de Natal (como eu e 99,9% das pessoas do mundo)

(ou ainda hei-de entender porque deixámos que o Natal se tornasse neste tipo de sacrifício comercial).

12.02.2008

A minha visão muito pessoal de inferno

situa-se ali algures num troço da 2ª circular, de um lado o estádio com o maior número de energúmeros do país, do outro a aberração arquitectónica a que chamam Colombo, à frente e atrás trânsito insuportável, qualquer dia da semana, a qualquer hora.
O amor maternal é uma coisa muito bonita, ai do próximo que tentar insinuar que não faço sacrifícios suficientes pelos meus filhos, leva logo com a descrição pormenorizada duma manhã a percorrer os corredores da aberração à procura de uma coisa muito específica para oferecer aos miúdos (o sacana do fato encarnado leva com os créditos todos, o trabalhinho fica para nós) tendo de escutar, entre outras pérolas, conversa de empregadas de loja - nos anos 70 usavam-se cai-cais? ah não sei, não percebo nada de História - seguida por uma discussão acesa com um neandertálico de cachecolinho encarnado ao pescoço que assumiu que eu teria que "dar a volta" a um parque de estacionamento para que ele pudesse entrar em contramão e estacionar no meu lugar (guardo com algum carinho a expressão boçal do homem "vai dar a volta, A VOLTA", aquilo se é apanhado pela Quercus já não o largam, tem de consistir espécie em vias de extinção) quem me manda enfiar num parque de estacionamento do estádio em dia de jogo, talvez tenha algo a ver com o facto de eu não imaginar NEM QUERER SABER se havia jogo ou não

12.01.2008

Da alimentação

A melhor parte do fim de semana sem crianças é a ausência total de rotinas e obrigações. Não consigo explicar bem porquê mas o facto de ter de comer a certas e determinadas horas uma certa e determinada comida é qualquer coisa que me tira automaticamente o apetite, razão pela qual estou sempre magra.
No domingo acordei meia zonza e não tomei o pequeno almoço, bebi café. Uma hora depois estava a horrorizar a amiga que dormiu comigo* ao comer camarões al ajillo que tinham sobrado do jantar da noite anterior e amendoins picantes de sobremesa (almoço? brunch? who cares). À hora do lanche comi um hamburguer - não consigo determinar se me apetecia ou se queria marcar algum ponto especial na permissividade alimentar que tão raramente me é permitida.
Ao jantar horrorizei mais algumas amigas com a descrição do meu percurso alimentar desse dia. Pelo menos antes de uma delas se lembrar que há uns quatro anos e dois filhos atrás comia feijoada ao pequeno almoço. Pois.

*não pretendo justificar, imaginem o que quiserem.

pessoas com extremo bom gosto