2.16.2008

Não sou

uma pessoa nada mística, mas desde que me conheço que tenho fé. Nasci numa família nada crente e sempre olharam para esta minha particularidade com estranheza, um encolher de ombros e um "há-de crescer, há-de-lhe passar". Não passou. Sinto-me privilegiada por possuir isto e, se me socorri da fé em momentos de crise, também em todos os outros ela não me abandonou. Não sei se a fé me salvou ou se serei algum dia salva de alguma coisa (nisso não creio, na necessidade de nos salvarmos mas sim na de nos redimirmos), como referi, nunca me conheci de outra forma, logo não sei se seria diferente se não tivesse fé. Ultimamente agarrei-me a ela de uma forma diferente, na pior altura da minha vida ela serviu para acreditar, para me iluminar, para me aguentar não como um sofrimento necessário mas sim como uma crença no futuro. Em momentos de maior desespero cheguei a ouvir Deus a sussurrar-me palavras de conforto ao ouvido e, embora saiba que foi o cérebro que as gerou (não sou assim tão alucinada), quem me diz que não foi Deus que as sussurrou mesmo?
Ontem, estranhamente, senti que Deus me pegava ao colo mas tentei afastar esta sensação. De manhã permanecia. À tarde tinha a certeza que Deus não só me tinha pegado ao colo, como me tinha levado para um local mais verde. Obrigado.

6 comments:

Comendador Antunes de Burnay said...

Ora, Clara, não tem que me agradecer...

Clara said...

Comendador, esse seu complexo, isso tem cura, espero. Também é omnipresente?

AA said...

;)

Alba said...

Muito belo, este post. Claro que Deus te deu a mão, te pegou ao colo e te levou para um local mais verde. Claro que foi a tua vontade, a tua alma, que te acarinhou e te mostrou um cenário mais luminoso. E ambas as frases são verdadeiras. E é tão maravilhoso!

Otium said...

... ai Meu DEUS!!!!! lololol

Alecrim said...

A fé não se compreende e não se explica. Mas vive-se e isso é suficientemente bom.

pessoas com extremo bom gosto