sobre o 25 de Novembro (e sinto-o) mas na verdade confesso que tenho um fraquinho pelo PREC.
Vi uma vez um documentário da globo, o melhor que vi sobre o 25 de Abril (possivelmente por ter sido feito por estrangeiros teria uma perspectiva mais imparcial dos acontecimentos). Foi nesse documentário que vi trabalhadores rurais de uma herdade invadirem a casa do proprietário (que já tinha fugido), vestirem-lhe a roupa, sentarem-se nas cadeiras, beberem vinho por copos de cristal (como crianças a quem alguém dá livre trânsito para mexerem em tudo numa loja de brinquedos). Outros que tinham ocupado um campo de ténis para aí fazerem uma creche mas garantindo que os anteriores sócios do clube poderiam aí jogar ténis como sempre tinham feito (o que, estranhamente, não faziam). Redacções de jornais em auto-gestão, onde o caos e as ordens sobrepostas deveriam levar à loucura qualquer jornalista que tentasse escrever alguma coisa.
Acima de tudo foi um período de festa constante e onde os portugueses que se envolveram nesse processo (que foram muitos) se sentiam directamente responsáveis pelo sucesso ou falhanço do seu projecto, coisa tão rara em nós (sim, englobo-me aqui no nós, em algumas coisas sou mesmo tipicamente portuguesa). É claro que se as coisas se tinham mantido assim por muito mais tempo seria o descalabro do país.
3 comments:
... mudou realmente alguma coisa???
... e não estou a criticar... até é engraçado viver ou sobreviver no ou ao descalabro...
Não sei se mudou Otium, tinha meses quando se deu o PREC, não vivi a realidade anterior.
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