Por alguma razão que desconheço, o MST é um moinho de vento dos Quixotes intelectuais blogosféricos portugueses.
Detestam o MST, acusam-no de plágio, de falta de estilo, de falta de originalidade.
Rebuscadamente conseguem comparações com autores "maiores", sabe-se lá à custa de que interpretações.
Ora eu, que não sou nenhuma intelectualoíde (nem gosto do Vian), nem crítica literária, nem nada demais a não ser uma leitora muito chatinha que até lê Saramago, li o Equador e até gostei. A parte do suspense barato do fim dispensava, era demasiado óbvio (se calhar pelas tardes inteiras que passei fechada na dispensa, na adolescência, a ler a colecção Vampiro inteira) mas de resto até achei bastante bem escrito, sem demasiadas pretensões.
Acima de tudo gosto do estilo do MST, faz o que quer, nasceu num meio intelectual mas resolveu escrever como lhe apetece, é honesto, vive bem, caça, diz o que lhe passa pela cabeça, sem grandes dramas existênciais. Numa recente entrevista li que quando lhe disseram que o Vasco Pulido Valente tinha desfeito o seu livro sem sequer se dar ao trabalho de o ler, a sua reacção foi virar-se para ele e dizer-lhe "olha lá, vai ler o livro, Vasco". É de homem.