11.17.2007

Mais uma acha

para a fogueira "mas hoje em dia quem é que ainda, no seu estado de consciência perfeito, pensa casar-se?": aparentemente, a lei assume que duas pessoas casadas não têm direito de independência em relação a matérias como a procriação. Não fazia ideia que uma pessoa casada tivesse que pedir autorização ao cônjuge para se poder tornar estéril e, embora moralmente não discorde da lei, não posso admitir que a lei se intrometa em assuntos morais deste calibre.
Tenho a certeza absoluta que esta lei não é aplicada na generalidade das situações, mas o mero facto de o poder ser (e lembro-me agora de um médico que certamente a aplicará), enoja-me.
Dizer que isto é baseado no facto de o casamento ser uma instituição que visa proteger a prole, que sentido faz? A prole no caso ou não existe ou, se existe, não deixa de estar mais ou menos protegida pela lei em causa.
O casamento é um contrato como os outros. Ambas as partes têm deveres e direitos. Digo eu (que tenho esta visão tão romântica do casamento) que a lei pode/deve apenas regulamentar direitos patrimoniais no âmbito de um casamento. Que eficácia tem a lei em regulamentar comportamentos se uma das partes pode alegar que a outra não cumpre quando, em acordo de partes, tinham ambas estabelecido que isso não era dever?
Admiram-se de haver cada menos casamentos. A mim admira-me é como alguém ainda se casa.

3 comments:

AA said...

muito bem...

Anonymous said...

Muito bem quanto à lei em causa.

Mas eu ainda acredito que é possível duas pessoas quererem viver a vida juntas, casando ou não.

Clara said...

antídoto...eu também acredito que haja quem queira viver junto,casar, sei lá. Acredito em tudo, quero lá saber das opções dos outros. Há quem faça tatuagens, para mim seria absurdo causar propositadamente cicatrizes permanentes no corpo, mas acho lindamente que as façam.

pessoas com extremo bom gosto