10.19.2010
what if
mas e se, de repente já tivermos investido tudo - o que tínhamos, o que não tínhamos - se declarámos bancarrota e temos ainda alguns credores à porta a perseguirem-nos cobrando dívidas que nem nos lembramos de ter contraído. e se a empresa não era só o sustento mas o trabalho de toda uma vida que vemos ruir, a acção saiu já de bolsa e há empregados na rua, se de repente o banco já nos hipotecou também os bens pessoais, cancelou as contas nem dinheiro temos para comer. se também, no meio de tudo isto, os amigos nos abandonaram, a família recusa conhecer-nos e quando pedimos esmola na rua as pessoas viram a cara às nossas chagas abertas. e se "não investir tanto para a próxima" já nem fizer sentido por nem fazer sentido estar aqui sentada na rua a pedir esmola a pessoas que viram a cara às chagas mais horrendas com medo de as ter para elas também, quando sei que virá o frio e não terei um tecto, deixarei de sentir os dedos, depois as mãos e as pernas até me afundar num sono lento. mas no sono mais profundo de todos.
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4 comments:
detestei. merda...
conheço a sensação...
Se, de repente, isso acontecer, conhecerás forças que nem suspeitas existir.
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