12.02.2007

Durante muito tempo

assim foi. Falava muito, mas raras vezes sobre mim. Ouvia muito os problemas dos outros e vivia-os para que não tivesse que assumir os meus.
Durante quase toda a minha vida foi assim, assumir fraquezas era perder aos olhos dos outros. Ainda hoje detesto assumir sofrimentos. Eu não sofro, não tenho falta de sono nem de dinheiro nem de pessoas de quem gosto nem de objectivos. Eu sou perfeita e quase sempre tenho uma vida muito boa. Agora é mesmo verdade. Eu tenho uma vida muito boa. Porque pese embora o facto de não ter tudo aquilo que quero (eu quero muitas coisas, mas poucas são materiais) tenho muito daquilo que nem imaginava que podia ter. Mais do que se calhar mereço. Acima de tudo, já tenho é pouca necessidade de esconder seja o que for. E vendo bem, isso é quase tudo.

4 comments:

Alba said...

É sim. E certamente corresponde a uma grande caminhada.

Margarida Atheling said...

É mesmo! É quase tudo!

Bjs

Otium said...

... apoiadooooo...

Anonymous said...

talvez a diferença aconteça num sentido que nem sequer chegue a ser perceptível para os outros. que falemos de outra maneira a partir do momento em que já não estamos a queixar-nos, mas apenas a contar de nós.

pessoas com extremo bom gosto