com a generosidade de algumas pessoas que tinham tudo para não me voltar a falar e voltam. Espanto-me e eu sei porquê, eu não sou boa a gerir os fins de uma relação, não sei lidar com aqueles bocados de sentimentos que ainda ficam agarrados e por isso evito. Posso parecer muito fria mas é só isso, o evitar por não saber lidar com aquilo, é o não querer encarar, a cobardia pura.
Evito ao máximo falar com o meu ex-marido mesmo tendo dois filhos em comum, evito o suficiente para estranhar a expressão "nossos filhos", não sei se lhes sente a falta, se se preocupa com eles para além daquilo que considera os deveres mínimos de pai. Sei que fica obcecado em não faltar às festas e a coisas como levar a filha à colónia e também sei porquê, mas não sei mais do que isto.
Conto-lhe que fui à reunião dele, que está optimo, eu e a educadora espantamo-nos como este miudo está sempre bem e sociável, a criança que durante o ano passado passou por 5 casas diferentes e acabo por dizer "é como o pai, mete tudo para dentro".
Ele sorriu de orgulho (não lhe vi o sorriso mas sei que sim) e respondeu qualquer coisa como "Assim é que é" e confessa-me a preocupação com ela.
Espanto-me. Essa criança que é a mais responsável, madura e inteligente que conheço, que nunca me levantou uma preocupação sequer.
"Preferia que ela fosse menos essas coisas e mais estável emocionalmente".
Não o disse, mas sabemos ambos o que queria dizer, "menos como tu". Menos como eu.
Também eu. Também eu preferia que ela fosse menos como eu. E até mesmo que eu fosse menos como eu.
6 comments:
(aceita um abracinho?)
(divergências políticas à parte?)
(eu cá tenho a certeza que ambos - menino e menina hão-de ser muitA giros)
:)
:))
Aceito com gratidão, claro.
Políticas?
São giros pois são, lá isso é verdade.
touché...
que beleza. :)
(e são os dois muito giros, são sim.)
... eu ainda me espanto é com a crueldade das pessoas...
Pois, Otium, depende dos dias.
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