com uma sensação de satisfação a queimar-lhe o peito. Sim, estava de férias e haveria ainda muito a fazer antes de poder sair mas sentia-se aliviada e com uma ansiedade alegre, como uma criança que recebe um brinquedo novo.
Resolveu fazer a mala e, ao escolher a roupa para levar, ouvia-a numa torrente contínua de palavras "vais levar essa? Pareces uma putéfia com isso", "pois sim, esquece-te de levar coisas quentes com a mania que tens de que há-de correr tudo como queres". Não respondeu.
No carro a ladaínha continuava, reforçada agora pela falta de resposta dela, "achas mesmo que te aguentas sozinha?", "voltarás para casa no final do primeiro dia", "já te esqueceste como é?".
Passou no cais de embarque dissimulando um leve aceno e um sorriso, agora finalmente em paz.
Há muito que planeava tirar férias de si própria.
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