Conheci-o numa dessas noites do costume BA-CS-Lux, descobri-o divorciado e com o mesmo nome do meu ex marido. Não sei porquê dei-lhe o meu endereço de blog e enviou-me mails longos e cheios de compreensão do género "já passei por isto", aos quais devo ter respondido com três ou quatro linhas educadas. Mas era simpático e uma vez ligou-me meia hora depois de eu ter publicado um post depressivo, isto quando a pessoa com quem eu andava o ignorou totalmente (é sempre assim, não é?), já não faço ideia de que post era.
Um dia, eu já de volta, convidou-me para sair e fomos a um desses bares que só abre no Verão, sítios onde não faço questão de ir embora até possam ser bastante agradáveis (se nos abstrairmos da frequência). Passou a noite a falar da ex mulher, a contar-me os detalhes do divórcio, ouvi-o, pensei em como ficavam facilitadas as coisas quando acabavam entre duas pessoas que já não gostavam uma da outra (era o meu caso, não era o dele). Mas a minha cabeça estava longe (talvez ainda na pessoa que ignorava os meus posts depressivos e praticamente tudo o resto, é sempre assim, não é?) e a dele também, ou pelo menos assim parecia. No dia seguinte deixou-me uma mensagem romântica à qual não respondi. Não voltámos a falar.
Este homem, que aparentemente ainda arrastava todas e mais algumas correntes pela ex mulher, queria arranjar uma namorada e escolheu-me assim, como de um catálogo.
Não posso dizer que esta atitude me surpreenda, acho que a maioria dos homens age assim quase sempre. Antes os invejo de morte, também eu gostava de ir ao catálogo e buscá-los, ah que a vida seria tão mais fácil.
1 comment:
Que belo post, Clara. Parabéns.
(é quase sempre assim, é).
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