5.10.2008

Confissão

Tenho saudades, de alguma forma (não de todas) de ser casada. Da vida correr lisa como uma autoestrada, comprida, sem curvas, rectilínea. De não haver complicações nem questões nem problemas sérios, de tudo ser perfeito. Sei agora (porque realmente não tinha maneira de saber antes) porque é que o meu cérebro tinha nessa altura necessidade de me atormentar com imagens intermitentes de catástrofes, de acidentes potenciais, de tragédias. Eu não sou capaz de conviver com essa linearidade, de ter paz. Agora que todos os tormentos podem vir de fontes externas, já não os imagino, eles são-no. E, de uma forma absurda, só quero que tudo volte a ser como dantes. Provavelmente para que volte a desejar que não seja.

10 comments:

Comendador Antunes de Burnay said...

E estar casada era "a vida correr lisa como uma autoestrada, comprida, sem curvas, rectilínea. De não haver complicações nem questões nem problemas sérios, de tudo ser perfeito".

Ah...

Anonymous said...

afinal sou mais parecida contigo do que pensava :)
isabel r.

Clara said...

Pois, então não é, Comendador?

Anonymous said...

queremos sempre o que não temos

LP said...

Para mim estar casada não é a "vida correr lisa como uma autoestrada, comprida, sem curvas, rectilínea. De não haver complicações nem questões nem problemas sérios, de tudo ser perfeito"

susana said...

mas então achas que o casamento era uma amena cegueira?

Comendador Antunes de Burnay said...

Clara, aquilo que eu sei de casamentos é que nada está ganho, nunca. É um dia depois do outro, é reinventar o que parece que já não pode ser mudado, é não dar nada por certo.

Fulacunda said...

(eu não vou dizer nada para não ter de me chamar abelhudo)

Anonymous said...

... ao Zé, para não ter de chamar abelhudo ao Zé



(raisparta o login desta coisa)

florbola said...

No casamento por vezes é tudo tão imperfeito...

pessoas com extremo bom gosto