8.25.2009

Da explicação das reflexões ínfimas

quando escrevi, no post abaixo para o João assumi que talvez só o João entendesse o que queria dizer por inteiro. Se calhar deveria ter-lhe chamado reflexão íntima, não porque usemos desse tipo de intimidade [eu e o João] mas porque gozamos daquela que frui de horas de conversa sobre temas mais ou menos fúteis e em que, inevitavelmente, acabamos a falar de relações [ou da ausência delas].

Quando escrevi pessoa perfeita assim, em itálico, era precisamente por não acreditar em pessoas perfeitas mas sim pessoas que mexem connosco, por oposição às que - parecendo perfeitas [on paper] - não nos dizem nada. E concluímos que, grande parte da confirmação de se tratar de uma pessoa perfeita, estava na sensação de imperfeição que sentíamos de nós próprios quando perto dessa pessoa. Não ser suficientemente inteligente bonita culta bem feita interessante.

O que, de certa forma, é muito mau. E, ao mesmo tempo, muito bom.

2 comments:

marta said...

Entre o muito mau e o muito bom fica a sensação de morno, de "não-vida", de assim-assim e essa sim, é péssima!
Acredito que me "persegue" desde sempre a sensação (ou medo ou pancada, sei lá) de que tudo o que sou "não chegar"... não ser suficientemte inteligente, culta bonita, bem feita, interessante...

Que a pessoa perfeita nos faça sentir isso mesmo, define-a como perfeita.
Ou pelo menos a nossa vontade de que um dia seremos para aquela pessoa a mais inteligente, bonita, bem feita, culta ...
É confuso, não é?
Parece-me que também é suposto que seja...

Clara said...

é confuso e um processo interior. eu sinto-me suficiente a maior parte do tempo mas não quando me apaixono, aí fico inseguríssima. o que vale é que é raro(íssimo).

pessoas com extremo bom gosto