É um lugar-comum evidenciar o quanto têm as tecnologias evoluído, resolvendo de forma cada vez mais brilhante complexíssimos problemas com que se defronta o ser humano.
Todavia, há coisas simples onde, desafortunadamente os bits e bytes ainda não chegaram, com grande pena minha.
Todas as semanas me entrego a uma inglória tarefa, do tipo daquele concurso antigo do Diário de Notícias “Descubra as Diferenças”: o mister de emparelhar meias vindas da máquina de lavar.
As minhas meias são todas escuras. Ou azul muito escuro ou preto. Não imagino outras cores para esta peça de vestuário.
Isso dificulta muito o emparelhamento. O tamanho não é critério. Há texturas diferentes. E matizes de cor.
Um erro de matching pode custar-nos muito caro numa reunião, se estiver presente uma daquelas impiedosas e organizadas colegas ou clientes, que nos faz logo a ficha a partir de umas meias desencontradas. Olha-nos para as pernas e imagina de forma elaborada a balda em cima da secretária de trabalho. A papelada toda desorganizada. Os restos de páginas de jornais empurrados para um canto. Os livros técnicos cheios de nódoas de café. E não confia em nós nem um bocadinho a partir desse momento.
Lanço daqui a ideia, que poderia ser desenvolvida por umas daquelas eternas start ups tecnológicas que por aí pululam à volta das Universidades: porque não desenvolver um mísero chip codificado e colocado em cada uma das meias do par, que se iluminasse quando estivesse a menos de um milímetro da sua verdadeira cara-metade?
14 comments:
agora multiplica o teu dilema por três [que é o que somos cá em casa].
o truque [dizem] que é comprá-las sempre no mesmo sítio e da mesma marca. todas azuis escuras de riscas ou lisas, por exemplo.
Clara, isso é uma solução que nem fomenta a diversidade, nem a criatividade, nem a concorrência entre mrcas. Ficas numa situação que os economistas chamam de rigidez da procura:dependente de um forncedor, que te pode impor os preços que quiserem. Venha o chip. yDreams, please....make this project take off...
adoro a ideia deste blog ser escrito a quatro mãos.
bem, para solucionar o problema do Martim tlv fizesse o seguinte, qd compra as meias marca-as com um pontinho o par(cozer com linha) nas diversas cores, assim qd procurar os pares de meias procura por cores. é apenas uma sugestão, ideia...
magda
a perspectiva de ver o Martim coser pontos em cada meia de cada vez que comprar um par afigura-se-me curiosa, calha bem. serás homem para isso, Martim?
E fizeste-me sorrir!:))
A ideia de coser qualquer coisa que não seja cozer (agora com z) qualquer coisa deixa-me aflito.
Eu passo a vida a tentar encontrar soluções para que elas vão para as gavetas o mais emparelhadas possível mas nunca tinha tido a ideia dos pontos às cores... que não deixa de me afligir também!!!
Mais não podendo fazer fica expressa toda a minha compreensão e solidariedade!!!!
Eu tenho parcialmente em aplicação a solução das meias todas iguais, relativamente ao meu filho mais velho: estão divididas em dois grupos, verdes escuras para a escola e azuis escuras para o fim-de-semana, sendo que dentro de cada grupo são todas do mesmo tom e da mesma marca. Mas depois, como sou picuinhas nessas coisas, tenho ainda mais trabalho a emprelhá-las consoante o estado de conservação: meias que já foram lavadas 50 vezes têm um tom de azul ou verde diferente das que só foram lavadas 10 vezes. E o rapaz não pode usar uma meia desbotada num pé e no outro uma em toda a pujança da sua cor. Um drama.
Partilho o problema das meias desencontradas, e as das mulheres sao ainda piores, nem se imagina quantos tons de creme foram capazes de inventar. A solução é maravilhosa, tão boa que se devia poder aplicar a todas as coisas que vivem aos pares.
~CC~
Solução andar sempre de pé-de-gesso (meia-branca).
:-)
Meu caro Martim, para além de o cumprimentar pela boa escrita que aqui deixa (você também, Clara, você também...), sempre lhe digo que a sua ideia é de utilidade extrema e parece-me impossível que não haja quem se interesse pela colocação no mercado. Para além do "chip-emparelhamento", poderia ser desenvolvida uma solução mais soft, que consistiria apenas em evitar que, em mais ocasiões do que as que desejaria, eu não calçasse um pé commeia azul escura e outr pé com meia preta.
COSER E NÃO COZER....AIAI TECLADO, A CULPA É TUA! SORRY:)
M.
Cara Magda.
No problem! Nem sequer tinha reparado no seu typo. O meu trocadilho era para dizer que prefiro cozer (peixe,por exemplo)a coser roupa. Um beijinho
Se nem os dono as consegue distinguir, quem dará pelo gato?
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