1.17.2012

não penses que sou diferente

não preciso de te dizer, já sabes, sou igual.

sabes por isso que penso no teu hálito no meu pescoço na sala de cinema, quando não podíamos fazer barulho e me segredavas coisas só porque sim
que penso na viagem até casa em que íamos morrendo três ou quatro vezes porque não vês um boi sem óculos [eu não sabia, juro]
que penso na tua mão na minha cintura mas sobretudo nas coisas todas que não dissemos não fizemos e nunca havemos de fazer nem dizer.
é sempre assim, descansa, tenho os ouvidos em chama [pronto, é só um] mas isso não me faz esquecer a minha única convição na vida. que só os amores não concretizados duram para sempre.

8 comments:

Miss Battle said...

Acho que vou adoptar essa convicção. É que faz realmente todo o sentido.

Espiral said...

Sim. Concordo.

Há um amor que nunca morre said...

Revi-me imenso neste teu texto.
Os amores não concretizados duram mesmo para sempre e são tão difíceis de acabar.
Só quem tem um é que percebe exactamente do que falas aqui.

Clara said...

eu escrevi isto e embora baseado numa história real, não sinto efectivamente isso por ninguém. quero dizer, gosto do conceito mas não carrego coisas dessas comigo.

O Ramalhete said...

lembrou-me do Woody: "only unfulfilled love can be romantic"

Clara said...

os filmes do woody cansam-me, até as boas relações parecem ultra secantes nos filmes dele.

Riuta said...

iquei mais descansada ao saber que nao carregavas coisas destas contigo, como disseste, devo dizer. :)

B. said...

Não queria. Preferia até não concordar...mas é o que é!

pessoas com extremo bom gosto