sobre escrever aqui, sobre quem me lia.
Depois isso deixou de me interessar, não me exponho o suficiente para que me reconheçam na rua, para que me conheçam de todo.
Quem me lê pode imaginar-me e à minha vida mas não pode ficar a saber se alguma dessas coisas corresponde à realidade e nem mesmo aquilo que escrevo hoje (por muito verdadeiro que seja) se vai manter amanhã.
O meu blog nem sempre é feito de verdades, e nunca estas correspondem à verdade inteira.
A minha vida é no momento feita de não verdades, ou são elas o pano de fundo.
Sou casada mas não tenho marido nem namorado. Tenho emprego mas não tenho salário. Os meus filhos têm um nível de vida superior ao meu, recebem computadores nos anos e consolas, mas vivem comigo. Neste momento vivo pior que muitas das pessoas dos bairros sociais do meu anónimo e o que interessa isso para a educação dos meus filhos? Nada. Não os educo de maneira diferente agora do que há dois anos.
Mas se calhar devia, mudar-lhes os nomes para Vanessa Cárina e Fábio Alexandre, arrear-lhes tabefes a cada duas vezes que abrissem a boca, deixá-los ver (e partilhar com eles) episódios das chiquititas e dos morangos com açúcar e rir-me muito de cada vez que dissessem um palavrão. Assim viveríamos dentro do meu nível social actual. Assim o mundo estaria arrumado, não era, anónimos?
7 comments:
E já agora fechavas o blogue e começavas a ler revistas menos que cor de rosa.
sempre bem, querida!
Aplausos!!!
[De quem te lê, mas que não tem comentado. :)]
Há necessidade dessa exposição de intimidades, quase obsessiva, quase compulsiva, quase doentia, a estranhos?
Meu querido anónimo (ou anónima), tenho o pressentimento que nos íamos dar muito bem.
Isto para si são intimidades? Para mim não.
Se tenho necessidade de expor as minhas não-intimidades? Necessidade não, mas apetece-me, se quiser um dia debatemos porquê.
:)
(o sorriso é para ti, Clara)
Há necessidade de ler um blog de uma pessoa que não se grama? Há mais que fazer na net, por isso, andamento.
Cada um é como cada qual, cada um expõe o que lhe apetece, era o que faltava ter que dar explicações sobre o que se expõe ou não nos nossos blogs.
Doentio é fazer esse tipo de juízo de valor, como se fossemos donos daquilo que está certo. Isso é uma coisa muito irritante e muito intolerável em todas as pessoas, católicas, não católicas, ou o que quer que sejam.
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