uma palavra de que gosto, treshold. Significa qualquer coisa como limite, limiar, palavras que em português soam fracas, ao passo que treshold parece marcar quase fisicamente a passagem de um lado para o outro, o fim de qualquer coisa e princípio de outra. Terão todas as coisas (pessoas?) limites, serão estes estáticos ou pontuais, há limites para tudo? Parece haver poucos para a minha estupidez.
Se imaginarmos que o nosso limite para qualquer coisa é tal, é pouco provável que acertemos, o que mostra quão mal nos conhecemos ou o quanto elásticos podemos ser. Conheço o meu limite para a dor física. Senti-o no dia em que o meu tímpano furou. Demorou um dia inteiro a furar (desde a primeira dor) e os últimos minutos (não sei quantos) passei-os a bater com a cabeça na parede (literalmente) depois de enfiar uns 3 Nolotils (o pós-operatório da cesariana) em vão.
O treshold de tudo o resto, quando parece estar mesmo aí, ao ponto de rebentar e não aguentar mais, não existe para mim. Para algumas pessoas não deve existir mesmo. É pena, porque deve ser muito agradável estar do outro lado, confortavelmente resguardada e medicada dentro da nossa própria loucura. Pelo menos, sempre imaginei que assim seria. Até isso está fora do meu alcance.
3 comments:
gostei muito. tenho uma paixão pelos limites, fronteiras, umbrais, pele, e etc.
hummm... acho que não percebi...
... by the way... já não tenho blog... :(
Já sei, Pedro. E Tenho pena. Mas podes sempre voltar...(e voltas, certo?).
Post a Comment