e 2 crianças. O F. vê uma série americana na televisão e diz qualquer coisa como "Isto é que é uma família". Minutos antes falava de como no tempo deles (os filhos, ambos menores de 6 anos) a noção de família estaria tão distorcida que eles não fariam ideia de como era uma família a sério, com um pai e uma mãe a viverem na mesma casa.
A lei do divórcio foi aprovada pela esquerda parlamentar e os votos contra do PSD e do CDS-PP, num debate que aqueceu com as críticas dos sociais-democratas à regulação dos "ajustes de contas" na hora das partilhas.
Somos 3 adultos, todos divorciados. Quero perguntar-lhe se pensa assim porque é que se divorciou (o F. já vai no segundo divórcio) mas não o faço e nem preciso, porque ele informa-me: foi a mulher que se quis separar. Diz que os divórcios são sempre pedidos pelas mulheres, eu acedo, os homens têm formas menos limpas de causar divórcios do que o simples pedido.
O divórcio sem consentimento dos dois cônjuges terá que ser assente em causas objectivas, como a separação de facto por um ano consecutivo, a alteração das faculdades mentais que dure há mais de um ano, a ausência pelo mesmo prazo e por "quaisquer outros factos que, independentemente da culpa de um dos cônjuges, mostrem a ruptura definitiva do casamento".
Mas nenhuma mulher pede o divórcio porque, sei lá, acordou mal disposta. E portanto, embora concorde em teoria com o divórcio com pedido unilateral (em alguns casos), na prática e no geral acho que só vai tornar ainda mais leviano o acto de casar. E que aquilo que o governo pensa ganhar com a nova lei (entre outras coisas, mais pessoas a descontar como casados) lhes vai custar, em processos burocráticos, bem caro.
(fonte: Publico Online)
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