4.29.2008

Há na língua inglesa

uma palavra de que gosto, treshold. Significa qualquer coisa como limite, limiar, palavras que em português soam fracas, ao passo que treshold parece marcar quase fisicamente a passagem de um lado para o outro, o fim de qualquer coisa e princípio de outra. Terão todas as coisas (pessoas?) limites, serão estes estáticos ou pontuais, há limites para tudo? Parece haver poucos para a minha estupidez.
Se imaginarmos que o nosso limite para qualquer coisa é tal, é pouco provável que acertemos, o que mostra quão mal nos conhecemos ou o quanto elásticos podemos ser. Conheço o meu limite para a dor física. Senti-o no dia em que o meu tímpano furou. Demorou um dia inteiro a furar (desde a primeira dor) e os últimos minutos (não sei quantos) passei-os a bater com a cabeça na parede (literalmente) depois de enfiar uns 3 Nolotils (o pós-operatório da cesariana) em vão.
O treshold de tudo o resto, quando parece estar mesmo aí, ao ponto de rebentar e não aguentar mais, não existe para mim. Para algumas pessoas não deve existir mesmo. É pena, porque deve ser muito agradável estar do outro lado, confortavelmente resguardada e medicada dentro da nossa própria loucura. Pelo menos, sempre imaginei que assim seria. Até isso está fora do meu alcance.

3 comments:

cecília r. said...

gostei muito. tenho uma paixão pelos limites, fronteiras, umbrais, pele, e etc.

Otium said...

hummm... acho que não percebi...

... by the way... já não tenho blog... :(

Clara said...

Já sei, Pedro. E Tenho pena. Mas podes sempre voltar...(e voltas, certo?).

pessoas com extremo bom gosto