9.30.2009

É estúpido pensarmos que só se cresce com o sofrimento

porque às vezes nem assim. outras sim, crescemos mas só por olhar os outros e aí nem tivemos de sofrer, bastou-nos observar.
crescer é sempre bom mesmo que seja à custa do sofrimento porque crescer é aprender e isso é sempre aumentativo para nós.

acontece que eu nem sempre lidei bem com as amizades que tive e também nisso tive de crescer, aprender a lidar melhor. o que me custou alguns amigos e muitas mágoas. mas permitiu-me ganhar outros e preservá-los.

actualmente já quase aperfeiçoei a arte de me afastar quando é preciso que um amigo caia estrondosamente. porque, embora isso me seja extremamente doloroso [aqui ainda não consigo apreender estas dores como não sendo minhas], sei que é a única maneira que tenho de o ajudar [quando tudo o resto já falhou].

se ele está à beira da piscina achando que são águas límpidas e maravilhosas [e eu sei que é apenas uma lama venenosa e tóxica] mas sem coragem de saltar, ou o empurro ou tenho de virar as costas para não ver.

Da amizade

vejo-me forçada a concordar mais uma vez com o Pedro, a amizade está mais perto do amor e da paixão do que queremos admitir, dificilmente aceitamos que temos ciumes, revolta pela incompreensão, sentimento de insegurança para com os nosso amigos. Mas temos, conseguimos é lidar com eles de uma forma mais "natural" do que quando nos apaixonamos por alguém.

A explicação parece simples, temos sempre vários amigos de quem vamos estando mais ou menos próximos conforme as circunstâncias da vida. Mas temos apenas um amor de cada vez [na maioria das vezes, pelo menos]. Os sentimentos "maus" que nutrimos por alguns amigos são diluídos, compensados, revistos noutros amigos. E assim, não se concentrando num único alvo, eles não são ampliados, desmesurados, complicados como são quando se focam apenas num individuo.

Não sei quem inventou a monogamia obrigatória [de certeza que terão sido os Cristãos ou Judeus, a culpa é sempre deles] mas está na hora de acabar com este preconceito. A minha convicção nisto é tal que estou quase a criar a causa no facebook [se não achasse que ela já existe].

9.29.2009

O Norton, o Kasperski e o Ursinho Panda

Estranho, estranho, estranho.

Sempre achei que Cavaco Silva tem muitas qualidades, mas estratégia política não é uma das mais salientes.

A sua principal arma política é a gestão do tempo para falar e do tempo para calar. Deixar mistérios no ar. Fazer longos silêncios. Cultivar tabus. Em muitos casos, com magros resultados, refira-se.

O célebre tabu de Cavaco Silva contribuiu decisivamente para o ambiente doentio dos idos de 94 e conduziu à sua inglória derrota eleitoral contra Jorge Sampaio e à entrada retumbante de Guterres no governo.

Hoje Cavaco Silva decidiu falar. Foi muito pouco claro sobre os factos. Nunca falou de escutas. Deixou espaço para que o PS, num discurso mais preciso de resposta, marcasse pontos.
E rematou com um argumento, que vai ficar na história, para credibilizar a existência de suspeitas: diz que ouviu pessoas "ligadas à segurança", que o alertaram para a existência de "vulnerabilidades" no computadores da Presidência- como que a dizer "vejam, vejam, que é plausível que tenha havido acesso ilegítimo a emails- pois se os computadores são vulneráveis...".

Estas coisas dos computadores já existem há alguns anos, e há três constantes nessa ainda curta história: o crash, o reset e a vulnerabilidade. E isso não prova que haja logo, por si só, fugas ou violações de privacidade.

Outra coisa que também sei é que, para descobrir vulnerabilidades graves em sistemas, não se ouvem pessoas à terça-feira. Manda-se fazer uma coisa chamada "auditoria informática", que demora tempo e é normalmente vertida num calhamaço que é preciso estudar. Pode ser que tenha sido isso que o Presidente mandou fazer. Não sei, porque não explicou.

É que ouvir, ouvir, é mais apropriado para generalidades computacionais. Tipo o Norton ser muito pesado, o Kasperski um verdadeiro glóbulo branco e o Panda um ursinho.

9.28.2009

Porque é tão difícil renovar um partido político como o PSD

Imaginemos que se inscreve no PSD um médico com uma carreira profissional de sucesso, cheio de ideias sobre a saúde e com vontade participar na renovação do partido.
Após receber o cartão pelo correio, o nosso médico é integrado na secção do partido do local onde reside. O que ele sabe é de saúde, mas não há nenhuma estrutura dos militantes da área de saúde. A área geográfica é que conta.
Lá vai ele, por exemplo, para a secção A, de Benfica. Na primeira Assembleia de Secção onde participa, cedo compreende que não é ali que vai poder discutir as suas ideias. Não há lá mais nenhum médico, nem sequer quem perceba de saúde. Aliás, o ambiente pode ser deletério.
O médico apercebe-se também que as pessoas que participam na Assembleia estão mais ou menos pré-ordenadas pelas tendências nacionais que degladiam: barrosista, cavaquista, santanista, passoscoelhista, etc. E fica desagradado com a confrangedora discussão a que assiste, pois que os participantes se limitam a repisar o que o que já foi pelos mentores das tendências.
O nosso médico não se revê em nada disto. Entrega então um pequeno memorando ao presidente da Secção com as suas ideias para a saúde, pedindo-lhe que o faça chegar à estrutura adequada do partido.
O presidente da secção, que está nesse cargo há mais de dez anos, e que apoiou todos os líderes, sem excepção, e que se sucederam uns contra os outros, desconfia. E o papel por ali se fica.
Inconformado pela falta de notícias quanto ao destino do memorando, o nosso médico decide que o melhor é tentar falar directamente ao coração dos militantes reunidos em Congresso, ou em Assembleia Distrital.
Não dá. Apesar de altamente qualificado e de ter propostas escritas, só se for eleito delegado na secção A é que lá pode ir. Mas para isso precisa de ter votos. De ser proposto e eleito delegado. Numa palavra, de estar inserido numa tendência pré-existente e de conhecer alguém na secção que valorize o seu contributo.
Ora, era contra as tendências já existentes que o nosso médico queria trabalhar. E para alguém valorizar o seu contributo, era preciso que percebesse do tema, o que não acontece.
Azar. Inconformado, decide mandar as suas propostas por carta ou email, para a sede do partido.
Ninguém lhe responde. O email está pensado para enviar propaganda a anunciar comícios e arruadas, não para receber contributos de militantes. E mesmo que os receba, é lido por uns funcionários que não têm competências para avaliar o seu conteúdo.
E lá morre uma segunda vez a contribuição do nosso médico.
A lição é simples: as estruturas partidárias não se adequam aos tempos modernos, que exigem uma hiper-especialização temática.
A estruturação por áreas de residência perpetua a máquina partidária, e afasta as pessoas de qualidade da sociedade civil que poderiam trazer ideias e propostas novas.
Com as máquinas partidárias imutáveis, as tendências instaladas perpetuam-se. As pretensas renovações não são mais do que cooptações promovidas pelas tendências dominantes e validadas em assembleias por elas condicionadas.
Para renovar é preciso abrir o partido. Mudar os estatutos. Criar secções por especialidade e não apenas por residência. Abrir o Congresso e as Assembleias Distritais aos militantes que registem uma proposta de moção temática, mesmo que não sejam eleitos delegados. Substituir a estrutura piramidal de organização territorial por uma geometria flexível sectorial.
Em suma, transportar o partido para o século XXI.

9.27.2009

O enjoo de terra

Estas eleições produziram-me um efeito que não consigo bem explicar e que nunca tinha sentido no passado.
Como se estivesse quase mareado, apesar de estar com os pés bem assentes na terra.
Não é bem uma náusea, mas é uma sensação de enjoado torpor.
Parece que a vontade geral de mudança se dissipou e perdeu gás, face à pungente evidência da pouca espessura das alternativas. E parece que a alternativa é mesmo ficarmos mais leves, mais indiferentes, mais concentrados no nosso dia a dia.
Mas, para agravar, nada é afinal grave. Não é preciso nenhuma ruptura. As coisas compor-se-ão, como sempre. Não se compuseram? Não chegámos até aqui? O ar não está assim tão irrespirável. Há só um desagradável halitozinho de cárie. Oratol e passa. Está lá, mas não se nota.

9.25.2009

Mandem-me um contacto de um exorcista, urgentemente

em casa tenho, para além da minha, duas vozes.

uma [maior] diz:
-mãe, vote na Ferreira Leite, nós* precisamos do seu voto.

outra[mais pequena] diz:
-mãe, vota no sócrates porque ele vai ganhar.

É óbvio que os seus pequenos corpos foram invadidos pelo espírito de dois assessores dos partidos do centro - os argumentos, a forma de tratamento e a insistência no tema eleitoral não deixam margem para dúvidas.

E agora, para não privilegiar nenhum, sou obrigada a votar noutro partido qualquer. ou em nenhum.

*não, não é filiada na JSD. pelo menos que eu saiba.

9.24.2009

Filosofia de pacote



foto Greg Williams

na saúde como na doença, é sempre essencial ouvir uma segunda opinião.

9.23.2009

[da série] comentários fabulosos I

Fico surpreendida com exposição apresentada. Compreendo que de manhã cedo a compreensão dos factos esteja lentificada. Mas o que é certo, é que 9h da manhã já não é propriamente cedo. Muitos portugueses pensam assim, e deve ser por isso que o país tem tantas carencias. Será que ninguém percebe que o mundo não pára, mesmo quando a maioria dorme? Sejam eles o INEM, a polícia, os estabelicimentos de actividade nocturna, os hospitais.... que seria do epilético ou do bêbado se toda a gente não compreendesse o mundo às 9h da manhã?
[anónima, no post aí em baixo].

Mais alguém tinha dúvidas que o país não anda para a frente por eu ter sono numa segunda feira, às 8 e meia da manhã?
Ainda bem que estamos esclarecidos.

9.22.2009

Credo como me aborreço

esta noite sonhei que era muçulmana e muito nova. o meu pai queria casar-me com um qualquer [o meu pai não era o meu pai, nem sequer aparecia no sonho] e eu saltava um muro onde um guarda muçulmano guardava um portão para não nos deixar sair [nem nenhum homem entrar]. então saltei com um truque, porque o guarda estava armado, eu e a minha amiga fugimos a correr por entre os tiros, a correr pelo meio da rua que era o nada e corremos até nos cansarmos e deixarmos de ouvir os tiros. tínhamos os cabelos ao vento e rimos, felizes, mas depois percebemos que tínhamos de continuar a fugir e a correr para sempre e desatámos a correr de novo até que a minha amiga, cansada, desistiu e voltou para casa. eu continuei a correr, conheci uns rapazes a quem roubei uma bicicleta, entrei num colonato judeu [que era uma espécie de tenda enorme com pessoas muito bem vestidas e a comer muito bem], pedi comida e ajuda, ninguém me ajudou, nenhum dos estupores dos judeus de camisa Polo Ralph Lauren me deu sequer um bagelzito, antes olhavam para mim como se eu fosse o inimigo, como se os quisesse fazer explodir debaixo da tenda de luxo.

e mesmo esse sonho era melhor do que o da noite anterior onde tudo o que fazia era tentar comprar heroína.

À porta da escola

duas mulheres falam muito alto. discutem, penso, mas ao chegar mais perto estão apenas a contar as novidades uma à outra.

e disse-me que não me atrevesse a pôr lá os pés outra vez porque me matava. só estive com ele duas semanas e sabia lá que o homem era assim, parecia-me um senhor.

a minha mente, visual como de costume, preenche os brancos e imagina um homem género Francisco Pinto Balsemão ou Miguel Horta e Costa sentados numa sala de visitas de uma cadeia [das dos filmes, uma mesa metálica com um pequeno separador no meio, duas cadeiras de costas de metal], gravata de seda e fato Zegna, as bocas mexem sem dúvida mas não são aquelas as palavras proferidas.

obviamente, a minha noção de "senhor" e a desta mulher são completamente distintas, tento então imaginar o que será a imagem de "senhor" dela. não consigo, desisto.

chego apenas à conclusão que me persegue desde sempre - a mente humana tem uma capacidade infinita de se enganar a ela própria.

9.21.2009

Corações ao alto

também há-de existir quem conquiste pela arrogância.

À porta de casa

antes das nove, o homem de colete amarelo fluorescente agachado, mãe deve ser epiléptico, eu ainda a processar o colete e a imaginar a declaração amigável, ela já deve ser epiléptico. olho mais atentamente, o colete diz INEM e há uma moto estacionada em frente no passeio, amarela. olha agora o INEM tem motas? sim, mãe são chamados os veículos rápidos. eu ainda a processar a mota amarela a dizer INEM e já ela são veículos rápidos. há bocado ao pequeno almoço falámos das sondagens à boca das urnas e nem sabia o que são urnas.
o homem diz vou vomitar. o do INEM responde vai vomitar? eu chamo o meu filho, puxo-o com força pela mão e arrasto-o até o carro. alvitro a hipótese de se tratar de um alcoólico, que os alcoólicos também têm tremuras, não só os epilépticos. num dia normal haveria uma qualquer lição de moral a tirar disto, mas não hoje, é segunda feira e ainda nem nove são da manhã.

9.18.2009

e pur si muove

aguardo que te chegues para lá para que também eu possa avançar.

todos os dias. aguardo.

já está?

9.17.2009

Coisas boas da crise

Ocorrem-me duas imediatamente: os saldos muito mais saldos e muito mais cedo na Oficina Mustra, na Emporio Armani, na Fashion Clinic e na Boss. E o realismo dos bons chefs portugueses.
Estes voltaram ao conceito da tasca fina, mas low cost. O Sobral abriu em Campo de Ourique a Tasca da Esquina, que se recomenda. E agora o meu muito preferido Miguel Castro e Silva deixou o Porto e abriu o De Castro, na Elias Garcia, em Lisboa. Acabei agora mesmo uma excelente refeição, por um preço muito razoável. Que bom, que bom! Nem os dois piercings bem colocados da minha companhia me distrairam... excessivamente....

9.16.2009

Das caixas de comentários

Porque comentamos nós num blog?

Eu, sem dúvida que o faço por puro masoquismo. Gosto de umas chibatadas de vez em quando mas, a ver, selecciono cuidadosamente quem está na outra ponta do chicote.

Qualquer dia entro em greve aos comentários em blogs alheios*. Hoje é o dia.

*há apenas um em que posso comentar de acordo com a lógica mas, para não obviar a coisa, a greve estende-se a este também.

Socorro, tenho um homem de cinco anos em casa

adormece deitado no chão a ler revistas de quadradinhos e responde "isso é uma pergunta de retórica?" quando lhe pergunto se já lavou os dentes.

9.15.2009

O seitan e a feijoada

É bom perceber que aquilo que, durante anos, associávamos a capricho e teimosia era, afinal, um detalhe de uma vincada personalidade. A armadura que veste a frontalidade. Um pequeno espinho que se pode bem contornar, para revelar as imensas doçura e sensibilidade. Uma cativante inevitabilidade feminina. Um efeito benigno de uma febril actividade.
E melhor é percebê-lo ainda a tempo.

Ontem começou o novo programa dos Gatos Fedorentos

o que me obrigou a ver televisão [com as interrupções devidas para o veste o pijama já lavaste os dentes ficas sem história vai ver se a mana já lavou os dentes].

Não vi o programa do início mas teve de facto alguma piada até entrar o Sócrates. Depois disso a tensão entre ambos foi mais do que visível, palpável.
Como sempre o PM tinha o guião bem decorado, levava algumas piadas previamente escritas [tiro o meu chapéu aos assessores do PM, têm uma tarefa imensamente complicada] e chegou mesmo a chamar a atenção para a piada em que ninguém se riu oh ricardo, esta agora teve piada não teve? Alguém devia dizer-lhe que a pior coisa que se pode fazer quando ninguém se ri das nossas piadas é chamar a atenção para elas. Mas, claro está, o PM está habituado a que se riam de todas as suas piadas, é algo inerente ao cargo que ocupa.

Tenho lido algumas pessoas que acham "que o homem transpira charme", pois eu também gostava muito de ver isso, mas aquela voz transtorna-me demais.
Um homem charmoso tem de ter uma voz grave, profunda, marcante, carismática. Nada daquilo. Não dá. Mesmo. A sério [isto fora das opções políticas, acho que consigo fazer apreciações isentas, o Luís Amado é muitíssimo charmoso e também é do PS].

Agora giro mesmo foi o debate dos Prós e Contras com os pequenos partidos. Muito divertido. Se toda a política fosse assim não haveria metade da abstenção.

9.14.2009

A Ana,

a quem invejo a escrita, a argúcia e as viagens à Índia diz:

Aprecio a sobranceria, a arrogância, aqueles modos que roçam quase a má educação. As mulheres gostam de homens assim. Um bocadinho maus.

Está a falar de Sócrates, mas nem é por aí. Eu nisto não invejo a Ana, detesto homens assim. Desprezo este tipo de arrogância nos homens, é que não acho mesmo piadinha nenhuma.

Há uma linha finíssima entre a arrogância e a auto confiança e homens como o PM já passaram há muito para a linha de lá, são do tipo de homem que dá vontade de pôr no lugar com umas quantas reguadas nas mãos.

9.12.2009

O debate está correr bem a MFL

Ainda não acabou, mas MFL desembaraçou-se muito bem da técnica de Sócrates de mostrar papelinhos com declarações e posições assumidas por ela no passado diferentes das que agora sustenta. E como? Explicou simplesmente que a situação financeira mudou....e de facto é verdade. Creio que está a ganhar o debate. Pelo menos, está a surpreender muito positivamente.

9.10.2009

Depois de muito me debater

nesta questão da amizade [e que simpático o Pedro, sem me conhecer, parece estar a escrever precisamente sobre o meu estado de espírito] cheguei finalmente à conclusão que precisava.
tenho sempre umas amizades muito intensas que depois, mais tarde ou mais cedo, levam ao afastamento total, o que me faz sofrer horrores. desde os meus 6 anos que sou assim. estranhamente, nunca aconteceu nada disto com nenhum dos [pouquíssimos] amores que tive. é que enquanto espero que isso me aconteça com os amores - sem nunca ter realmente passado por isso - não espero que isso me aconteça com os amigos - embora tenha acontecido com praticamente todos os mais chegados.
se isto não faz de mim a pessoa emocionalmente mais estúpida do mundo, não sei o que fará.

Já muito se disse sobre a amizade entre mulheres

e eu acredito imenso nisso, na amizade que fica. posso dizer que mais facilmente sacrifico um amor do que uma amizade. ou que nunca sacrificaria uma amizade em prol de um amor. mas também isso deve ser uma característica muito própria [e que nem sequer esta presente na maioria das mulheres].
ser assim não tem dado resultados estrondosos. mas quem me garante que teria se fosse ao contrário?

9.09.2009

Oh caraças

eu ía aqui escrever um post inspiradíssimo sobre a circulação de TIRs na 2ª circular. Mas entretanto li os posts que o meu colega de blog escreveu e senti na pele a minha pequenez.

Ano 1 da Crise- Unhappy birthday to you

Posto abaixo umas poucas fotos que tirei este ano, de protestos públicos e de dramas pessoais, em alguns dos países que visitei.
Não me revejo nos protestos radicais, mas estou solidário com as dificuldades de quem foi atirado para a rua, para se manifestar ou até para viver, sem tecto.
Oxalá tudo isto passe depressa.

9.08.2009

Ano 1 da crise:Yoksulluk Demokrasi !


Em Novembro de 2008 uma gigantesca manifestação sindical varreu Ankara. O protesto estendia-se por quilómetros e quilómetros, ao longo da faraónica Avenida Ataturk. O intervalo de alguns metros entre as colunas de manifestantes, criteriosamente planeado, permitiu-me colher este plano.

Ano 1 da crise:manifestação comunista à porta da Prada


Apanhado no meio de uma grande, pacífica e divertida manifestação comunista, em Maio, em Milão, que percorreu as galerias Vittorio Emmanuel. A flag-store da Prada é à direita, mas a indiferença era geral. O cinzento e preto não eram as cores preferidas, seguramente.

Ano 1 da crise: os sem-abrigo a leste.


A violenta crise que deflagrou há um ano fez muitas vítimas a leste. Fotos que tirei aos sem-abrigo que pululam nos boulevards elegantes de Budapeste, em Julho.

Ser fixe

- mãe, ser fixe é difícil para as crianças. só para os adultos é que não.
- ser fixe é fácil para alguns e difícil para outros. para a mãe é sempre fácil.
- porque és adulta. eu às vezes não consigo ser fixe.

[tu não precisas de ser fixe, já nasceste mais bonito e inteligente do que os outros, como é possível que não vejas isso?]


daqui

9.07.2009

Train your brain

Oh meu Deus! Manuela Ferreira Leite tem tantas, mas tantas, dificuldades em raciocinar sobre pressão, que até mete dó!
Ainda há pouco, na Madeira, os jornalistas perguntaram-lhe se, na Ilha de Jardim, não há "asfixia democrática".
A senhora, com o jeito habitual, deu logo um tiraço na perna: "não, porque aqui João Jardim conta com os votos do povo". O lesto jornalista disparou de imediato: "mas José Sócrates também". A senhora ficou claramente aflita e balbuciou que não estava em causa a legitimidade democrática de Sócrates, mas sim o que as pessoas sentiam no dia a dia.
Outro tiro nos membros inferiores: se a legitimidade do voto não é suficiente para afastar a possibilidade da "asfixia democrática", porque foi usar o argumento do voto popular para justificar a ausência dela na Madeira? Vá lá que o jornalista não prosseguiu nesta via, porque não soube ou não quis.
Ainda bem que governar não é o mesmo que resolver com êxito os exercícios do Train Your Brain de Verão do Expresso. Senão....

Ainda em tempo: na minha modesta opinião, a propalada expressão "asfixia democrática" é incorrecta. A asfixia nunca tem a qualidade de ser democrática. Há é asfixia da democracia. E muita. Train your brain (espero ter razão, senão vou já passar a semana a fazer aqueles execícios malucos, alguns com erros, para me redimir).

9.05.2009

Bruscamente no Verão passado

Normalmente, quando está tudo a correr mal, há sempre um factozinho pior que os outros que nos empurra mesmo para a lama.
Pois foi há um ano. As coisas já não estavam boas. E havia um grupo de muitos senhores que, nos Estados Unidos e Inglaterra, tinha acumulado uma quantidade descomunal de fétida lama e lixo debaixo de tudo o que era alcatifa.
Em vez de assumirem as despesas de construir um aterro sanitário, esses senhores decidiram ganhar dinheiro com a porcaria.Embalaram-na em pequenas caixas douradas reluzentes tipo Godiva, chamaram-lhes Pralinés e venderam-nas a todo o mundo.
A certa altura, quando o mundo começou a abrir as falsas caixas de chocolate, o pivete apossou-se dos narizes e toda a gente percebeu o logro em que tinha caído.
Com os vígaros desmascarados, só havia uma solução: o Estado Americano assumir a factura e dar-lhes dinheiro para pagarem ao mundo, a quem deviam somas descomunais, devido ao embuste dos pralinés.
Mas um senhor chamado George Bush não quis ajudar os vígaros. Aplicou ao banco Lehmann Brothers, epicentro das ondas de porcaria, a mesma receita que tinha aplicado no Iraque.
Deixou-o simplesmente falir. E toda a gente ficou a arder.
Foi há um ano. Entretanto, o senhor Bush voltou para os rodeos no Texas e nós hoje ainda contamos os tostões e rezamos pelos empregos.

9.04.2009

A descrição perfeita

Águas paradas onde, de vez em quando, há avistamentos de monstros.
É assim a minha "vida sentimental".


[isto não sou eu a queixar-me].

TVI

A direcção do PS provavelmente até nem fez nada, porque seria a coisa mais tola do mundo, às portas de uma campanha eleitoral.
O problema é que neste clima pesado, deletério, de apodrecimento da política e de subserviência, há muita gente disposta a mostrar serviço e a fazer aquilo que pensa que à direcção do PS agradaria. E essa é a típica responsabilidade do aprendiz de feiticeiro. A de libertar forças negativas incontroláveis. Temos de as mandar de volta para a caixa de Pandora a 27 de Setembro.

9.03.2009

Nada surpreendentemente




O amigo do nosso PM já nem se esforça para disfarçar o seu regime ditatorial.

Mas sendo de esquerda, está tudo bem.

Toda a gente sabe que perigosa é a direita.

9.02.2009

Está bem, rendo-me

não posso ver nenhuma mulher vestida de indiana*, adoro, se calhar sou descendente de indianos [a tentar ver traços meus na cara da minha filha, tão bonita, tão indiana - ignorar o facto dela ser descendente de goeses], aquelas cores, aqueles tecidos, bom será que nunca ponha o pé na Índia, se calhar não volto.

para o Paulo.

*não vejo a novela onde há indianas, nem sei em que canal é, também o meu amor pela estética indiana tem os seus limites.

O problema de termos amigos

ou quaisquer pessoas na nossa vida é que, de uma forma ou de outra, passamos a depender delas e há-de chegar sempre o dia [mais tarde ou mais cedo - com sorte será mais tarde] em que, pura e simplesmente eles não estão lá. é que as outras pessoas têm agenda própria e terão sempre que dar prioridade à sua vida [eu faço o mesmo, também não sou nenhuma Madre Teresa]. desde o liceu tem sido uma questão que me atormenta e com a qual fui tentando variadas formas de lidar. a experiência ensinou-me que a melhor é ter um plano B: esperar que nada falhe, mas, para o caso de isso acontecer, ter uma solução de recurso.
na vida como na gestão de empresas as soluções cruzam-se frequentemente e quem souber aplicá-las no momento certo e da forma correcta tem riscos mínimos de falência.

Água gratuita

ainda falam mal do rapaz, que não tem ideias novas e isso. Ora água gratuita parece-me tão bem, nacionalizem já isso tudo.

Se conseguirem entretanto fazer o mesmo a lojas de roupa e sapatarias giras, à Pedra Dura, às agências de viagens, à FNAC, a todos os fornecedores de gás, electricidade, construtoras de empreendimentos giros dentro de Lisboa e à Zon Lusomundo, contem já com o meu voto.

Tenho a sensação que estou sempre a ter a mesma conversa

- Mãe, o que são legislativas?
- Servem para eleger os deputados e o partido com mais votos vai formar o governo, nomeia ministros e um chefe de governo, o Primeiro Ministro.
- E quando é que tiram de lá o Sócrates?
- ...

9.01.2009

Das uniões de facto

Quem quer união de facto, não quer casar-se. O Estado não pode é andar a casar as pessoas que não querem casar-se.

vá lá, todos gostamos um bocadinho de demagogia, mas questionar isto é algo parecido com dar um tiro no pé.

eu queria era isto. todos os dias. para sempre.





(não tenho culpa que os meus filhos sejam mais bonitos do que os outros todos do mundo).

Dia 1

Chove em cima dos pés nus das sandálias, o trânsito está de novo infernal, as crianças insuportáveis do cansaço das férias, os amigos de mau humor por voltarem ao trabalho.

Parece tudo mau até descobrirmos que o Mexia voltou, embora tenha o blog com o nome mais deprimente do mundo.

Setembro será afinal um mês bom.

pessoas com extremo bom gosto