9.30.2009

Da amizade

vejo-me forçada a concordar mais uma vez com o Pedro, a amizade está mais perto do amor e da paixão do que queremos admitir, dificilmente aceitamos que temos ciumes, revolta pela incompreensão, sentimento de insegurança para com os nosso amigos. Mas temos, conseguimos é lidar com eles de uma forma mais "natural" do que quando nos apaixonamos por alguém.

A explicação parece simples, temos sempre vários amigos de quem vamos estando mais ou menos próximos conforme as circunstâncias da vida. Mas temos apenas um amor de cada vez [na maioria das vezes, pelo menos]. Os sentimentos "maus" que nutrimos por alguns amigos são diluídos, compensados, revistos noutros amigos. E assim, não se concentrando num único alvo, eles não são ampliados, desmesurados, complicados como são quando se focam apenas num individuo.

Não sei quem inventou a monogamia obrigatória [de certeza que terão sido os Cristãos ou Judeus, a culpa é sempre deles] mas está na hora de acabar com este preconceito. A minha convicção nisto é tal que estou quase a criar a causa no facebook [se não achasse que ela já existe].

9 comments:

Martim said...

Interessante perspectiva. Sou a favor não da monogamia obrigatória 8forçada), mas da monogamia a que se adere espontaneamente por força do amor.

Clara said...

era irónico.

nem era isto que eu queria escrever quando comecei o post, era mesmo sobre a amizade.

toda a monogamia começa assim, depois mantém-se mesmo por conceitos morais. mas vamos a ver, sem conceitos morais a sociedade não podia existir [estávamos aqui todos a roubar e a matar-nos uns aos outros].

Sabina said...

Clara

A monogamia nasce pela necessidade e desejo de estar só com o outro. O outro, que é suposto completar-nos. Tudo o resto são lirismos. Não podem existir frases como "Eu amo mas..."

Beijinho

P.S.- Fico preocupada pela influência cavaquista no seu texto. Não se sinta forçada a nada. Aparentemente só o PR é que sentiu forçado a muita coisa, o que é estranho, porque ele é o PR. Seja livre, Clara. ;-))

Clara said...

sabina, já respondi sobre isso ao martim.
a monogamia começa por nos ser auto imposta nessa fase em que nem conseguimos olhar para outros. depois porque é que se mantém [ou não] já é outra coisa muito diferente. porque, make no mistake, há-de haver sempre alturas em que nos passam à frente do nariz outras pessoas.

Corine said...

"sem conceitos morais a sociedade não podia existir [estávamos aqui todos a roubar e a matar-nos uns aos outros]" - sem esses mesmos conceitos ou essas moralidades o que seria isso do matarmo-nos e do roubarmo-nos? Avaliar uma sociedade que assenta em principios e conceitos morais sem a existencia dos mesmos...é uma impossibilidade, não?!?!?!!

Clara said...

Corine, não leias "moralistas" nem "moralizadores" onde eu escrevi "morais".

Martim said...

Morais Sarmento? Clara, I got you

Clara said...

se calhar foste o único.

Matilde said...

E por a amizade ser tão proxima do amor e da paixão será que ás vezes não se confundem!? Dizem que o ser humano é poligamico por naturaza. Eu pessoalmente, sou como o martim, a favor "da monogamia a que se adere espontaneamente por força do amor". Mas amar nem sempre é um acto singular, mas como está rotulado assim, quando se apresenta na forma plural, tendemos a achar que só pode estar algo errado!

pessoas com extremo bom gosto