Nem era tanto assim, já desconfiava.
Que tudo passa, como uma onda (mesmo aquelas grandes, os tsunamis, também eles passam e acabam numa espuminha que vem morrer aos nossos pés). O tempo faz com que todas as memórias se esbatam em tons pasteis, eu nunca gostei de tons pasteis, de coisas mornas a morrer aos nossos pés. Aquilo que contigo aprendi, porém, era isso que gostava de guardar em mim, a paz, a calma, a memória do que nunca poderíamos ter (nunca vou saber se quererias ter, e parece-me mesmo que nem tu saberás) e do que isso provocou em mim nesses dias em que escrevi o texto.
E nem mesmo isso sei se consigo. As coisas à minha volta, palavras, pessoas, imagens, tudo isso me afasta dessa sensação por muito que me esforce para a guardar. A normalidade, por oposição à santidade é sempre um apelo demasiado forte. Ou sou eu tão demasiado normal, real, carnal que não me consigo aproximar dessa sensação do que por mais do que uns momentos.
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