6.14.2007

Da escrita

"Aquilo que eu escrevia resultava da minha vida, do que na minha vida fora inaceitável e intolerável. Tão intolerável e inaceitável, que, para continuar a viver e a saber que vivia, era necessário que palavras diversas da realidade (uma realidade que era apenas real como recordação, como nódoa negra e dolorida) recriassem uma experiência genérica, noutro plano do espiríto, em que a experiência inenarrável se reduzisse ou ampliasse a uma visão das coisas ou das relações humanas, e as palavras produziam uma nova forma que, simultaneamente, era alheia a mim e aos outros, sem deixar de, para mim, ser a mesma presença informe e asfixiante de que essa forma emergira."

Sinais de Fogo, Jorge de Sena

3 comments:

Varanda said...

...
Were on a road to nowhere
Come on inside
Takin that ride to nowhere
Well take that ride...

Leão da Lezíria said...

Ola, está mais bonito aqui o seu espaço!

(Vontade de campo?...)

Clara said...

possivelmente, Leão (vontade inconsciente), é bem possível. Ainda para mais depois de me descreverem as vantagens da Lezíria...

pessoas com extremo bom gosto