6.25.2007

Então agora

depois dessa fase em que tudo esteve revestido por uma dolorosa capa, em que a realidade se me apresentou nua e torpe, sem piedade, miserável a meus olhos como uma imagem da qual se desvia os olhos, tendo talvez atingido o pico próximo do intolerável, eis que tudo começou por ficar cada vez mais distanciado. As coisas que acontecem ou estão para acontecer parecem não me poder tocar, do longe que estão, desfocadas e minúsculas. Aí estão elas, não merecendo mais do que um leve encolher de ombros, decidir não decidir, não querer saber, o que não pode ser remediado remediado está.
Uma espécie de conformismo tão oposto às cores violentamente viscerais com que normalmente as olho, às coisas.

8 comments:

Leão da Lezíria said...

(ainda faltam três estádios...)

Clara said...

não me diga isso, Leão, estou tão bem assim, não preciso de passar para mais nenhum. A vida em tons pastel é tão tranquila.

Miguel said...

A tranquilidade é obviamente coisa boa...Mas não será redutor ver sempre a vida nos mesmos tons?
Temos todos momentos, em que nos sentimos bem com algumas cores, não queremos mudar, queremos "descansar"... mas a vida continua e o sol, a amizade e o amor, não são pastel.

Margarida Atheling said...

Fico contente por ti, tu sabes.
A serenidade não tem preço, e a vida ensina-nos a relevarmos o que acaba por não ser, de facto, tão determinante na nossa vida.
É realemente "o que não tem remédio, remediado está!".
Há um enorme alívio quando conseguimos chegar a esse estádio.

Mas tu não és pessoas de meias tintas...

Bjs!

Zuza said...

já que aqui estou... não será excesso de tranquilizantes? ;DDD tons pastel???? grrr

Clara said...

nada de tranquilizantes, zuza. Pastel, é do melhor: pastel de nata, pastel de bacalhau...

Zuza said...

tss tsss tanto tempo de norte e ainda não dizes "era uma nata oh faxabor e um bolinho de bacalhau!!"???

Clara said...

tanto tempo e já tão pouco, Zuza. Mais uns dias e volto ao sul, presumivelmente para sempre.

pessoas com extremo bom gosto