6.29.2007

Percorro com ela

esse caminho pela última vez.
É o recreio da escola e poucas são as vezes que aqui vim, normalmente não somos (pais) autorizados a entrar aqui, não me fará falta.
Mas a ela sim. Arrasta os pés e obriga-me a arrastar os meus para a acompanhar. Penso se estará a tentar fixar cada baloiço, cada degrau do escorrega, o toque das mãos no plástico da barra. Imagino que inspire com força tentando guardar na memória aquele cheiro, cheira a ar fresco e a detergente.
Talvez nada disto lhe passe pela cabeça.
Quero saber se está triste por deixar os amigos e a escola mas não me responde. Hesitou muito em sair da sala mas agora parece não querer saber de nada e só obrigada se despede dos dois melhores amigos, secamente "Adeus André", "Adeus Inês".
Penso em como tudo isto deverá ser custoso mas não derrama nem uma lágrima, se calhar como eu, que estou cheia delas (por dentro).
É este o caminho e não há outro, olhando para trás não há chão onde pisar e a única opção é seguir em frente, sempre.

Mais um dos lamechas

Ty foi o nome que escolheu para ele próprio quando lhe perguntei como gostaria de se chamar e vem desta série, claro.
Nos últimos dois dias brincou mais com bonecas do que a irmã em toda a vida dela e acho lindamente (ou não teria escrito este post). Se o pai descobre salta-lhe a tampa.
Mas que não se preocupe, o pai, os bolsos ainda saem de casa atafulhados de peões e lançadores, e são as motas que tem que ir buscar quando invariavelmente saímos atrasados de casa e ele (invariavelmente) se esquece de "uma coisa", mesmo que anteontem tenha tomado banho com dois bebés. A palavra que mais vezes profere é, ainda, "matar!".
Aos 3 anos faz muitas, imensas birras. Ontem acordou, fez-me uma festinha na cara e disse-me "gosto de ti".

6.27.2007

Mariana

A Mariana tem olhos

castanhos como a luz

o cabelo louro como o sol

e tem também uma boca que reluz.


Mariana tem amigos,

amigos para brincar e explorar

amigos divertidos e bonitos

para saltar!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Certos

casais e famílias causam-me tédio só de os olhar. É impossível que eles próprios não se sintam entediados no meio daquilo.
Que sirva de alguma coisa, a instabilidade em que vivemos mergulhados os três.

Os piores foram um casal de meia idade (já foi há anos e a impressão que aquilo me causou foi tanta que me lembro perfeitamente, quando o normal é não me lembrar de nada) que vi em férias. Sentaram-se numa mesa perto da minha num restaurante, sem falarem. Jantaram sem trocar uma palavra nem um olhar, ficaram sentados depois do jantar sem um som entre eles. E poderia pensar que tinham discutido ou algo assim, mas de facto o tédio que transparecia daquilo era tanto que se via perfeitamente era que não tinham nada para dizer um ao outro.

Gostava

de ir ver esta peça, mas já chego tarde a Lisboa.
A peça não me diz nada mas tem uma cenografia excelente.

Quero escrever

aqui qualquer coisa, do hábito de o fazer sempre por esta hora e não me saem palavras. Chafurdo nos drafts, nada de publicável lá.
O meu processo de escrita é caótico como todos os pensamentos, aliás chamar escrita às coisas que aqui vou pondo sem qualquer ambição de escrever é obviamente sobreclassificá-las, quando me aparecem, as palavras formando textos na cabeça, tenho de as arrancar, despejá-las, deitá-las fora, sendo que a maior função aqui do coiso (blog ou lá o que é) é mesmo a de um imenso caixote do lixo.

Se tenho alguma facilidade em escrever devo-o apenas ao muito que li em criança e graças aos meus queridos paizinhos terem proibido a entrada de uma televisão lá em casa até eu ser quase adolescente. Claro que na altura isto me parecia abjecto, incompreensível, perfeitamente disparatado (e acabava por ver televisão todos os 5 dias da semana em casa dos meus avós), hoje já lido melhor com a coisa, provavelmente por ser parte do passado (muito, muito baixinho, até me parece que foi uma vantagem).

6.26.2007

Da vaidade

a modéstia é uma magnífica qualidade da qual abuso diariamente. Agora vou mesmo ser completamente vaidosa, embora não seja de maneira nenhuma mérito meu o que vou postar.

Chegou ao pé de mim com um sorriso meio embaraçado, aliás chegou ao pé de nós, estavam mais duas pessoas no carro (o irmão e uma querida amiga minha) :

- recebi a ficha de avaliação.

- Foi "Muito Bom" a tudo? - pausa para me justificar: dias antes em conversa tinha alvitrado a possibilidade de ela ter "muito bom" a tudo, apenas porque a professora já tinha dito algumas das notas.

-Foi (baixinho).

-Boa.

Não lhe verifico trabalhos de casa, não a faço estudar, não sei precisar a matéria que estão a dar na escola. A maioria das mães daquela escola faz tudo isto. Este período foi ela a ter as notas mais altas e tenho sido sempre chutada das reuniões de pais com um "está óptima e tomara que assim continue". Não ligo assim muito às notas que tem, sou eu quem a consola quando tem apenas "bom" a alguma coisa (o que para ela é "quase negativa").

Passou o fim de semana em casa da amiga e foi a mãe dela a dizer-me que ela tem um óptimo raciocínio, por comparação com a filha (coisa que muito embaraçou, confesso desde já).

O mérito é dela, nem sequer me posso gabar de lhe ter passado bons genes, apenas metade deles serão meus.

E na verdade isto tudo me preocupa mais do que tranquiliza.

6.25.2007

Então agora

depois dessa fase em que tudo esteve revestido por uma dolorosa capa, em que a realidade se me apresentou nua e torpe, sem piedade, miserável a meus olhos como uma imagem da qual se desvia os olhos, tendo talvez atingido o pico próximo do intolerável, eis que tudo começou por ficar cada vez mais distanciado. As coisas que acontecem ou estão para acontecer parecem não me poder tocar, do longe que estão, desfocadas e minúsculas. Aí estão elas, não merecendo mais do que um leve encolher de ombros, decidir não decidir, não querer saber, o que não pode ser remediado remediado está.
Uma espécie de conformismo tão oposto às cores violentamente viscerais com que normalmente as olho, às coisas.

A musica aí do lado

dedicada a todos os que me lêem aqui (aos que comentam, claro, duplamente dedicada).

6.23.2007

Da sociedade machista

Aqui há muitos anos (quantos? mais de 20, menos de 30, não sei precisar com maior exactidão) o meu avô recebeu em casa um amigo australiano. Era um amigo de há muitos anos que estava a dar a volta ao mundo e, para surpresa do meu avô e do meu pai, apareceu acompanhado da filha recém-nascida. A filha tinha nascido e ele aproveitou para fazer uma muito desejada volta ao mundo durante os meses da licença de paternidade, tendo a mulher ficado na Austrália a trabalhar. Lá como cá a licença de maternidade/paternidade pode ser usufruída por qualquer membro do casal ou mesmo partilhada por ambos.
Contaram-me ambos esta história em simultâneo, o meu avô rematando a coisa com um "lá é normalíssimo e noutros países também, não é como cá" amargurado como de costume com o atraso da nossa sociedade (claro que ele próprio nunca mudou uma fralda ou embalou um bebé, mas isso da teoria à prática já se sabe, é um mundo).
Quantos anos (if ever) demoraremos a chegar a este ponto?


(este post foi inspirado neste e neste, embora não pareça, está directamente relacionado)

6.22.2007

Das conversas absurdas

- Onde está o cérebro novo? Ficou em casa do pai?

- Sim... - Ele.

-O pai diz que agora temos que lá deixar coisas nossas.- Ela.

-Está bem, mas com tanta coisa tinham para lá deixar, tinha que ser o cérebro novo que a mãe comprou ainda ontem?

Tenho uma amiga

que mede o nível de expressão verbal das interlocutoras pelo número de vezes que estas começam um diálogo com a frase "eu sou sincera".
Na verdade não faz absolutamente sentido nenhum esta frase, se alguém pretender mentir não vai afirmar "eu sou insincera" ou "eu vou mentir agora um bocadinho". Ou dizer como o meu pai "minto" quando se engana (e a seguir corrige com a verdade).
Tenho a impressão de que estas linhas não se coadunam lá muito bem com aquilo que quero escrever neste post mas agora que aqui estou também não vou voltar para trás.
Quando escrevemos não utilizamos as mesmas expressões nem sequer as mesmas palavras do que quando falamos. Assim é desejável, pelo menos, pois na expressão oral há entoações, palavras que são comidas ou omitidas, gestos que substituem frases inteiras, coisa que na escrita não conseguimos fazer. Foi por isso que alguém (quem terá sido?) inventou o uso dos sinais de expressão - ;) :) :P :D :S - tratando-se de linguagem escrita mas de uso instantâneo como em chats e instant messegers, surgiu a necessidade de pontuar a escrita com expressões substituindo os gestos, uma espécie de mixórdia entre a linguagem escrita e oral.
Ora bem, eu (talvez por ter demasiado respeito à escrita, não à minha, à geral) não simpatizo particularmente com estes bonecos, smiles ou lá o que é. Parecem-me infantis e lembram-me o messenger da minha filha, com tantos bonecos a piscar que se torna custosa tarefa ler um simples "olá" (provavelmente será um panda a acenar ou coisa parecida).
Ou seja, presto-me a ser mal entendida (e sou-o muitas vezes) por falar em tom irónico e não colocar o ;) ou :P. Parece-me pequeno risco a correr quando comparado com a descaracterização da escrita como a conhecemos (e custa-me imaginar as formas que adquirirão os conteúdos escritos no futuro, mas se calhar já haveria quem dissesse o mesmo quando se tornou comum o uso de fotografias).

6.21.2007

Que bem educadinhos

são os meus filhos. Mas só quando é para embirrarem um com o outro.

Ele diz-lhe qualquer coisa e ela:
-Não se diz "tu" à mana é "a mana".


Ela diz qualquer coisa com um chupa na boca e ele atira-lhe um:
-Não se fala com a boca cheia.

Acho mesmo

que a coisa já está praticamente expulsa. Foi-se da mesma forma que chegou, sem gritos nem alaridos, de mansinho como uma porta a fechar a meio da noite.
Eu sabia que seria rápido, não tenho paciência nem para prolongar os sofrimentos vãos.
E o melhor de tudo é que nem dessa mínima coisa sinto falta e portanto é só seguir caminho, o que aliás nunca deixei de fazer.

6.20.2007

Ah

de volta ao inglês e aos posts.
(ou a minha distracção atingiu um pico recorde hoje e obrigada, Xana).

Maravilha

nem sei bem porquê agora tenho o blogger em português (sei mas não quero dizer) e hoje fiquei uns bons 3 segundos a pensar o que seria o "Envio de mensagens". É post.

E "Modelo" é template, "draft" é guardar agora mas depois de guardado é rascunho, "visualizar" é preview, "anular modificações" é clear edits,

Que pachorra para aprender português agora.

Durante estes

3 ou 4 dias que demorei a ler o livro, vivi num Lager em Auschwitz, passei frio, fome e todo o tipo de privações. Sofri humilhações e nem sei bem à custa de que mecanismos de inversão moral sobrevivi.

Por isso agora durante uns tempinhos não me vou queixar das coisas irrisórias que me faltam na vida real.

6.19.2007

Já que aqui estou

não me importo nada de chamar sapatilhas aos ténis, comer bolinhos de bacalhau e não pasteis, vestir meias-calças ao invés de collants e chamar alguém à minha beira e não para ao pé de mim.
Mas nunca por nada me ouvirão a chamar saca a um saco e a mandar vir um picheleiro quando precisar de um canalizador.

6.18.2007

No fim

não sermos suficientemente bons, magros, bem feitos, bonitos, ou inteligentes. De não sabermos o suficiente, não termos amigos suficientes ou suficientemente bons, de não termos notas suficientes, um emprego suficiente, estabilidade suficiente ou uma vida suficientemente interessante. De não termos dinheiro suficiente, uma casa suficiente, roupas suficientes, coisas suficientes, filhos suficientes, um carro suficientemente bom. De termos insuficiência cardíaca, respiratória, renal, hepática, circulatória, gástrica.
No fim de tudo, de que somatório de insuficiências seremos formados?

6.17.2007

Momento baby-blog

Ela abre a minha cama e deita-se: "Cheira bem, cheira a mãe".

-A que é que a mãe cheira?

-Não sei, cheira a mãe, não consigo descrever cheiros.

-Tenta.

-Cheira a chocolate preto, àquele chocolate que comemos à bocado.

-Que bom, deixa-me ver a que é que cheiras - Cheiro-a - cheiras a erva fresca e a baunilha.

Cheiro-o a ele - Cheiras a borracha da chucha e a rebuçado.

-Não mãe, a caamelo!


6.16.2007

A música,

dedicada a mim própria. A vida consegue ser completa e estupidamente irónica.

6.15.2007

Ainda estou para perceber

qual é a lógica de arrumação dos livros na Fnac. Agora puseram os livros sobre sexo ao lado dos de medicina como se uma coisa estivesse directamente relacionada com a outra (não seria mais apropriado porem os da gravidez a lado dos de sexo?).
Resultado, já uma mãe não pode estar descansada enquanto a criança mais nova folheia o Atlas de Anatomia Humana e o Atlas de Patologia Humana* (novo favorito). Não me parece de todo apropriado para um miudo de 3 anos ver aquelas posições todas tão explícitas.

*cuja sinopse, li agora, reza assim:
"Atlas de Patologia Humana de Netter (edição brasileira, 2007) concentra-se nas doenças humanas mais comuns, aqui representadas através de ilustrações e esquemas didáticos e atraentes".
Chamar áquilo esquemas atraentes, com orgãos meio putrefactos talvez seja forçar a coisa, não sei (deu-me alguns vómitos das vezes que ele me chamou para espreitar).

6.14.2007

Da escrita

"Aquilo que eu escrevia resultava da minha vida, do que na minha vida fora inaceitável e intolerável. Tão intolerável e inaceitável, que, para continuar a viver e a saber que vivia, era necessário que palavras diversas da realidade (uma realidade que era apenas real como recordação, como nódoa negra e dolorida) recriassem uma experiência genérica, noutro plano do espiríto, em que a experiência inenarrável se reduzisse ou ampliasse a uma visão das coisas ou das relações humanas, e as palavras produziam uma nova forma que, simultaneamente, era alheia a mim e aos outros, sem deixar de, para mim, ser a mesma presença informe e asfixiante de que essa forma emergira."

Sinais de Fogo, Jorge de Sena

E eu

que não maço ninguém com pps, filmezinhos com 20 fowards anteriores, fotografias aborrecidas, piadinhas repetidas pelo menos 100 vezes e que só mando mails com palavras, porque é que estou sempre a levar com isto?
Pior ainda quando damos o endereço de mail pessoal (nesta não volto a cair) a um pai de um colega da nossa filha por motivos escolares e ele acha-se na legitimidade de nos inundar a inbox com fotos do benfica ou lá o que é (vão direitas para o lixo mas primeiro ainda tenho que as descarregar para ver os mails que possam vir a seguir).

6.13.2007

Um bloquinho

de notas que anda durante semanas na minha mala transformou-se num pequeno tesouro:

Apontamentos das aulas, instalação do php e IIS, numeros de telefone que não faço ideia a quem pertencem, listas de compras, desenhos do meu filho, projecto da minha casa de sonho, desenho de vestidos, rabiscos, notas da minha filha, posts escritos à mão, listas de documentos necessários para..., apontamentos da minha melhor amiga, posts que não cheguei a passar para o computador, numeros de telefone de alguém que até sei quem é...

Sem querer

descobri uma rádio que só passa música dos anos oitenta. Foi mesmo sem querer porque apareceu por cima da frequência que tinha sintonizada como Best e nos primeiros dias ainda reclamei um bocado.
E hoje no carro disse qualquer coisa como "olha que rica estação, só passa música dos anos oitenta".
Para ouvir uma vozinha lá atrás, 8 anos feitos em Abril mas já com tão bom gosto "mas até são giras!".

6.11.2007

Ainda o cansaço

consome-me sem tréguas, sem saciedade possível. E fico na dúvida se será cansaço se é da ponta de tristeza pela coisa.
A coisa apareceu sem se saber muito bem como, e sem se fazer sentir propriamente (como faria uma corrente de água que desce na torneira, inundando-nos). A coisa limitou-se intrometer-se nos intervalos em que me apanhou desprevenida. Sem se impor nem fazer por isso, a coisa nem sequer marcou presença no meu espírito, não enovelou os meus pensamentos, não me obrigou a pensar nela a toda a hora.
E no entanto, insidiosamente, foi preenchendo cada palavra minha, cada acto meu passou a ser torneado em função dela e para ela, sem que ela sequer se apercebesse e nem eu tomasse plena consciência disso (à maneira de uma brisa que passa e refresca sem que a notemos, sentimo-nos melhor mas nem por isso pensamos nessa leve corrente de ar que nos refrescou, ela não se forma no nosso pensamento nem ganha contornos na nossa memória).
A coisa está aqui e eu sei-a, talvez causando-me cansaço e uma ponta de tristeza, mas vai sendo expulsa em pequenos actos, em mínimos exercícios de imaginação, talvez em meia-dúzia de lágrimas que possam vir a correr.
Ou não.

Pelo andar da carruagem

ainda enviuvo antes de me divorciar.

Esta música faz-me sempre lembrar-te

Ainda nisto

Que intenções, para além do meu próprio impulso momentâneo, me movem quando faço seja o que for, que razões me levam a ler, a escrever, a calar, a gritar, a rir, a insistir, a não publicar ou o inverso?
Serão boas intenções, más, assim-assim, ingénuas, pérfidas, vingativas ou limpas?
Ainda melhor seria se pensasse nessas coisas antes de as fazer porque assim evitaria alguns problemas. A precisar de (ainda mais) reflexão, porque mesmo quando faço as coisas depois de muito pensar sobre elas venho-me a arrepender à grande.

6.10.2007

Também

auto-censuro os meus posts com medo que me descubram por detrás das palavras.

6.09.2007

E eu,

cheiinha de defeitos, lá mesmo em cima perto das pessoas mais defeituosas que conheço, ficaria era mesmo triste se nas minhas relações de amizade funcionasse por objectivos, visse as pessoas como assets e o que delas advém como bónus.
Detesto mentir às minhas amigas, mesmo mentiras-que-não-são-bem-mentiras-mas-apenas-um-ocultar-piedoso-e-que-é-apenas-o-que-querem-ouvir. E minto.

6.08.2007

Ah e outra coisa

Ao pensar que tudo aquilo que escrevo aqui posso escrever num bloco(e até mais) sendo que a única diferença é que não recebo feedback, lembro-me dos muitos blogs que não permitem comentários. Qual o objectivo dessa gente? Porque não escrevem reservadamente, privadamente?

Nunca tinha pensado muito nisso

ou evito pensá-lo. Que um blog possa ser um espaço, como que uma janela aberta onde de certa forma nos expômos. Mais, muito mais o que imaginamos. Ah, mas na vida também nos expômos, andamos na rua e assim. Pois, pois é, mas é de certa forma mais justa e limpa a forma como nos expômos na rua, porque se é certo que podemos ser observados, também observamos quem nos observa. E aqui não.
Aqui podemos ser agredidos sem sabermos por quem ou (pior, parece-me) ser olhados com raiva por quem nos espreita sem sequer dizer nada. Se isso me assusta? Sim, mais do que qualquer outra coisa, ser espiada, espreitada, de certa forma violentada por estranhos inconfrontáveis.
O suficiente para acabar com tudo de vez? Possivelmente.

6.07.2007

Nos feriados com mau tempo

mau tempo aqui, presumo que muito bom noutros lados, ou fins de semana com mau tempo ou afins, nesses dias em que os blogs que leio não publicam (e nem mesmo eu) às vezes leio blogs que normalmente não leria só para concluir o que já sabia: há muita porcaria por aí (mal) escrita.

6.06.2007

Como recomendaste

vou lendo o teu ex-blog aos poucos e descobrindo o que no fundo já sabia e tu também saberás, que escreves muito bem. Tem que ser aos poucos porque o Jorge de Sena está a dar cabo da minha capacidade de raciocínio, o homem consegue ser mais introspectivo que eu, e eu que estava a deixar de ser introspectiva para passar a ser extrospectiva obrigo-me de novo aos velhos hábitos, raio do homem.
Isto tudo enquanto o antivirus me scana o computador e não me deixa processador para trabalhar, porcaria de ideia ter dois discos.

Muito ocupada



e sem tempo para postar.

6.05.2007

À genetica é difícil escapar

Dois dias inteiros com a criança mais nova em casa, doente, e a constatação: está mesmo mal-educadinho.
O dia todo só se ouve "estupe-eu-não-disse-nada" e "pavalona".

Ainda não é desta

que escrevo alguma coisa que se veja.

6.04.2007

Isto para a escrita está mauzito

Quero escrever aqui qualquer coisa sobre o fim de semana e não consigo.

6.01.2007

Couchsurfing

Olha, a propósito disto, a minha avó nem deixa as empregadas da limpeza de há anos sozinhas em casa. Já a fisioterapeuta deixa, uma questão de educação superior...

(via Arte da Fuga)

Filmes giros

A RTP2 comemora o dia da criança, entre outras coisas, com a apresentação de um filme sobre educação sexual. Eu, sendo a mãe-nazi-fascista-nada-mas-mesmo-nada-liberal que sou, não deixo os miúdos verem (em teoria, na prática nem vou estar com eles a essa hora). É demasiado explícito, o filme. A parte das crianças a gemerem é assustadora, ploamordedeus.
Aquelas crianças do filme também conheciam todas as posições do livro e mais algumas, o que não deixa de ser curioso.
Mas gira mesmo gira foi a parte em que a tradutora de linguagem gestual ao traduzir os tais gemidos das crianças se desmanchou a rir. Natural, eu também me desmancharia.

pessoas com extremo bom gosto