11.01.2010
adenda ao post anterior
por razões que não têm grande importância explicar, não vou colocar aqui o link do meu outro blog. mas se quiserem continuar a ler-me [não prometo maior eloquência, bem pelo contrário], mandem-me um mail para o mail aqui do blog.
10.24.2010
adeus
Começo a medo, com receio de tocar nas teclas do computador. Devagar constato que os meus dedos ainda não se esqueceram das posições das teclas, ainda percorrem o teclado à mesma velocidade de antes.
Hesito em começar, em criar este blog, mesmo sabendo que vou precisar dele daqui a uns tempos (dias? meses? horas?). Foram 45 dias de férias, um mês e meio sem vir a casa e sem lhe sentir a falta. Não quero passar a porta, recomeçar a vida depois da praia, dos amigos, das saídas. Não quero.
É por isso também que não quero começar a escrever aqui (e escrevo), porque isso é assumir que tudo voltou ao mesmo. Tenho o corpo e a cabeça ainda em férias. Sinto o cheiro do mar e o toque da areia. Ainda estou na cidade onde estão as pessoas de que gosto (as muitas que não estão aqui), ainda não voltei realmente para a cidade que me vai manter cativa por largos meses (A contar os dias como os prisioneiros dos filmes, com pauzinhos riscados na parede, um pauzinho por dia até perfazer 9 meses).
Há cerca de 4 anos escrevi este post. sei porque o fiz, porque comecei o blog, e se não é evidente para todos, passo a explicar: comecei-o quando entrei num divórcio, sozinha com dois filhos, numa cidade estranha para onde fui para que a carreira do meu então marido pudesse florescer.
A pessoa pensa, passa pelas coisas e nada depois será pior, aprenderemos com as nossas dores, seremos pessoas melhores, mais fortes e nunca mais nada nos derrubará. pensamos, só temos de aguentar agora, só um bocadinho, só até o fim do dia e ficará tudo bem. até que um dia é mesmo verdade, ficou tudo bem ainda que não igual, diferente mas até a essa diferença nos habituamos pois há poucas coisas às quais o espírito humano não se habitue, à solidão, ao medo, ao terror, à fome, às tareias, à prisão. é ler sobre a vida num campo de concentração e entender que mesmo no meio do frio, das dores, da fome, da falta de amor, de amizade, de respeito, ainda assim importava apenas e só sobreviver, viver, por isso, não me lixem, o espirito humano é mesmo assim, habitua-se.
Passaram agora 4 anos, o que me parece uma altura perfeita para acabar aqui e recomeçar noutro lado porque é disso que preciso, de recomeçar, que amanhã seja outro dia e pelo menos, que me traga diferentes palavras, dores, alegrias. que seja diferente e não exista mais tudo aquilo que aqui escrevi, que seja outra coisa, noutro lado. enfim, que eu possa ser outra pessoa que não esta clara [nem outra].
Obrigado por me lerem, por me comentarem, talvez por se terem identificado um pouco comigo durante todo este tempo.
10.22.2010
texting in the company of others is ok
Traditional mores say that texting when you're with someone is rude. But is it really? Just look at today's teenagers—tomorrow's arbiters of behavior. For them, SMSing one person while hanging out with another is normal and expected; it may even be an inclusive gesture.
faço-o, tolero-o nos outros, mas não gosto quando me fazem.
10.21.2010
game II
também confundem muito:
1. não ter jogo nenhum por falta de figuras quando têm mais trunfos do que outros naipes e no fundo têm o melhor jogo da mesa.
2. ter um grande jogo porque têm muitos trunfos sem contar que ao destrunfar cortam as vazas do parceiro e vão ao buraco assim de fininho.
3. não saber se têm jogo ou não e persistir só porque sim.
4. não saber se têm jogo ou não e desistir só porque sim.
1. não ter jogo nenhum por falta de figuras quando têm mais trunfos do que outros naipes e no fundo têm o melhor jogo da mesa.
2. ter um grande jogo porque têm muitos trunfos sem contar que ao destrunfar cortam as vazas do parceiro e vão ao buraco assim de fininho.
3. não saber se têm jogo ou não e persistir só porque sim.
4. não saber se têm jogo ou não e desistir só porque sim.
game
coisas que as pessoas confundem muito:
1. ir a jogo ou mostrar todos as cartas que se tem na mão.
2. não ir a jogo ou nem sequer olhar para as cartas que foram deitadas na mesa.
eu sou pessoa, ergo...
1. ir a jogo ou mostrar todos as cartas que se tem na mão.
2. não ir a jogo ou nem sequer olhar para as cartas que foram deitadas na mesa.
eu sou pessoa, ergo...
10.20.2010
gone
é que não há um que fique. querem ir para o outro lado do mundo? tornem-se os meus melhores amigos.
not sure
não sei se preciso de Deus porque não sei se alguma vez o tive. mas sei que preciso de ti. e onde estás a menos do maior oceano do mundo?
ghost
livrei-me dos blogs no reader e do perfil no facebook e não ajudou. tomei banho e não ajudou. beijei o meu filho e não ajudou. não posso dizer o que finalmente ajudou porque isso não seria apropriado da minha parte.
and if
de repente tudo tudo seja o que for em que tenhamos acreditado deixe de fazer sentido. se tomar banho deixar de fazer sentido. se levantar da cama, escrever uma mensagem no telemóvel, escrever um post, falar com um amigo, ligar a televisão, atender o telefone, sentar na secretária, escolher uma roupa para vestir, decidir um caminho, pagar uma conta, beijar um filho, ligar-te, procurar uma casa, ler uma página de um livro, escrever um mail, tomar um comprimido. se de repente nem fazer sentido fizer sentido?
10.19.2010
what if
mas e se, de repente já tivermos investido tudo - o que tínhamos, o que não tínhamos - se declarámos bancarrota e temos ainda alguns credores à porta a perseguirem-nos cobrando dívidas que nem nos lembramos de ter contraído. e se a empresa não era só o sustento mas o trabalho de toda uma vida que vemos ruir, a acção saiu já de bolsa e há empregados na rua, se de repente o banco já nos hipotecou também os bens pessoais, cancelou as contas nem dinheiro temos para comer. se também, no meio de tudo isto, os amigos nos abandonaram, a família recusa conhecer-nos e quando pedimos esmola na rua as pessoas viram a cara às nossas chagas abertas. e se "não investir tanto para a próxima" já nem fizer sentido por nem fazer sentido estar aqui sentada na rua a pedir esmola a pessoas que viram a cara às chagas mais horrendas com medo de as ter para elas também, quando sei que virá o frio e não terei um tecto, deixarei de sentir os dedos, depois as mãos e as pernas até me afundar num sono lento. mas no sono mais profundo de todos.
10.18.2010
never
nunca disse isto e agora penso que ficarão na minha vida tantas coisas por dizer. mas é sempre assim não é? nunca dizemos.
O fim das ansiedades
Estou fortemente convencido que o ano de 2011 vai ser um ano bem mais zen para todos nós do que cada um dos dez últimos anos anteriores.
Não me refiro, obviamente, à mera conclusão empírica de que o despojamento reorienta os valores da vida.
Tenho antes em mente a erradicação completa, e cientificamente previsível, de dois tipos de ansiedade que corroem o nosso dia-a-dia, e que em inglês são denominadas cold feet e buyer’s remorse.
O cold feet e o buyer’s remorse vão ser tão exterminados como o foram os mosquitos vectores da malária dos arrozais de Alcácer, há umas décadas atrás.
O cold feet é aquela indecisão, medo e angústia que precede os grandes momentos. Nomeadamente, o momento daquela compra. Horas de comparações. Leituras de revistas da especialidade ou périplos intermináveis pelas lojas. E ainda voltamos sorrateiramente à montra, quando o empregado já não tem mais paciência, escondidos atrás de uma amiga. Tempo deitado ao lixo. Amigos, mulheres e maridos, namorados e namoradas massacrados com perguntas, convidados a participar na decisão, a aconselhar. A insónia. Qual destes? Ou aqueloutro?
O buyer’s remorse é angústia de se ter decidido, e se ser assaltado pela dúvida sobre o bem fundado da decisão. Mais horas de comparações mais outra e outra vez, para confirmar a escolha. Tempo deitado ao lixo. Releituras de revistas da especialidade. Outra vez, périplos intermináveis pelas lojas. Sai-se e volta-se a entrar. Pede-se desculpa. Humilhamo-nos. Em alguns casos, o nosso objectivo é a superior conquista da devolução do dinheiro gasto. Noutros, a simples troca. Às vezes já se aceita tudo. Uns pontos, um crédito em cartão, para alimentar novos cold feet, novas angústias.
O cold feet e o buyer’s remorse são as causas silenciosas e tantas vezes indetectadas de toda a violência urbana, de todos os desaguisados domésticos, de muitas relações destroçadas, de tantas depressões. Eram. A partir de 2011 acabam. Viva a felicidade.
Não me refiro, obviamente, à mera conclusão empírica de que o despojamento reorienta os valores da vida.
Tenho antes em mente a erradicação completa, e cientificamente previsível, de dois tipos de ansiedade que corroem o nosso dia-a-dia, e que em inglês são denominadas cold feet e buyer’s remorse.
O cold feet e o buyer’s remorse vão ser tão exterminados como o foram os mosquitos vectores da malária dos arrozais de Alcácer, há umas décadas atrás.
O cold feet é aquela indecisão, medo e angústia que precede os grandes momentos. Nomeadamente, o momento daquela compra. Horas de comparações. Leituras de revistas da especialidade ou périplos intermináveis pelas lojas. E ainda voltamos sorrateiramente à montra, quando o empregado já não tem mais paciência, escondidos atrás de uma amiga. Tempo deitado ao lixo. Amigos, mulheres e maridos, namorados e namoradas massacrados com perguntas, convidados a participar na decisão, a aconselhar. A insónia. Qual destes? Ou aqueloutro?
O buyer’s remorse é angústia de se ter decidido, e se ser assaltado pela dúvida sobre o bem fundado da decisão. Mais horas de comparações mais outra e outra vez, para confirmar a escolha. Tempo deitado ao lixo. Releituras de revistas da especialidade. Outra vez, périplos intermináveis pelas lojas. Sai-se e volta-se a entrar. Pede-se desculpa. Humilhamo-nos. Em alguns casos, o nosso objectivo é a superior conquista da devolução do dinheiro gasto. Noutros, a simples troca. Às vezes já se aceita tudo. Uns pontos, um crédito em cartão, para alimentar novos cold feet, novas angústias.
O cold feet e o buyer’s remorse são as causas silenciosas e tantas vezes indetectadas de toda a violência urbana, de todos os desaguisados domésticos, de muitas relações destroçadas, de tantas depressões. Eram. A partir de 2011 acabam. Viva a felicidade.
10.15.2010
and more
sabem a vontade que tenho quando abro o greader e vejo nem sei quantas pastas todas com mais de 1000 posts por ler que não me apetece ler? apagar aquilo tudo e começar do zero. quantas vezes se pode começar do zero?
disclaimer
eu, sempre muito de fora no que concerne a estes assuntos das tricas dos blogs, tenho de proclamar que de nada sabia [juro] ao escrever o post abaixo.
continuo a saber muito pouco, é um facto, mas as minhas ambições aqui são tão esparsas que é fácil alcançá-las: quero é que não me macem.
continuo a saber muito pouco, é um facto, mas as minhas ambições aqui são tão esparsas que é fácil alcançá-las: quero é que não me macem.
public
há coisas pelas quais tenho comiseração, como os mineiros que passaram quase três meses enfiados debaixo da terra, as crianças já que nascem sem nunca poderem vir a sair de uma cadeira de rodas ou falar, pessoas que são abusadas, pessoas que nasceram em buracos como a Guiné-Bissau onde nunca vão poder ter esperança de um emprego decente ou mesmo um cuidado paliativo quando necessitarem. dessas coisas tenho pena porque não há defesa contra estes processos. são pessoas que se limitaram a, involuntariamente, ter um azar do caneco.
já não tenho a menor compaixão é para o gozo permanente das tiradas atrasadas mentais da lucifloribela, dos ataques anónimos a bloggers [coitadinhos, que sofrimento, atacados por um anónimo numa caixa de comentários], das pessoas famosas que não conseguem usar um bikini sem ter a celulite exposta em todas as capas de revistas, ou ir jantar fora e ter as fotos com comentários do género "come imenso e por isso está uma baleia".
temos pena ou seja, não temos. porque cada vez que fazemos alguma coisa temos uma opção: ou nos expomos, ou não nos expomos. e há ainda uma outra opção: se nos expusermos, queremos manter a exposição ou sabemos lidar com isso como se não nos estivessem a arrancar um pulmão? há opção e, havendo opção, não pode haver comiseração.
já não tenho a menor compaixão é para o gozo permanente das tiradas atrasadas mentais da lucifloribela, dos ataques anónimos a bloggers [coitadinhos, que sofrimento, atacados por um anónimo numa caixa de comentários], das pessoas famosas que não conseguem usar um bikini sem ter a celulite exposta em todas as capas de revistas, ou ir jantar fora e ter as fotos com comentários do género "come imenso e por isso está uma baleia".
temos pena ou seja, não temos. porque cada vez que fazemos alguma coisa temos uma opção: ou nos expomos, ou não nos expomos. e há ainda uma outra opção: se nos expusermos, queremos manter a exposição ou sabemos lidar com isso como se não nos estivessem a arrancar um pulmão? há opção e, havendo opção, não pode haver comiseração.
10.14.2010
lost
aqui há uns posts atrás, o Prezado deixou o seguinte comentário:
resume numa frase aquilo que muitas pessoas pensam dos bloggers [sendo o Prezado um de nós - assumido] e categoriza-nos ali ao lado daqueles que vão a convenções da Star Wars vestidos de clone, entram nas Olimpíadas de Xadrez, óculos fundo de garrafa, meios gagos, com calças que não chegam a tapar as meias e coletes axadrezados tricotados pela mãe. não digo que para manter esta coisa não seja exigida uma espécie de dedicação nerd à net. mas. enquanto leio blogs não leio livros - erro. enquanto leio blogs não vejo televisão - não-erro. e sobretudo faço uma coisa que nunca faria se não tivesse blog: escrevo. não sou escritora, não quero ser escritora, sou blogger e com pouca dedicação à causa. leio pouquíssimos blogs [nunca posts com mais de 5 linhas] e sobretudo vejo [quando tenho tempo] blogs de design porque preciso, por necessidade absoluta profissional e de preservação da saúde mental. ter um blog nunca me foi impediu de sair para jantar, de levar os meus filhos a patinar, de namorar, de ouvir as minhas amigas a queixarem-se dos namorados. tenho outros impeditivos para isso, bem maiores. por isso [e embora me delicie um pouco a noção de ser blog-nerd]tenho de dizer que não concordo, um blog não serve só para mal fodidos. já repararam na quantidade deles que andam para aí a apregoar relações maravilhosas?
é por isto tudo que há tempos resumi a coisa dizendo que os bloggers são uma cambada de mal-fodidos.
resume numa frase aquilo que muitas pessoas pensam dos bloggers [sendo o Prezado um de nós - assumido] e categoriza-nos ali ao lado daqueles que vão a convenções da Star Wars vestidos de clone, entram nas Olimpíadas de Xadrez, óculos fundo de garrafa, meios gagos, com calças que não chegam a tapar as meias e coletes axadrezados tricotados pela mãe. não digo que para manter esta coisa não seja exigida uma espécie de dedicação nerd à net. mas. enquanto leio blogs não leio livros - erro. enquanto leio blogs não vejo televisão - não-erro. e sobretudo faço uma coisa que nunca faria se não tivesse blog: escrevo. não sou escritora, não quero ser escritora, sou blogger e com pouca dedicação à causa. leio pouquíssimos blogs [nunca posts com mais de 5 linhas] e sobretudo vejo [quando tenho tempo] blogs de design porque preciso, por necessidade absoluta profissional e de preservação da saúde mental. ter um blog nunca me foi impediu de sair para jantar, de levar os meus filhos a patinar, de namorar, de ouvir as minhas amigas a queixarem-se dos namorados. tenho outros impeditivos para isso, bem maiores. por isso [e embora me delicie um pouco a noção de ser blog-nerd]tenho de dizer que não concordo, um blog não serve só para mal fodidos. já repararam na quantidade deles que andam para aí a apregoar relações maravilhosas?
10.11.2010
ideal
quando penso nisso deve-nos ser quase impossível não idealizar o tipo de pessoa perfeita para nós.
para o meu amigo são raparigas dez anos mais novas com copas acima de C, belas, pálidas e cujo pequeno almoço completo inclui a filmografia completa do bergman.
para mim, o tipo perfeito é muito moreno, jogador obssessivo de rugby, detestando qualquer tipo de jogos de azar, passatempo favorito viajar a sítios insólitos e conhecendo de cor todos os livros de saramago e do gabriel garcia marquez. uma espécie de gonçalo cadilhe mas em maciço e intelectual.
as coisas perfeitas são boas para quando está sol lá fora e nós fechados no escritório com uma pilha de orçamentos para organizar. boas para quando chove e é sábado de manhã e não temos nada marcado para o resto do dia, nem sabemos se teremos.
boas para exercitar a mente como uma casa com piscina no meio das montanhas com a qual sonhamos mas onde nos aborreceríamos se tivéssemos de passar todos verões. porque a verdade é que a perfeição aborrece e, convenhamos, as pessoas reais e os seus defeitos são bastante mais interessantes.
para o meu amigo são raparigas dez anos mais novas com copas acima de C, belas, pálidas e cujo pequeno almoço completo inclui a filmografia completa do bergman.
para mim, o tipo perfeito é muito moreno, jogador obssessivo de rugby, detestando qualquer tipo de jogos de azar, passatempo favorito viajar a sítios insólitos e conhecendo de cor todos os livros de saramago e do gabriel garcia marquez. uma espécie de gonçalo cadilhe mas em maciço e intelectual.
as coisas perfeitas são boas para quando está sol lá fora e nós fechados no escritório com uma pilha de orçamentos para organizar. boas para quando chove e é sábado de manhã e não temos nada marcado para o resto do dia, nem sabemos se teremos.
boas para exercitar a mente como uma casa com piscina no meio das montanhas com a qual sonhamos mas onde nos aborreceríamos se tivéssemos de passar todos verões. porque a verdade é que a perfeição aborrece e, convenhamos, as pessoas reais e os seus defeitos são bastante mais interessantes.
10.08.2010
education
criança do primeiro ano vem mostrar o caderno à mãe. caderno parece uma coisa cheia de rabiscos que ele mostra com muito orgulho. mãe diz que sim, está muito bem, a letra tem de melhorar. mãe não percebeu nada dos rabiscos. o report final diz que ele tem de falar menos nas aulas. mãe sorri, dá-lhe um beijinho e manda-o mostrar o caderno à irmã. mãe fica sossegada enquanto a irmã grita "não quero ver nada disto de falar nas aulas para a semana" e "porque é que te portaste assim? não sabes que tens de estar sossegado nas aulas?". mãe considera que delegar é uma tarefa para duros e nem todos a conseguem fazer.
Inquietação
Se um francês é um italiano mal humorado, como dizia Cocteau, então um português será talvez um espanhol melodramático. Um Espanhol sem cañas e olés!, sempre a carregar de negro as coisas. Um espanhol que transporta nestes dias um fardozinho especial, mais pesado que a Espanha. Irra, que não há um jornal com uma boa notícia. Só dramas. Parece que vivemos na pequena aldeia gaulesa das desventura, rodeada de mundo perseverante por todos os lados. Mas já estamos habituados. Pudera. Mesmo se exageramos no discurso, lá dentro, lá no fundo, é muito nosso não sermos muito alegres nem muitos tristes. Brandos costumes, brandos sentires. E hoje, dois zero à Dinamarca.
10.07.2010
secretly
sou uma pessoa um bocado histérica, já se sabe. nervosinha, ansiosinha e isso. perco muito peso, muito cabelo, bebo demais, grito demais, quero sempre mais, exijo, não faço ideia da minha tensão [porque está sempre lá no pico] e acho sempre que mais dia menos dia me vou com um avc, que rebento de nervos. isto era eu até a semana passada. agora tenho um filtro para me tornar normal e a coisa vai. estou tão normal. por fora sim. e na verdade sinto-me normal [nem sabia o que era ser normal até a semana passada]. acontece que, apesar de tudo, a vida corre-me da mesma maneira estúpida. eu é que já nem quero saber disso para nada. tornei-me aborrecida.
10.05.2010
what a difference a day makes
ainda a semana passada todos pareciam arrastar os desgostos amorosos como malas pesadas e fora de moda e hoje já só vejo bebés a serem programados, aneis de noivado no facebook e namoros secretos que sugam os amigos para locais invisíveis.
tenho andado a olhar para o lado errado ou o mundo ficou muito equilibrado de repente?
tenho andado a olhar para o lado errado ou o mundo ficou muito equilibrado de repente?
10.01.2010
blogs
ok, a vida é melhor sem dúvida. é muito melhor beber um vodka tónico do que postar aqui uma foto de um vodka tónico. é muito melhor sair para uma festa, ir a um restaurante com um amigo, telefonar à mãe, ir às compras com amigas. a vida é melhor. mas muitas vezes a vida não é feita de nada disto e somos só nós enfiados num sítio onde não nos apetece, sem podermos ligar a quem nos apetece, sem poder sair para ir à esplanada do bairro alto hotel com o namorado. porque estamos sozinhos, porque não temos namorado, porque temos filhos em casa, porque as amigas foram para a festa. nessas alturas, os blogs são melhores.
a cause
alguém ofereça um iphone à mulher certa para ela poder blogar das 8 às 5. a sério, os posts dela são dos poucos que consigo ler enquanto trabalho. e aposto que não sou única nisso.
9.30.2010
crazy
num acto de pura insanidade, sincronizei o meu ipod no itunes de outra pessoa, sem sequer olhar ao que lá estava. é a puta da loucura.
9.29.2010
9.28.2010
faith
a fé aconteceu-me era ainda criança. recebi-a como um dom, abracei-a, primeiro envergonhadamente, depois assumidamente. sou católica mas. nas férias a fé pôs-me à prova - numa mesa de 11 pessoas eu era a única a tentar defendê-la entre pessoas que tinham para contrapôr "vi um carrinho de bebé e uma enfermeira levava um balão de soro ao lado da mãe que empurrava o carrinho". não trabalho no IPO e talvez por isso a fé não me tenha abandonado ainda na totalidade. mas abandonou-me um pouco. na outra sexta em que também voltei de uma festa de bar aberto [não a da time out, na semana anterior] disse-te ao telefone que tinha a pintura esborratada. do meu ex marido a tentar foder-me a pensão. da casa onde vivo que detesto. do meu emprego que odeio. do bebé que perdi e, tomando-o como um sinal divino, me tinha feito largar tudo - para chegar aqui. nessa altura a minha fé estremeceu porque pensei - e se nada era sinal e tudo foi uma aleatoriedade e nunca fui tão infeliz - pedi a Deus que me provasse que existe. há quem diga que Deus prova que existe cada vez que nasce uma criança, cada vez que uma flor aparece, cada vez que há um pequeno milagre de felicidade. o meu está numa bula e chama-se embotamento afectivo. se durar, seremos muito felizes, muito.
9.25.2010
open bar
coisas inacreditáveis que se aprendem numa sexta à noite:
- há quem beba de copos usados num bar por estranhos quando os copos lavados acabam
- o alfaiate não lê o blog mais espectacular do mundo [este, pois]
- há quem beba whisky tónico quando o vodka acaba
- há quem beba vodka baunilha com coca cola quando o vodka normal acaba
- que devemos sempre ter saído da festa cerca de uma hora antes do que a que efectivamente chegámos [ou uma hora depois]
- é possível comer um cupcake sem ficar extremamente enjoado, mas só às 4 da manhã.
- há quem beba de copos usados num bar por estranhos quando os copos lavados acabam
- o alfaiate não lê o blog mais espectacular do mundo [este, pois]
- há quem beba whisky tónico quando o vodka acaba
- há quem beba vodka baunilha com coca cola quando o vodka normal acaba
- que devemos sempre ter saído da festa cerca de uma hora antes do que a que efectivamente chegámos [ou uma hora depois]
- é possível comer um cupcake sem ficar extremamente enjoado, mas só às 4 da manhã.
9.24.2010
faith
chorei quando lhe contei os três reis do oriente antes de o deitar [ando com problemas com a minha fé, entre outros]. ele só pediu porque queria chegar à parte do Baltazar, da música que ouviu no carro do pai.
9.23.2010
convenience
oiço mais uma história de um casamento falhado e é mais um encolher de ombros porque já sabíamos no que ía dar é sempre assim as pessoas sempre a casar teimosamente mesmo sabendo no que aquilo vai dar. e isso lembra-me como caminhamos sem desvios para o amor conveniente. de repente tudo tem de ser confortável e à medida, os me days, os spas, as massagens. o amor tem de ser assim, à medida ou então não vale a pena, é perda de tempo, consumo de recurso, mau investimento. como se alguma vez na história da humanidade o amor tivesse sido qualquer outra coisa do que um inconveniente. uma espécie de doença que nos torna insensíveis aos outros, egoístas e estúpidos. como se o amor conveniente ou não não fosse uma mera questão de sorte, como se fosse de nossa escolha apaixonarmo-nos exactamente pela pessoa certa, e não fosse - pela mera lei das probabilidades - mais fácil apaixonarmo-nos por uma pessoa que não é certa, que não vive na nossa cidade ou país, que não gosta de nós, que é casada ou apaixonada por outra, que quer outras coisas da vida que não nos incluem. é assim como é assim com a amizade, os amigos às vezes também vão para fora, não estão lá, gostam mais de outros amigos, deixam-nos agarrados. é assim porque a vida é assim, não feita de conveniencias mas de coisas que queremos ou não queremos. e das merdas que fazemos pelas que queremos. conveniência é o comando da meo e os pequenos almoços que vêm trazer a casa num cesto.
modesty
não gosto de gabar os meus filhos. não sou uma mãe modesta. sou só uma mãe que acha que os filhos, se méritos tiverem, são deles não meus e portanto terão eles de gabar não eu.
já escrevi aqui que o meu filho aprendeu a ler sozinho. e a escrever. no sábado passeámos os dois sozinhos no ccb e perguntou-me o que era uma raiz quadrada de um número. expliquei-lhe. aprendeu. o meu filho é assim: explica-se e aprende. teve a sorte de nascer assim e se algum gene desses herdou foi do pai. de manhã ouvi a professora a quase sugerir-me uma avaliação para o passar para o segundo ano [entrou no primeiro agora, tem 6] mas ainda é cedo.
é cedo sim, porque apesar de tudo, o meu filho ainda é um menino chatinho que quer saber tudo, que fala demais, que demora eternidades a comer um prato de sopa e só desde ontem é que sabe apertar os ténis. ainda é cedo porque o meu menino é um bebé.
já escrevi aqui que o meu filho aprendeu a ler sozinho. e a escrever. no sábado passeámos os dois sozinhos no ccb e perguntou-me o que era uma raiz quadrada de um número. expliquei-lhe. aprendeu. o meu filho é assim: explica-se e aprende. teve a sorte de nascer assim e se algum gene desses herdou foi do pai. de manhã ouvi a professora a quase sugerir-me uma avaliação para o passar para o segundo ano [entrou no primeiro agora, tem 6] mas ainda é cedo.
é cedo sim, porque apesar de tudo, o meu filho ainda é um menino chatinho que quer saber tudo, que fala demais, que demora eternidades a comer um prato de sopa e só desde ontem é que sabe apertar os ténis. ainda é cedo porque o meu menino é um bebé.
9.22.2010
dear universe
enganaste-te. a minha vida não é isto. parece-me demasiado óbvio aos meus olhos [e aos de todos os outros estou segura que também não escapa] que o post que deveria estar a escrever era este: acabei de vir do lançamento do novo e poderoso Martini Gold, na terraza Martini num dos rooftops da Avenida da Liberdade. confesso que nunca fui grande fã da dupla Dolce e Gabana mas o conceito vaporoso que criaram para a nova bebida dourada eleva-me a décadas que sempre pensei terem mais a ver comigo.
enganaste-te mas ainda estamos muito a tempo de corrigir isso, não é?
enganaste-te mas ainda estamos muito a tempo de corrigir isso, não é?
9.21.2010
its a new day, its a new dawn
a minha vida é um buraco que lentamente, pacientemente, correctamente, precisamente, carinhosamente fui cavando. custou-me muito toda esta escavação mas - oh se soubessem como finalmente está fundo e é completamente impossível vislumbrar o fundo da cova - ficariam orgulhosos.
é uma coisa assim mesmo grande. e agora estou aqui à beirinha a espreitar e a pensar como poderei cavar um pouco mais, uma vez que isso é o que sei fazer. bolas, se sou boa nisso, posso dar palestras, escrever uma tese de doutoramento e ganharei prémios de carreira de escavar buracos. o único problema agora é já não ter chão onde enfiar uma pá. é pena, porque de facto sou boa nisto.
é uma coisa assim mesmo grande. e agora estou aqui à beirinha a espreitar e a pensar como poderei cavar um pouco mais, uma vez que isso é o que sei fazer. bolas, se sou boa nisso, posso dar palestras, escrever uma tese de doutoramento e ganharei prémios de carreira de escavar buracos. o único problema agora é já não ter chão onde enfiar uma pá. é pena, porque de facto sou boa nisto.
9.20.2010
not so sad
mas uma coisa sei muito bem: o que quero passar os meus dias úteis a fazer. e não tem nada a ver com o que faço agora. parece fácil - mas não é, não é, a sério.
9.16.2010
blindness
diz o Pedro A árvore pode ser vista de muitas maneiras, de muitos ângulos. Mas quem está debaixo da árvore não vê a árvore.
mas a verdade é que bastava olhar para cima para a ver. não queremos, ver é isso.
mas a verdade é que bastava olhar para cima para a ver. não queremos, ver é isso.
9.15.2010
el secreto de sus ojos
"Y ya no sé si es un recuerdo, o el recuerdo de un recuerdo lo que me va quedando, ¿se da cuenta?"
o filme mais bonito deste ano.
9.14.2010
words
até há pouco tempo eu tinha umas coisas, chamemos-lhes assim. antes disso eu tinha tido nenhumas. mas ainda antes eu tinha tido muitas dessas coisas. por isso achava-me em plena legitimidade para me queixar de não ter coisas suficientes. o perfeitamente normal é querer ter tudo. acontece que ninguém tem tudo. termos algumas coisas é bom. termos muitas é óptimo. o óptimo é inimigo do bom - que é onde se estraga tudo - porque a verdade é que mesmo quando temos muitas coisas achamos que o que queremos mesmo é ter outras coisas que não aquelas. tendo perdido algumas coisas que eram quase muitas, resta-me o silêncio antes que perca ainda mais alguma coisa e seja obrigada a voltar à casa da partida sem receber 2 contos.
9.10.2010
fuck that
lembram-se deste post? oh fuck that, eu lembro-me deste post. também me lembro do inverno que se lhe seguiu. não foi particularmente duro, todas as rupturas não passaram de pequenos ameaços que com o desfazer das folhas das árvores se refizeram. por isso e, provando uma vez mais que o karma é a maior bitch que existe no universo, adivinhem lá quem é que acabou por ter um verão particularmente canicular fuck that. [um pouco de persistência, qualquer dia prometo escrever um post inteiro sem palavrões].
com um beijinho de agradecimento ao antónio, por lhe ter roubado a expressão vernacular, e por aturar as minhas muitas birras mais vezes do que ele certamente desejava.
com um beijinho de agradecimento ao antónio, por lhe ter roubado a expressão vernacular, e por aturar as minhas muitas birras mais vezes do que ele certamente desejava.
9.08.2010
three
combinei casar com três amigos, se chegarmos aos 70 anos ainda solteiros. isto já foi há algum tempo e continuamos solteiros. isto é, eles continuam solteiros e eu continuo [muito pouco] casada. no fundo - no fundo espero é que a poligamia seja legalizada mas não vejo ninguém preocupado com esta minha fracturante causa.
desconcertante
como é que o sartorialist está sempre a esbarrar em homens cheios de pinta e eu conheço tão poucos assim?
9.07.2010
9.02.2010
inception
como sempre, a ellen page é a maior. e o filme não é tão mau como pensei [não aprecio sci-fi, apenas isso].
9.01.2010
men
estou a criar um homem e isso assusta-me. um homem que tem devoção por mim [i love mãe]. ou um homem que quer que eu acredite que tem devoção por mim [a mãe é linda]. estou a criar um homem e eu não sei criar ninguém, nem a mim própria. estou a criar um homem e por isso espero que corra tudo bem. é o que posso fazer, esperar.
8.31.2010
8.30.2010
imagine
imaginemos que tudo se passa em ciclos. imaginemos [se quisermos] que uma coisa passa hoje já sabendo que é repetida e há-de sê-lo infinitamente. imaginemos que não há mais nada para além de repetições. que o que foi ontem foi anteontem e o foi também no ano mês dia anterior. imaginemos então o que será amanhã.
back
estou de volta e logo no primeiro dia vi o meu subsídio de férias a escoar como água pelo ralo em dois arranjos consecutivos do carro - no mesmo dia, em diferentes oficinas. é só dinheiro e o dinheiro, como é sabido, nunca fez ninguém feliz. estou de volta e feliz.
8.27.2010
too much
agora que penso nisso acho que o problema das coisas é durarem tempo demais. o trabalho dura demasiadas horas do dia, as férias nunca mais acabam, os filhos nunca mais crescem, a bateria nunca mais acaba de carregar, uma viagem demora anos a passar, a vida tem sempre demasiados dias. tudo seria perfeito se servido em pequenas e homeopáticas doses, só suficientes para nos cansarmos um pouco e descansarmos quando mudassem. é o massacre que torna tudo insuportável, as doses massivas, demasiado tudo.
8.19.2010
férias
estou de férias e escrevo em português, sou a única portuguesa neste aldeamento [em portugal], acedo à net por cortesia de uns irlandeses que têm wi-fi no bar. estou de férias, sitiada num aldeamento de ingleses-irlandeses-possivelmente escoceses, ando 10 kms por dia para chegar à praia e à piscina sem entrar no carro e pago dois euros por café. há uma coisa extremamente positiva - os meus músculos das pernas estão a desenvolver. e os nativos do reino unido são pessoas extremamente silenciosas. paz e caminhadas longas - a caminho do zen.
8.13.2010
8.12.2010
kids
ter filhos é engraçado. quando são pequenos são muito amorosos, porque precisam de nós para tudo seduzem-nos constantemente. só assim conseguimos superar a falta de sono, de privacidade, de espaço, de tempo, de auto-qualquer-coisa-que-envolva-auto.
passamos muito tempo a desejar que cresçam para conseguirmos fazer as unhas em paz, dormir noites seguidas, ter uma conversa inteira com um amigo.
a coisa é que, mal eles chegam a esse ponto de menor necessidade, deixam de precisar de nos seduzir. acabou-se - nós agora somos umas criaturas insuportáveis que só tolhem as suas enormes necessidades de liberdade - ah, e também servimos para carregar o telemóvel.
passamos muito tempo a desejar que cresçam para conseguirmos fazer as unhas em paz, dormir noites seguidas, ter uma conversa inteira com um amigo.
a coisa é que, mal eles chegam a esse ponto de menor necessidade, deixam de precisar de nos seduzir. acabou-se - nós agora somos umas criaturas insuportáveis que só tolhem as suas enormes necessidades de liberdade - ah, e também servimos para carregar o telemóvel.
vacations
as férias ainda não começaram, eu ainda estou em minha casa e já ouvi um em minha casa fazes como eu disser - sendo que eu ainda estou em minha casa [já tinha dito?]. portanto acima de mim tenho os meus pais [em minha casa fazes como eu disser] e abaixo de mim tenho os meus filhos [quero ir para a piscina quero um gelado dê-me moedas para os matraquilhos não quero comer já vou agora não me apetece carregue-me o telemóvel] e a pessoa que era suposto partilhar estas coisas comigo - a minha prima - trocou-me por um tipo qualquer. ah férias.
8.10.2010
life
um dia eu tinha um amigo [isto já foi há uns anos]. nesse dia fui jantar com um ex-namorado. eu gostava desse ex-namorado. ou achava que gostava porque se calhar eu só me sentia sozinha. na manhã seguinte esse amigo mandou-me uma mensagem a perguntar como tinha corrido o jantar e eu respondi-lhe [vá, eu sempre gostei do drama] "estou à morte". o meu amigo estava em sines e disse "vamos almoçar, não a posso deixar a morrer". veio de sines a tempo da hora de almoço e a primeira coisa que me disse quando me viu foi "para quem está a morrer, tem um bronze invejável". rimos o almoço todo. eu hoje ainda tenho esse amigo, graças a Deus. no meio daquilo tudo se calhar nunca lhe agradeci por ter vindo de sines a correr para lisboa, por nunca mais me ter deixado repetir "estou a morrer" por um disparate qualquer, mas a melhor homenagem que lhe posso prestar foi ter dito hoje, pela primeira vez, "a vida é boa". porque essa é a lição que temos [as pessoas que têm a sorte de o ter na vida delas] de aprender com ele. que a vida é, de uma forma global, boa.
8.09.2010
so stupid
não gosto do sítio onde trabalho. não gosto particularmente do que faço [agora]. sou mal paga. tenho um contrato que é uma anedota. estou há mais de uma semana completamente sozinha no escritório. entro à hora, saio para almoçar à hora, chego do almoço à hora e saio, na melhor das hipóteses, uma hora mais tarde do que a minha hora de saída. isto não é dedicação. é falta de auto estima.
we’ll always have paris
a primeira vez que fui a Paris teria uns 20 anos. fui com o meu namorado, que mais tarde veio a ser meu marido. foi o pleno, Paris, romance e essas tretas todas. adoro Paris mas não viveria lá nem que me pagassem. há certas coisas [tantas] que são assim mesmo - maravilhosas - para outros. ou maravilhosas - temporariamente.
gosto muito do casablanca [fotografia fabulosa] mas a história de amor não me convence. ou convence mas é só mais uma história de amor não concretizado. e por não concretizado aqui significa que eles não tiveram essa experiência de amor diário desgastado pelo choro das crianças a meio da noite, das meias por apanhar no meio do quarto, das cedências que não apetece fazer, dos sítios onde se vai sem vontade. e é tão perfeito o amor assim, sem maçadas. perfeito e fácil por não existir senão na nossa imaginação.
we'll always have paris o caraças, mal me lembro de paris que já foi há cem anos e numa outra vida. para a Ilsa e para o Rick também foi assim a seguir ao fim do filme - tenho a certeza.
[post inspirado aqui]
8.06.2010
life in a nut shell
try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail-try-fail.
not enough
nada será nunca suficiente se continuarmos a dedicar toda a energia que nos sobra a ter coisas.
8.05.2010
not smart
escrevo às vezes posts que são como recados para o [meu] futuro. posts que provavelmente ninguém entende mas que eu escrevo para que num dia de tédio ou desespero total [que é quando releio esta coisa] possa pensar "ah, nesta altura eu estava assim e agora já passou tudo". o meu blog tem estes retalhos de memória afectiva porque eu sofro muito de uma péssima memória. e agora descobri um muito recente que não faço ideia a que se refere. não sei o que fazer com aquilo.
modern
a modernidade aborrece-me. não gosto de termos como:
inteligência emocional
politicamente correcto
consciência ecologica
disponibilidade emocional
corrupção moral
de repente deixámos de ter confiança na humanidade e precisamos de impôr uns aos outros um código de conduta para comportamentos que são, apenas, educação. não só não resulta em pessoas que não a tiveram [à educação] como aborrece todas as outras.
inteligência emocional
politicamente correcto
consciência ecologica
disponibilidade emocional
corrupção moral
de repente deixámos de ter confiança na humanidade e precisamos de impôr uns aos outros um código de conduta para comportamentos que são, apenas, educação. não só não resulta em pessoas que não a tiveram [à educação] como aborrece todas as outras.
source
nunca cessa de me surpreender como tantas vezes nossa imagem é bastante mais importante do que somos mesmo. mas o verdadeiro desafio é conseguir distinguir as duas coisas com clareza.
8.04.2010
age
olhando para trás conseguimos ver com tanta clareza quando a coisa se estragou. o dia o momento ou o acumular de pequenos momentos. podemos saber se a culpa foi nossa ou não mas primeiro é preciso que tudo já seja passado e já não tenha importância. e porque se trata de passado e não tem importância é por isso também irrelevante o momento a culpa o dia e o acumular de pequenos momentos. é por isso que a experiência não serve para muito, porque nem no futuro vamos poder usá-la - o que vier será forçosamente muito diferente. seremos assim velhos, um acumular de pequenas experiências aleatórias que não nos ensinaram a viver melhor e nenhum neto quer ouvir. idade sucks.
8.03.2010
corn
no meio de todas as crises - eu não estou em crise, lembrei-me apenas que no meio de todas as crises - há que saber escolher quem ouvir e quem não ouvir. porque um amigo não é necessariamente bom conselheiro por muito inteligente e amigo que seja, por muito bem que nos conheça. no meio de todas as crises - eu não estou em crise porque tenho cerca de 20 mini crises por dia é qualquer coisa como isto - tenho a sensação que ouvi a única pessoa que não me disse nada directamente.
11
de volta a casa - febre dores de barriga e de cabeça.
veredicto do pai: dores de amor.
veredicto da avó: coisas hormonais.
o meu veredicto: poupem-me por favor, uma drama queen por lar já é mais do que suficiente.
veredicto do pai: dores de amor.
veredicto da avó: coisas hormonais.
o meu veredicto: poupem-me por favor, uma drama queen por lar já é mais do que suficiente.
need
parece que passou tanto tempo tendo sido apenas ontem que esta música deixou de ter importância. e é sempre assim, não é? passa tudo demasiado rápido tão rápido que nem deixa marcas e poucas memórias somos demasiado velhos para sentir como eramos capazes. a minha volta aqui é um pouco triste. mas não muito porque, como diz o joão, os sentimentos são a coisa mais volátil do mundo.
[em sabática de outro tipo agora].
[em sabática de outro tipo agora].
5.17.2010
5.14.2010
fame
acho que nunca falei aqui dos problemas de comportamento da minha filha. a minha filha é a típica pré-adolescente de 10 anos [agora já com 11] marcas de tenis marcas de roupa telemóvel msn séries americanas na televisão. a minha filha é a típica pré adolescente eu sou melhor maior mais gira faço mais pinos e pontes do que os outros e também sou mais inteligente e por isso posso gozar com todos à minha volta. antes do meio do ano estava a receber chamadas da directora de turma com queixas de comportamento da criancinha. a meio do ano estava a ter reuniões com a directora de turma por causa do comportamento da criancinha. a dois terços do ano estava a receber recados que a criancinha tinha tido mau comportamento nas visitas de estudo e portanto estava proibida de voltar a ir a visitas de estudo. nas reuniões de pais falou-se num "grupo problemático de 5 ou 6 alunos" e claro, ela estava incluída. qualquer coisa que corra mal na sala. qualquer problema que exista com a turma são chamados esses 5 ou 6 alunos. se a culpa é sempre deles? não. mas é como se fosse porque estabeleceram essa fama para eles. para o mundo é como se fosse.
5.13.2010
5.12.2010
tolerance
apercebo-me agora que estas opiniões, arremessadas - prenhes de raiva e de ódio - sobre qualquer coisa que não entendem, serviram apenas para estimular o fervor católico da maioria dos crentes que [praticamente todos os dias] se estão perfeitamente a borrifar para o que pensam os não-crentes do catolicismo. way to go, pessoas das causas fracturantes. assim chegamos lá. pelo desrespeito mutuo. pelo ódio.
deneuve
para mim*
*[um amigo dedicou-mo, mesmo sem saber que tive durante meses a deneuve no meu perfil de face. aqui muito melhor, em moreno].
self
não sou pós moderna e comovi-me com a imagem de Bento XVI a passar por mim na praça do município, janela do papamóvel completamente aberta e mão de fora a acenar como quem confia. temos pena não sou pós moderna, acredito em Jesus - o dos altares não o dos estádios - comovo-me em algumas missas e arrepio-me a olhar para altares em capelas. temos pena gosto de crianças mas nem por isso da obsessão com marcas de roupa, gadgets electrónicos, restaurantes fashion, discotecas da moda, ginásios.
tenho um amigo que diz "somos tão egoístas, nós" e não quero acreditar porque já nos vi a não ser egoístas, não é sempre, se calhar nem na maior parte do tempo mas acredito que temos esse não-egoísmo dentro de nós e que é só questão de procurá-lo. encontramo-lo.
tenho um amigo que diz "somos tão egoístas, nós" e não quero acreditar porque já nos vi a não ser egoístas, não é sempre, se calhar nem na maior parte do tempo mas acredito que temos esse não-egoísmo dentro de nós e que é só questão de procurá-lo. encontramo-lo.
5.11.2010
5.10.2010
in the end
tendo perdido tudo recuperei-me a mim. fazia-me tanta falta já [mesmo com todas as minhas falhas. enormes. imensas].
5.09.2010
i heart whatever
às vezes acho que tudo o que tenho em comum com ela [para além da condição de mãe solteira, que uma espécie de maldição dos tempos modernos] é a capacidade que temos de inventar pretextos para não mudar absolutamente nada. outras só acho que perdemos demasiado tempo com coisas que não são importantes. nunca saberei qual é a que pratico verdadeiramente. azarinho.
guess what
quase mais perto dos 40 na verdade há um único deal breaker mesmo definitivo. é esse mesmo, sim.
5.07.2010
pride
estupidez é quando estou a fazer uma pesquisa à procura de uma imagem específica pelo nome do equipamento e me aparece um pdf criado por mim do site da empresa. tipo "mãe, olhe, o google publicou-me um pdf e estava logo em cima na pesquisa". robots do google, you rock.
5.06.2010
old age
daqui
há de certeza um momento chave em que a idade já não nos deixa mentir mais. sabemos que estamos velhas quando nos ouvimos a dizer as mesmas palavras exactas que a nossa avó nos dizia quando éramos [verdadeiramente] novas. eu quando olho para estas fotografias só consigo pensar "porque raio estas miúdas tão giras fazem tanta questão de se vestir como maltrapilhas?". e acho mesmo que deviam ir todas para o man repeller.
friends
mais uma vez quantidade não é sinónimo de qualidade [a repetir em mantra].
alguns que não estão comigo fazem-me tanta falta. outros absolutamente nenhuma. e talvez seja necessário perdê-los para perceber [em cada detalhe] quais são quais.
alguns que não estão comigo fazem-me tanta falta. outros absolutamente nenhuma. e talvez seja necessário perdê-los para perceber [em cada detalhe] quais são quais.
sorry
daqui
ter-me-hei esquecido de informar que este blog é meu e do Martim?
que nos posts que escrevo e escolho publicar eu posso ser arrogante feia inteligente um estupor generosa bela snob a melhor em salto à vara uma mãe perfeita a pessoa com mais amigos do mundo escritora pintora cabeleireira modista intelectual consumidora de cupcakes que posso ser rainha viver numa barraca viajar todos os fins de semana para as seychelles? que posso escolher ler e responder a comentários ou apagá-los ter mail à vista e responder caso me enviem emails sobre o que escrevo ou pura e simplesmente apagá-los? e que vocês podem escolher lê-los, comentá-los, linká-los e tudo o resto que quiserem fazer com eles? as prerrogativas são essas.
5.05.2010
cup cake
aposto que destes até eu gostava. roubei-o à ervilhinha. o meu é [para mim] o mais bonito por ser o que não tem nada a mais do que o essencial. mas o dela é o melhor [adoro tarte de limão e merengue. a-do-ro].
bring it on
hoje as escolas fecharam para que o ministério pudesse desempenhar este teatrinho. para o ano, quando a mesma escola for testar a minha filha e os outros da turma dela espero que não se esqueçam que esses alunos tiveram 50% das aulas previstas de português e inglês porque a professora [que é a mesma para as duas disciplinas] é portadora de uma doença crónica e escolheu não meter baixa médica. e que o director da escola e do agrupamento escolheu não substituir a professora por se tratarem de faltas justificadas. 50% de faltas justificadas. e que também respondeu aos pais que viram as crianças mais novas da escola terem um horário que as obriga a passar mais de 40 horas semanais dentro da instituição com um "alguém tinha de ser prejudicado".
e eu não votei nestas coisas mas sou obrigada a levar com os critérios deles, temos pena, porque "alguém tem de ser prejudicado". ou o jorge de sena explica.
e eu não votei nestas coisas mas sou obrigada a levar com os critérios deles, temos pena, porque "alguém tem de ser prejudicado". ou o jorge de sena explica.
popcorn
vii) A blogosfera cor de rosa organiza-se por três grupos, cada grupo com uma líder incontestada. Movimentam-se em círculos fechados e compram a sua roupa e sapatos em lojas com a exclusividade de uma Zara e ainda se gabam disso, chegando a fotografar-se com aquilo vestido
viii) A blogosfera cor de rosa escreve "get a life" umas às outras, isto é, abrem o portátil e escrevem "get a life" em vez de ir para a praia ou ouvir o Messiah de Haendel
[da série "até nos meus amigos sou snob". os meus amigos são melhores do que os vossos].
viii) A blogosfera cor de rosa escreve "get a life" umas às outras, isto é, abrem o portátil e escrevem "get a life" em vez de ir para a praia ou ouvir o Messiah de Haendel
[da série "até nos meus amigos sou snob". os meus amigos são melhores do que os vossos].
want-need
uma casa nova assim, feita pela Lígia Casanova [se algum dia alguém me deixar em paz].
[estou apaixonada por este site e por todas as casas que lá aparecem].
jump
há por aqui [bloga] tantos desvios mentais que me sinto uma pessoa demasiado saudável. não destilo ódios. não tenho invejazinhas da escrita e da vida dos outros. nunca criei um inimigo aqui. não recebo hate mail nem hate coments. não uso o blog para me promover. não escrevo para engatar. não tenho esta coisa para mostrar que sou mais fabulosa-trabalho mais-tenho uma vida mais dura-os meus filhos são melhores-mais-bonitos-mais inteligentes-que sou mais fashion-que sou mais culta-que escrevo melhor-que poderia publicar livros-que conheço restaurantes-discotecas-hoteis mais in-que tenho mais amigos-que viajo mais.
passo demasiado tempo a mostrar que sou normal. serei normal?
passo demasiado tempo a mostrar que sou normal. serei normal?
5.04.2010
5.03.2010
she
- na escola perguntam-me sempre se sou do sexto.
- a sério? mas vestes dois números abaixo da tua idade...
- dizem que falo de maneira esquisita.
- isso é porque não conhecem a expressão intelectualoide.
[mea culpa, não a devia ter deixado ler tantos livros, agora é uma weirdo da escola].
- a sério? mas vestes dois números abaixo da tua idade...
- dizem que falo de maneira esquisita.
- isso é porque não conhecem a expressão intelectualoide.
[mea culpa, não a devia ter deixado ler tantos livros, agora é uma weirdo da escola].
someone
alguém explique rapidamente à blogosfera que ter estilo não tem absolutamente nenhuma relação com o número de sapatos que temos no armário nem com estar vestido como as it girls manhosas [as gémeas atarracadinhas] que aparecem muito em algumas revistas. ter pescoço ajuda, a sério.
4.30.2010
forget it
daqui
tive uma semana particularmente dura desde a última sexta-feira, entre amigos que deixaram de me falar e novidades-não-assim-tão-boas relacionadas com trabalho e muita muita falta de paciência-tempo-sono. às vezes, de puro cansaço mental penso que a única coisa a fazer é desistir, não pensar mais nisso e pronto, desistir e deitar-me na cama a dormir. outras vezes nem por isso.
come back stronger. não por algum significado esotérico a vida está-me a fazer coisas para eu ficar uma pessoa ainda mais espectacular* mas apenas porque sim, é mesmo assim. há dias bons e maus e mais ou menos.
*como se isso fosse possível.
4.29.2010
list
para o caso de terem assumido que a lista abaixo corresponde de alguma forma ao meu gosto pessoal, devo já dizer que não.
não ligo nenhuma à altura de um homem, nem à sua criatividade, nem ao sorriso discreto, nem a muitas outras coisas. há no entanto duas ou três coisas que não conseguiria tolerar mesmo [por muito que me esforçasse], em homem nenhum [não vou falar de falta de educação e cultura porque isso são básicos como ter os dentes todos e tomar banho]: escrever ou dizer a palavra "lol" e usar emoticons. qualquer outro tipo de expressões efeminadas também são [para mim] um deal-breaker absoluto.
não ligo nenhuma à altura de um homem, nem à sua criatividade, nem ao sorriso discreto, nem a muitas outras coisas. há no entanto duas ou três coisas que não conseguiria tolerar mesmo [por muito que me esforçasse], em homem nenhum [não vou falar de falta de educação e cultura porque isso são básicos como ter os dentes todos e tomar banho]: escrever ou dizer a palavra "lol" e usar emoticons. qualquer outro tipo de expressões efeminadas também são [para mim] um deal-breaker absoluto.
me
tenho inveja das pessoas que sabem falar francês
tenho mais inveja das pessoas que sabem falar alemão
todos os dias rejeito comentários a anunciar fotos de celebridades nuas
descobri que escrever bem não torna uma pessoa necessariamente interessante
tenho dois colegas de trabalho que se acham artistas de circo o que me obriga a trabalhar o dia todo de phones com o som no máximo
tenho a mania que entendo tudo o que está por trás daquilo que alguns bloggers escrevem e na grande maioria das vezes estou enganada
detesto conduzir na cidade e adoro em autoestrada [desde que não sejam viagens de mais de 2 horas]
quando percorria a A1 de uma ponta à outra combatia o tédio e a angústia fazendo percentuais de quilómetros percorridos/a percorrer e médias de velocidade
gosto do david bowie mais do que de qualquer outro artista
concertos aborrecem-me
tenho três homens que me avisam de quando tenho erros ortográficos ou gramaticais no blog, o que muito agradeço
sou capaz de discorrer horas sobre assuntos acerca dos quais não percebo nada [como economia, por exemplo] e convencer quem me estiver a ouvir que sei imenso sobre isso o que faria de mim muito boa política caso não tivesse sido educada no horror ao engano e mentira
[entre outras merdinhas tão desinteressantes como esta].
tenho mais inveja das pessoas que sabem falar alemão
todos os dias rejeito comentários a anunciar fotos de celebridades nuas
descobri que escrever bem não torna uma pessoa necessariamente interessante
tenho dois colegas de trabalho que se acham artistas de circo o que me obriga a trabalhar o dia todo de phones com o som no máximo
tenho a mania que entendo tudo o que está por trás daquilo que alguns bloggers escrevem e na grande maioria das vezes estou enganada
detesto conduzir na cidade e adoro em autoestrada [desde que não sejam viagens de mais de 2 horas]
quando percorria a A1 de uma ponta à outra combatia o tédio e a angústia fazendo percentuais de quilómetros percorridos/a percorrer e médias de velocidade
gosto do david bowie mais do que de qualquer outro artista
concertos aborrecem-me
tenho três homens que me avisam de quando tenho erros ortográficos ou gramaticais no blog, o que muito agradeço
sou capaz de discorrer horas sobre assuntos acerca dos quais não percebo nada [como economia, por exemplo] e convencer quem me estiver a ouvir que sei imenso sobre isso o que faria de mim muito boa política caso não tivesse sido educada no horror ao engano e mentira
[entre outras merdinhas tão desinteressantes como esta].
4.28.2010
so simple
ainda dizem que as mulheres são complicadas, total injustiça. à pergunta da kitty quais os vossos maiores atiça-interesse num homem? [atiça-interesse é uma não-palavra fabulosa], as respostas resumidas:
sorriso discreto
bom conversador
que tenha gestos masculinos
que não hesite
másculo mas que não seja bronco
cabecinha no lugar e não ache aos 25 anos que ainda pode ser jogador de futebol
sorriso e olhar misteriosos
alto
educado
que saiba falar
inteligente
trabalhador mas valorize a vida pessoal
que tenha amigos e interesses próprios que não futebol e playstation
que faça desporto
que saiba cozinhar
ego suficientemente grande para não precisar flirtar com qualquer rabo de saia para se sentir o maior
culto
bom gosto musical
criativo
dinâmico
arrojado
empreendedor de forma realista e que alcance efectivamente o sucesso
aventureiro
independente
que tenha PINTA...resmas dela
personalidade forte e atitude
ligeiramente arrogante
corpo levemente musculado
sentido de humor
perspicaz e inteligente
que cheire bem mesmo depois de ter corrido 30 min
pele morena
discreto
firme mas delicado
bom sentido de orientação
mãos grandes
que escreva muito bem
poderia ser mais simples?
sorriso discreto
bom conversador
que tenha gestos masculinos
que não hesite
másculo mas que não seja bronco
cabecinha no lugar e não ache aos 25 anos que ainda pode ser jogador de futebol
sorriso e olhar misteriosos
alto
educado
que saiba falar
inteligente
trabalhador mas valorize a vida pessoal
que tenha amigos e interesses próprios que não futebol e playstation
que faça desporto
que saiba cozinhar
ego suficientemente grande para não precisar flirtar com qualquer rabo de saia para se sentir o maior
culto
bom gosto musical
criativo
dinâmico
arrojado
empreendedor de forma realista e que alcance efectivamente o sucesso
aventureiro
independente
que tenha PINTA...resmas dela
personalidade forte e atitude
ligeiramente arrogante
corpo levemente musculado
sentido de humor
perspicaz e inteligente
que cheire bem mesmo depois de ter corrido 30 min
pele morena
discreto
firme mas delicado
bom sentido de orientação
mãos grandes
que escreva muito bem
poderia ser mais simples?
we don't need no education
Daqui a dez anos os meninos que têm agora doze anos vão querer entrar no mercado de trabalho. Um mercado onde não haverá PTs, nem RENs, nem GALPs, nem institutos públicos, nem administração pública, nem subsídios de emprego, nem rendimentos mínimos, nem empréstimos ao consumo, que os valha
Esses meninos estão agora, hoje, numa escola onde não se chumba, não se exige, não premeia e não ensina.
[Inês Teotónio Pereira em grande, como sempre].
Esses meninos estão agora, hoje, numa escola onde não se chumba, não se exige, não premeia e não ensina.
[Inês Teotónio Pereira em grande, como sempre].
bring it on
Da vida... não fales nela,
quando o ritmo pressentes.
Não fales nela que a mentes.
Se os teus olhos se demoram
em coisas que nada são,
se os pensamentos se enfloram
em torno delas e não
em torno de não saber
da vida... Não fales nela.
Quanto saibas de viver
nesse olhar se te congela.
E só a dança é que dança,
quando o ritmo pressentes.
Se, firme, o ritmo avança,
é dócil a vida, e mansa...
Não fales nela, que a mentes.
[Jorge de Sena]
quando o ritmo pressentes.
Não fales nela que a mentes.
Se os teus olhos se demoram
em coisas que nada são,
se os pensamentos se enfloram
em torno delas e não
em torno de não saber
da vida... Não fales nela.
Quanto saibas de viver
nesse olhar se te congela.
E só a dança é que dança,
quando o ritmo pressentes.
Se, firme, o ritmo avança,
é dócil a vida, e mansa...
Não fales nela, que a mentes.
[Jorge de Sena]
today
deve haver um meio termo mas eu não o conheço. as pessoas tolerantes são violadas e as pessoas intolerantes violam. têm menos amigos. ou talvez até nenhum. mas pelo menos não são estupradas todos os dias.
4.27.2010
too bad
daqui
um amigo meu que nunca falha disse-me um dia nós já temos tão pouco tempo para nós e para as pessoas de quem gostamos que não faz sentido nenhum gastá-lo com coisas que não interessam assim tanto. essa é a nossa vida de adultos. pouco tempo. pouca paciência para coisas que não interessam assim tanto. vejo isso bem na minha filha pré adolescente, nos 200 contactos a quem envia sms diariamente para dizer "estou a passar agora no eixo-norte sul" ou coisas do género. tem tempo para o fazer porque não tem de ser ela a conduzir, tem intervalos nas aulas, tem dias em que não tem aulas metade do dia. eu não tenho tempo. se considerar isso bem, é uma sorte. estar espartilhada em cada minuto do meu dia faz com que não me possa perder em pensamentos desviantes e tenha, obrigatoriamente, que seguir o meu caminho. tudo o que há a fazer é decidir quais são as coisas que não interessam assim tanto. e isso é particularmente difícil porque há tantas coisas que não interessam e estão cobertas de brilhantes cor de rosa flashing em letras enormes choose me.
make no mistake
daqui
um amigo a sério não é o que fica ao nosso lado quando estamos mal.
é o que está lá independentemente do nosso estado.
hate it
concursos em geral
os cupcakes da moda
pessoas que se acham o máximo por escreverem duas linhas seguidas
o alvaláxia
as praias da linha
dores de dentes
melissas
os vestidos da h&m de verão com flores
que me comentem sem dizer quem são [se conhecer quem comenta]
updates virais do facebook
não conseguir dormir em condições
[estou num hate mood e detesto].
os cupcakes da moda
pessoas que se acham o máximo por escreverem duas linhas seguidas
o alvaláxia
as praias da linha
dores de dentes
melissas
os vestidos da h&m de verão com flores
que me comentem sem dizer quem são [se conhecer quem comenta]
updates virais do facebook
não conseguir dormir em condições
[estou num hate mood e detesto].
4.26.2010
day to day
nunca é demais lembrar esta minha história bastante antiga. e que este rapaz da minha história era [de cara] igualzinho ao Rui Pedro Soares. coincidências.
andei no Liceu Rainha D. Leonor, para o caso de se interrogarem.
andei no Liceu Rainha D. Leonor, para o caso de se interrogarem.
4.25.2010
for no reason II
os únicos homens que acho interessantes são os que têm gestos de homem. e a quem os fatos armani assentam como uma luva. como o clive.
4.23.2010
love will fly you to the moon and back
mas. make no mistake. love é coisa para se encontrar uma vez na vida. duas, se forem pessoas extremamente sortudas.
walk in my shoes
há muito tempo que não jogava a inverter papeis e tinha-me esquecido como era divertido. agora eu sou a mãe e vocês os pais. o puto já tem capacidade para jogar o que facilita a entropia [caraças, consegui escrever esta palavra num post] - ele é o pai, ela a mãe e eu a filha - mas torna-me um pouco esquizofrénica porque tenho de simular ao mesmo tempo que tenho 6 e 11 anos com as atitudes correspondentes. ou seja, variar entre o quê? ah tá bem, não me mace, a mãe está sempre a maçar com a conversa dos comportamentos e já me carregou o telemóvel? e o o que é o jantar? ah, carne não gosto, quero chocolates e chupas.
ao fim de 5 minutos ela já não aguenta ser mãe é cansativo, mãe, estou farta mas ele ainda delira com a brincadeira [de acordo com o feitio dele, tenta satisfazer todos os meus caprichos infantis mas sendo responsável como um pai - tarefa impossível na vida real e só possível para ele porque imaginou uns brócolos com sabor a rebuçado]. mas o melhor de tudo é verificar como se comportam e discutem como um casal. e de como ele, sem saber como a tratar se fosse casado com ela lhe chamou "amor". presumo que tenha visto nalguma novela.
ao fim de 5 minutos ela já não aguenta ser mãe é cansativo, mãe, estou farta mas ele ainda delira com a brincadeira [de acordo com o feitio dele, tenta satisfazer todos os meus caprichos infantis mas sendo responsável como um pai - tarefa impossível na vida real e só possível para ele porque imaginou uns brócolos com sabor a rebuçado]. mas o melhor de tudo é verificar como se comportam e discutem como um casal. e de como ele, sem saber como a tratar se fosse casado com ela lhe chamou "amor". presumo que tenha visto nalguma novela.
4.22.2010
if I lay here
há dias que se levam e outros que nos levam a nós. hoje não tenho vontades deixei de me poder dar ao luxo de ter vontades porque isso é o que acontece às pessoas que vivem presas em prisões mesmo que não pareça. há quem diga que o ser humano tem uma capacidade de adaptação extraordinária e então não entendo porque não me adapto à minha prisão, a viver presa durante o dia e carcereira durante a noite [mas ainda assim presa] porque não deixo de querer milagres [como poder escolher o filme que quero ver e queria ver este] de querer fugir abandonar tudo em troca de absolutamente nada de certo que não fosse poder escolher. admiro muito quem vive presa sem lenitivos mas não é de todo o caso.
4.21.2010
encomendei e recebi este caderninho tão lindo da Planeta Tangerina. quando o viu, ainda por estrear com montanhas de folhas brancas novinhas mesmo a pedir para serem riscadas, a minha filha pediu-mo. como sou uma mãe brutalmente espectacular e tenho um problema grave em emitir a palavra "não", dei-lho pedindo em troca que fizesse pelo menos um desenho por dia nele. não fez. hoje o caderninho vem devolvido à precedência. ainda intocado, espera-se.
4.20.2010
4.19.2010
but then
Todos temos um pouco de bipolaridade.
se isto for verdade então eu sou uma pessoa quase normal. uma designer. eis duas coisas que não afirmo ser em frente a ninguém. de vergonha, claro.
shine on
não faço o portfolio porque estou com o computador avariado e porque estou demasiado cansada e ocupada com o day job. não mudo de casa porque agora não encontro aquilo que quero/preciso. eu quero mudar mas agora estou demasiado cansada para mudar. ou então demasiado preguiçosa. preciso de ser obrigada a mudar e ainda assim posso não conseguir mudar.
a esperança sonho fé acreditar felicidade são pedras metalizadas de tons diferentes que usamos ao pescoço. vendem-se aqui.
a esperança sonho fé acreditar felicidade são pedras metalizadas de tons diferentes que usamos ao pescoço. vendem-se aqui.
4.15.2010
not me
nem sempre o que escrevo é verdade. ou por outra, é verdade quando o escrevo mas as verdades não são imutáveis, transformam-se sempre mal desviamos os olhos, de repente aquela verdade já não passa de uma treta qualquer que inventámos para desculpar uma coisa que nem sequer existe. isto para dizer que não, não é verdade que as coisas não possam ser resolvidas escrevendo falando gritando vivendo e mesmo rindo beijando insistindo ou seja de que maneira for. como tudo na vida, algumas sim e outras não. mas foi por não acreditar nesta verdade que cheguei aqui. o que é muito mau. e ao mesmo tempo tão bom.
a line is a dot that went for a walk*
eu hoje precisava de ouvir uma única frase, quatro palavras, dezasseis caracteres que ninguém me vai dizer. por isso é melhor que a repita em mantra até ser verdade.
*Paul Klee
*Paul Klee
no excuse
aquelas coisas que passamos a vida [eu passo] a desculpar tolerar suportar por obrigação mas coitadinhos uma infância triste sozinhos divorciados sem amigos com problemas financeiros filhos para criar uma vida triste encalacrada entre dois enclaves da IC19 sem vir à tona para respirar. aquelas coisas de que tenho pena coitados sabendo que pena é o pior sentimento que se pode ter por alguém, desejando-o e provocando com o único propósito, porque pena é rasteiro e é o que temos por um cão que exibe as chagas pela rua ou por um bêbado que cai à porta da igreja fazendo um lenho na testa que jorra sangue sem parar coitadinhos.
é apenas isto. nada de pena. apenas nada.
é apenas isto. nada de pena. apenas nada.
4.13.2010
4.12.2010
she
a minha filha é tão diferente de mim que adora fontes caligráficas, ilustração e fotografia. a minha filha é tão diferente de mim que tenho amigos que ao perguntarem por ela perguntam o teu clone como está?
as duas em frente ao espelho, olha como vais ser aos 34 [que horror] espero que sejas tão feliz como eu sou mas sem passares pelas mesmas coisas.
as duas em frente ao espelho, olha como vais ser aos 34 [que horror] espero que sejas tão feliz como eu sou mas sem passares pelas mesmas coisas.
4.09.2010
things
bikinis gelado de baunilha com molho de chocolate e amêndoas a exposição da joana de vasconcelos o cheiro do meu filho quando sai da praia as conquilhas da ilha de tavira em tabuleiros de metal o sol a bater nos olhos a meio da tarde o livro da magnum os bilhetes da minha filha escondidos na minha almofada gosto muito de si mas não seja má para mim o teu perfume o meu blog linkado num blog de que gosto muito gin tónico o primeiro mergulho do ano sexta feira ao fim da tarde o filme da pippa lee um comentário simpático deixarem-nos passar à frente mesmo quando nos enganámos na faixa havaianas uma sms que diz vai correr tudo bem a carne assada da minha mãe.
4.08.2010
that
daqui
tenho a casa toda a cheirar a ti. sei que cheira no sofá.
entendo bem que as pessoas tenham medo. percebo que não queiram sofrer envolver-se entregar-se ter compromissos maçadas falta de tempo para elas próprias.
ao início era no sofá depois na cama e de repente já estava por todo o quarto, o teu cheiro.
sei como é, a mim também não me apetece ter trabalho pôr na ordem mudar lençóis fazer jantar não poder ir ao cinema só porque sim.
depois já nem era no quarto mas sim na rua, nos meus cabelos, na minha roupa e entendi [mais uma vez] que sim, sou eu que o carrego, ao teu cheiro.
também gosto do silêncio quando chego a casa, de poder decidir o que quero comer ou se não quero comer de todo onde vou quando a que horas chego se quero ficar a trabalhar até mais tarde ou ir às compras no fim do dia.
que fazer eu este tempo todo à espera de não o carregar correr para não ser apanhada de fugir correr sempre mais rápido e andar mais à frente até ser tarde demais tarde demais e entrar em negação não é nada disso. mas. entendi assim que para mim era a casa a vida cheia de gente. deixar de me importar com quantas pessoas cabem ou não cabem se está bem mal é igual da mesma forma ou dimensão. parar. sentar-me à porta. numa cadeira estofada com um encosto com a forma da minha cabeça. fechar os olhos sob o sol ardente do meio dia que me cega. chamá-los. chamar-vos. virem todos. ou os que vierem. e ficar assim. para sempre.
dos cheiros nunca nos esquecemos.
4.07.2010
4.06.2010
daqui
gostava de ter uma casa toda branca. quartos brancos, sala branca, cozinha branca. tudo branco. não aguentava viver mais do que dois dias seguidos num espaço assim mas, em teoria, é perfeito. acho que a maior parte das coisas que quero para mim são assim, perfeitas em teoria e concretizá-las seria estragar. é melhor que seja só quase lá. ou completamente diferente. as coisas-surpresa são sempre fabulosamente melhores.
[também quero muito um espelho veneziano].
4.05.2010
vacation
estou de "férias" [assim mesmo com aspas] e só sinto sono e cansaço [não posso dormir nem descansar sob pena de perder o meu tempo de férias, que são 3 dias inteirinhos].
não, também não consigo escrever nada. mas já posto aqui o melhor cartoon do mundo.
não, também não consigo escrever nada. mas já posto aqui o melhor cartoon do mundo.
3.31.2010
3.30.2010
for no reason
[e agora precisava de razões para postar aqui um rapazinho assim mais ou menos como o david gandy?]
be
algures na vida, teria os meus 13 ou 14 anos, e pensei que seria escritora um dia. eu e a minha amiga a escrevermos contos em cadernos que comprávamos especialmente para o efeito. seríamos escritoras, pois claro, que nem a falta de talento nem de histórias nos travariam. ela não sei mas eu queria ser o António Lobo Antunes. eu queria escrever como o António, sendo que apenas um livro dele consegui acabar de ler na vida inteira [o auto dos danados], mas mais do que isso, na minha mente eu já era o António, partilhávamos as depressões e eu também sonhava passear-me no meio de loucos com um frasco de comprimidos na mão - aí eu seria normal, deixaria de ter os tormentos dentro da cabeça que tinha, se curasse os outros a minha cabeça seria livre de porcariazinhas.
obviamente nunca lá cheguei, nem à psiquiatria nem à escrita, nem um livro do António Lobo Antunes consigo ler até ao fim e já nem os começo, deprimida já eu estou, obrigadinha.
as coisas são o que são e as pessoas como as coisas também são o que são. há distracções, claro, e isso é bom porque por uns momentos conseguimos esquecer só um bocadinho que as coisas são o que são e que as pessoas são o que são, a maioria das vezes tão longe daquilo que queremos que sejam, e assim é que leio as crónicas do António Lobo Antunes e continuo a pensar "o maior escritor do mundo" mas sem inveja, sem querer sê-lo, sem qualquer outro objectivo que não seja o prazer de ler aquele alinhamento de palavras e de [por uns momentos] esquecer-me que sou o que sou.
obviamente nunca lá cheguei, nem à psiquiatria nem à escrita, nem um livro do António Lobo Antunes consigo ler até ao fim e já nem os começo, deprimida já eu estou, obrigadinha.
as coisas são o que são e as pessoas como as coisas também são o que são. há distracções, claro, e isso é bom porque por uns momentos conseguimos esquecer só um bocadinho que as coisas são o que são e que as pessoas são o que são, a maioria das vezes tão longe daquilo que queremos que sejam, e assim é que leio as crónicas do António Lobo Antunes e continuo a pensar "o maior escritor do mundo" mas sem inveja, sem querer sê-lo, sem qualquer outro objectivo que não seja o prazer de ler aquele alinhamento de palavras e de [por uns momentos] esquecer-me que sou o que sou.
3.29.2010
3.28.2010
love
diz a sofia que o amor quando é bom não há muito a escrever sobre ele. a sofia diz e eu acredito. até provas em contrário, há que acreditar nas pessoas que já têm experiência nos assuntos*.
mas quando é mau, também não vale muito a pena escrever sobre o assunto. escrever não resolve. viver não resolve. gritar não resolve. conversar não resolve. a única coisa que resolve é não o carregar connosco.
*[o que não implica que de alguma forma o queira comprovar].
mas quando é mau, também não vale muito a pena escrever sobre o assunto. escrever não resolve. viver não resolve. gritar não resolve. conversar não resolve. a única coisa que resolve é não o carregar connosco.
*[o que não implica que de alguma forma o queira comprovar].
3.26.2010
friends again
sei que nunca falei aqui no jorge, ou já mas nunca especificamente no jorge. era o que faltava agora espraiar aqui a minha vida privada, os meus amigos íntimos, detalhar-lhes os contornos, explicitar as nossas conversas, expor as nossas fraquezas. sei que nunca falei aqui no jorge e em como infelizmente nos últimos dias tudo o que parecemos conseguir fazer é discutir e não concordar em absolutamente nada mas que nem sempre foi assim. o jorge tem quase sempre razão nas coisas que me diz e infelizmente para mim eu raramente o oiço com atenção que devia. em parte porque estamos a discutir e quando duas pessoas discutem deixa de haver espaço para ouvir na medida em que fica todo reservado para agressões/defesas. em parte porque como passo a vida a ouvir tudo o que me dizem e nunca tenho duas opiniões iguais sobre um assunto específico ando sempre meia perdida no meio das palavras dos outros como uma pessoa que perdeu a bússola interior. o que é triste mas nem por isso deixa de ser verdade.
3.25.2010
O galo de Barcelos e a águia teutónica
O gráfico de baixo mostra a queda do índice bolsista português, ontem, por volta das 10h, quando o rating português foi cortado pela Agência Fitch.
O gráfico de cima mostra a queda do índice da gigantesca bolsa alemã, ontem, por volta das 10h, quando o rating português foi cortado pela Agência Fitch.
Quedas iguais, do ponto de vista percentual; valores astronómicos de perdas na bolsa alemã, em termos absolutos.
Os gráficos falam por si. A Alemanha depois recuperou um pouco mais do que nós. Mas a queda abissal das 10h mostra como um sismo com epicentro em Portugal pode causar estragos monstruosos na poderosa Alemanha.
Que todos se lembrem disto hoje em Bruxelas quando discutirem a ajuda à Grécia.
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